Nala

 #Alex#

 *Minhas pernas bambeiam quando vejo o sofrimento de Ágata, que sofria incessantemente. Começo a chorar incontrolavelmente, desculpo-me por tê-la colocado naquela situação, graças ao meu egoísmo, ela estava sentindo dor. Os seus ossos se quebram um a um, fazendo com que ela gemesse e gritasse, e eu não podia fazer nada, a não ser abraçá-la. Vejo o seu corpo crescer e a sua pelagem branca aparecer; noto que ela coçava o seu pescoço, rasgando o local, eu impeço-a, agradecí mentalmente pelas feridas cicatrizarem e sumir rapidamente. Aquela loba branca de olhos totalmente negros, estava alí, furiosa, assustada, se debatendo e tentando derrubar a grade, chegando a algumas vezes rasgar a minha pele com as garras. Mas a beleza dela era tão grande, que nem me atentei aos ferimentos, não cansava de admirar a minha lobinha. Nael se revira de felicidade dentro de mim, pedindo passagem para cumprimentar o seu Pedacinho, parecia mesmo ser um pedaço dele, os seus olhos eram idênticos. Era louco sentí o misto de sensações que vinham dela, noto quando ela se comunica com Nael, me deixando ainda mais intrigado, quando escuto o seu nome, Nala, enche-me de alegria vê-la se aproximar de mim, confesso que amarelei um pouco, ver aqueles olhos totalmente pretos, cara a cara comigo não era muito convidativo. Nala rir daquela situação, comunicando-se comigo mentalmente, e num instante a minha mente virou um ‘podcast’ entre eu, Ágata, Nael e Nala.*

**Eu não estou gostando disso!* (Ágata*)

**Não precisa ter medo, Alex!* (Nala*)

**Quem disse que estou?* (Alex*)

**Sinto as suas emoções, trouxa!* (Nala*)

**Você é tão linda, ansioso por nossos filhotes, meu Pedacinho!* (Nael*)

**Você só pensa nisso!* (Alex*)

**Claro, hora bolas, sou jovem! Tenho muito gás para gastar… * (Nael*)

**Pelo que andei sondando, já vem gastando gás há muito tempo, com qualquer cadela que lhe aparece!* (Nala*)

**Concordo, Nala!* (Ágata*)

**Você ainda não tinha nascido, Pedacinho! Não precisa ter ciúmes, logo irá marcar-me, e seremos completos… * (Nael*)

**Marcarei com prazer! Acho bom ninguém, além de você, entrar nessa sela, ou irei fatiar um por um, meu humor está péssimo!* (Nala*)

**O papo está bom, mas realmente preciso descansar!* (Ágata*)

 Nala devolve o controle para Ágata, que cai de joelhos aos pés de Alex, dando a ele a oportunidade de cobri-la com os lençóis e deixá-la dormir, enquanto ele se alimentava. Tamanha foi a sua surpresa, quando uma empregada desce no porão para instigar Alex, aproveitando que Ágata estava "indefesa".

 - Senhor! Não acha melhor comer na cozinha, preparei uma refeição maravilhosa para o senhor! (A empregada diz, com os três primeiros botões da farda abertos.)

Antes que Alex respondesse, Nala avança na grade, rosnando e grunhindo; deixando a empregada muito assustada.

- Saia imediatamente, se não quiser virar comida de lobo! (Alex diz, expulsando a empregada e fechando a porta.)

- Vagabunda! Quando eu sair daquí irei mostrar quem é a sua dona! (Nala diz semitransformada, novamente deixando Ágata desacordada no chão.)

— Todos já sabem lobinha, agora cuidado com a Ágata! (Ele diz, suplicante, cobrindo Ágata com os lençóis.)

#Alex#

*Ágata dormiu o dia todo, sentia a sua exaustão de longe. Nala fica ainda mais bonita bravinha, temperamento horrível, igual o Nael. Estava sendo tudo muito tranquilo, na minha vez Nael destruiu metade da alcateia, até hoje não me perdoaram totalmente, ele comeu metade das ovelhas da alcateia. Ela era tão calma e serena, que nem parecia ser uma loba; parecia ser muito poderosa e possessiva antes mesmo de marca-me, ela é terrível.*

**Que bom que percebeu!* (Nala*)

**Sabia que é falta de educação invadir o pensamento dos outros?* (Alex*)

**Não quando "os outros" são meus companheiros!* (Nala*)

**Para quem nasceu agora, você é muito espertinha!* (Alex*)

* *Eu não nascí agora!* (Nala*)

**É uma longa história, depois nos esclarecemos!* (Nael*)

**Estão me deixando confuso* (Alex*)

*E você se quer sabe da mísera metade! (Nala)

*Depois daquela conversa fiquei pensativo, e decidí psquisar mais sobre o medalhão que Ágata carrega. Subo até a biblioteca, pego vários livros que tinha guardados e leio um por um, a procura de respostas.*

