Companheira

Ágata acorda pela manhã e sente algo pesado em volta da sua cintura. Assusta-se ao ver Alex.

— O que foi que eu fiz? (Ela diz baixinho, deixando uma lágrima descer sob o seu rosto.)

 Alex é acordado pelas fortes emoções de Ágata, que estava de costas para ele, chorando baixinho.

— Você tá bem? Aconteceu algo? Eu fiz algo? (Alex pergunta preocupado. A cabeça de Ágata estava tão cheia de pensamentos que ele ficou tonto.)

— Não... eu... só quero ir embora! (Ela diz, tentando se levantar e falhando miseravelmente, voltando a se sentar e chiando levemente os seus lábios, devido a dor que estava a sentir na sua intimidade.)

— Calma, eu vou te ajudarl! (Ele diz, levantando-se e pegando ela no seu colo, e levando-a para a banheiro, onde lhe deu banho, e ela permaneceu calada o tempo inteiro.)

— Você se arrependeu ? (Ele fala enquanto espalha o sabonete nas palmas das suas mãos.)

Ágata não lhe responde, mas ele podia ler os seus pensamentos. Ela não estava arrependida, mas com medo. Seus pais eram extremamente conservadores; os pensamentos de ter sido só mais uma em sua cama e todas as suas inseguranças rondavam sua mente.

— Desculpa... Eu não queria ter te deixado assim! Mas, eu juro que você não foi só mais uma nem na minha vida, nem na minha cama! (Ele diz, puxando o corpo dela pra- sí.)

 Alex recebe um pequeno sorriso como resposta. Ele a pega novamente e posiciona ela em cima da bancada da pia, onde ele a seca e lhe coloca na cama novamente, saindo até o closet logo em seguida.

— Vou pegar uma roupa pra você! (Ele diz, com um sorriso lindo no rosto.)

— Obrigada, não precisava! (Ela diz, com vergonha. Quando olha pra trás dá de cara com uma pequena poça de sangue, que havia se formado devido à noite passada.)

 Ágata se levanta com dificuldade e vai tentando tirar os lençóis da cama, quando é impedida por Alex.

— Deixa isso comigo... Aquí tem roupas e um analgésico! (Ele diz, enquanto entrega tudo nas mãos dela, e terminando de tirar os lençóis, saindo do quarto com eles logo depois.)

— Obrigada, pode deixar que eu lavo os lençóis! (Ela diz, com vergonha.)

— Não precisa, eu já estou indo lavar! Não precisa sentir vergonha disso, é normal... Fico muito feliz em ter sido o seu primeiro! (Ele diz, dá um selinho em Ágata e vai pra área de serviço, onde lava os lençóis.)

 Ágata vestiu as suas roupas, quando foi até o criado mudo tomar o seu remédio foi surpreendida com a presença de uma mulher no quarto.

 — Então é você a nova cadelinha? (A mulher diz com repulsa.)

— Eu não sei do que a senhora estar a falar! (Ágata diz, com pesar na voz.)

— Eu vou te mostrar! (A mulher avança em Ágata, a levantando ela no ar com uma mão, a sufocando.)

— Me solta, maluca! (Ágata diz, entre chutes, que eram em vão, já que não passava de uma simples humana.)

 Alex entra no quarto correndo, sentindo as emoções de Ágata.

— Amanda, solte-a imediatamente! (Alex diz, e Nael toma a frente alí mesmo, não se importando com a presença de Ágata.)

— Se você não for meu, não vai ser de mais ninguém! (Amanda diz, arremessando Ágata pela janela, que graças a um arbusto não quebrou nada; mas estava apavorada pelo que acabara de ver.)

 Enquanto Ágata tentava firmar as suas pernas no chão para correr, os dois lobos caem da janela e começam a brigar alí mesmo na rua, e as pessoas agem com normalidade diante daquilo.

— Docinho? (Ágata meio que grita, incrédula.)

Ágata mais do que depressa corre dalí, em direção a sua casa, deixando os dois lobos se resolvendo, não se importando com o desfecho da briga. Alex deixa Amanda no chão, desacordada e corre em direção a Ágata, a alcançando à alguns metros da sua casa.

— Fica longe de mim! (Ágata diz, com uma pedra na mão. Que não afetaria em nada Nael.)

Nael dá passagem a Alex, o que apavora ainda mais Ágata.

- Deixa eu me explicar! (Ele diz, suplicante.)

— Não! Me deixa em paz! (Ela fala, aterrorizada.)

— Eu não vou te machucar, só quero entender-me com você! A gente estava tão bem até nestante... (Ele diz, choroso.)

— Não adianta derramar essas lágrimas falsas! Quem me garante que você não quer me devorar? (Ela diz, ameaçando jogar a pedra.)

— Se eu quisesse devorar você já tinha feito isso, já que você saía da sua casa todos os dias pela manhã pra me encontrar naquele rio! (Ele diz, com um leve sorriso no rosto.)

- Por que mentiu? (Ela pergunta, soltando a pedra.)

— Porque você não acreditaria em mim! (Ele responde, tentando uma aproximação.)

— Fica aí... (Ela diz, afastando-se.)

— Vamos comigo até um lugar mais discreto! Não dá pra eu ficar pelado no meio da estrada... (Ele diz, com um olhar atento às ações de Ágata.)

— Tá, mas se você tentar qualquer gracinha eu vou tacar uma pedra você! (Ela diz, com seriedade.)

 Ele dá passagem a Nael, que se abaixa diante de Ágata, que sobe nas suas costas, ainda com receio. Nael adentra a mata, desviando das árvores, enquanto Ágata apreciava a brisa que vinha da floresta pela manhã. Nael a leva até as margens do rio, onde ela se senta no chão, e logo depois Alex.

— Você ia me contar algum dia? (Ela pergunta, sem olhar pra ele.)

— Sim! Mas não agora... Eu ia esperar ganhar a sua confiança! (Ele diz, encarando os seus olhos.)

— Tem mais de vocês? Quem era aquela mulher? (Ela pergunta, olhando pra ele.)

— Noventa porcento dessa cidade é igual a mim, os outros dez são seus companheiros e alguns agregados, como o seu pai! E aquela mulher é uma ex ficante. (Ele diz.)

— Companheiros? Ex ficante? (Ela diz, estupefata.)

- Nossa espécie tem uma companheira predestinada pela deusa selene, que foi quem nos criou! E ela escolheu você pra ser minha! (Ele diz, aproximando-se mais dela.)

— Deusa Selene? Como você sabe que sou eu? (Ela diz, descrente.)

— Nael lhe reconheceu assim que lhe viu!

— Nael?

— O meu lobo! Vivemos juntos num único corpo, mas temos consciências diferentes... (Ele diz.)

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— Onde aquela delinquente foi? (Natália diz, furiosa.)

— Não dormiu em casa! (Bernardo completa.)

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