#Ágata#

*Acordo ainda exausta, tenho uma sensação estranha, muito barulho, o som da floresta invadia os meus ouvidos e chamava-me para sí. O meu coração clamava por liberdade, e Nala pedia por adrenalina. Quando menos espero, Nala toma o controle e quebra as grades da sela como se não fossem nada. Correndo para fora do porão, percebo os olhares assustados de Cristiano e Felipe, que estavam trabalhando na sala. Eles levantam correndo e chamam por Alex, que desce as escadas rápido, ao ver Cristiano e Felipe próximos de Alex, Nala sente vontade de rasgá-los em pedacinhos e fazerem implorar pela morte. Nala avança em ambos, que se transformam também, seus lobos são tão imponentes e fortes, mas não tanto quanto Nala, que ria de ambos, por dentro. Nael entra na frente de Nala, ficando entre ela e os amigos dele. Ele tenta passar segurança para Nala, mas nesse momento ela não escuta nem a mim. Nala sai de porta a fora, correndo feito louca pela floresta. A areia sob as nossas patas, e o vento soprando os nossos pelos eram a melhor sensação do mundo. Nala desviava das árvores com destreza, até parar num pequeno amontoado de casas, onde eu notei serem mais lobos, as casas eram lindas. Nala evitou o lugar, mas sua curiosidade foi maior, então ela adentrou o espaço, sendo rapidamente notada pelos lobos do local, o que não era difícil, já que ela era incrivelmente bela, eu via aquilo tudo do subconsciente de Nala, já que agora a dominância era totalmente dela, e confesso que admiro a coragem dela, pois eu teria corrido. Os lobos a cercam, tentando proteger os seus filhotes, e noto alguns encurralarem Nala, mas ela livra-se facilmente de todos, correndo em direção a floresta, seguida por três ou quatro deles. Nala corre até o rio, onde eu costumava encontrar-me com Nael, e sem ter para onde correr, ela espera o ataque, mas Nael, Alec e Deni se aproximam rápido, ficando entre Nala e os lobos, e eles parecem se comunicarem entre sí, até que Nael dá passagem para Alex.*

- Minha! Vocês não podem tocá-la! (Alex diz, furioso. E os outros lobos dão passagem para seus respectivos humanos.)

- Como você deixa uma recém transformada a solta? (Uma mulher diz, furiosa.)

- Ela não prejudicou ninguém! (Felipe diz, calmo.)

- Mas poderia! (Um homem diz, furioso.)

- Mas não o fez! (Alex diz, na defensiva.)

- Ela poderia ter atacado as crianças! (Outro homem diz, como se Nala estivesse contaminada.)

- Ela não atacou ninguém, só queria correr na floresta, que até onde eu saiba, é de todos! (Cristiano diz, já estressado.)

- Nala, melhor você ir pra casa! (Alex diz, afagando os pelos dela.)

- Acho bom não a vermos zanzando por aí, não iremos tolerar os prejuízos, como os que você nos deu, no passado! (Um terceiro homem diz, com ar de superioridade.)

- Vocês ainda lembram disso, eu já me desculpei, além disso, ressarci o valor! (Alex diz, nervoso.)

- Eu só queria ver as crianças! (Ágata diz, meio cansada, após Nala dar o controle.)

- Não a queremos perto dos nossos filhos, sua suja! (A mulher diz, com nojo.)

- Desculpa! (Ágata agora diz, entre soluços, transformando-se logo em seguida e voltando para casa correndo.)

- Isso não irá ficar assim! Não irei matar vocês, pois não quero problemas com o supremo, mas da próxima vocês não escaparão! (Nael diz, semitransformado, aqueles olhos negros davam medo em qualquer um.)

#Alex#

*Ouvir aquela mulher chamar a minha Ágata daquilo matou-me por dentro, a minha vontade era arrancar a sua cabeça, mas o supremo não gostaria de saber que matei os seus servos, ainda mais uma alfa. Terei oportunidades de mostrar-lhe o quão maravilhosa a minha pequena é, farei ela beijar o chão que a minha lobinha passar. Chego em casa e a minha lobinha está encolhida no canto da sela, chorando muito, já estava vestida, imagino que já aguardava a entrada de alguém na sela, e ainda não ficava confortável sem roupa. Me quebra vê-la assim, mas imagino que ela não queira conversar no momento, então fecho a porta do porão para não sermos incomodados e sento ao seu lado, a abraçando, enquanto ela desabafa em lágrimas, os seus traumas e dores do passado, aos quais, Nala me deu acesso livre. Pude constatar cada pessoa que fez mal a minha pequena, as coisas horríveis que passou e ouviu, sentí as suas dores e ouví os seus choros; essa era a vantagem de marcar a sua companheira, você via as suas memórias, pensamentos e sensações, assim como ela teria a mesma experiência quando me marcasse.*

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***