Laços Eternos

Laços Eternos

Capítulo 01: O encontro.

Sinopse

Já parou para pensar em como uma noite de diversão pode mudar o resto de sua vida?

Jessica Cooper, uma estudante de Moda em uma universidade particular, luta contra o rótulo de superficialidade que a sua turma enfrenta desde o inicio das aulas. Em uma noite de bebedeira, decidida a fazer um trote e se libertar das expectativas alheias, ela finge ser a garota oportunista e ousada que todos esperam. No entanto, seu plano inesperadamente a leva a um encontro com Robert Parker, o enigmático dono da universidade. O que deveria ser apenas uma aventura casual se transforma em um verdadeiro pesadelo, desencadeando uma série de desavenças com sua família, amigos e responsabilidades que ela nunca imaginou ter que enfrentar tão cedo. Em meio a intrigas e descobertas sobre si, Jessica terá que aprender a equilibrar suas verdadeiras paixões e a imagem que os outros têm dela, em uma jornada de autoconhecimento e redenção.

Nota da Autora

Olá Nekos! Estou com um novo projeto voltado para o romance dramático que retrata o cotidiano de uma pessoa que está saindo da fase adolescente para o mundo dos adultos. É uma etapa da vida em que qualquer simples coisa pode mudar nossos planos e sonhos.

Atenção! Este livro é um romance contemporâneo New Adult. Ele contém conteúdo sexual e obsceno para maiores de 18 anos.

Playlist

Golden hour – JVKE

Snowman– Sia

I don't care how long it takes - Silent DJ

Until I Found You - Stephen Sanchez

When I Was Your Man - Bruno Mars

ESCORT- Chase Atlantic

Hymn for the Weekend – Coldplay

Grace- Fujii Kaze

Still With You – Jungkook

Wasting My Young Years - London Grammar

Dusk till Dawn – ZAYN

Dandelions- Ruth B.

Prada & Versace - Chris Grey

Older - Isabel LaRosa

Car's Outside - James Arthur

Swing Lynn – Harmless

Way down We Go – Kaleo

É tão absurda a maneira como minha vida desandou por causa de uma escolha simples e idiota. 

Jessica

Mais que inferno: eu odeio volta às aulas — pessoas novas, problemas antigos e coordenadores bajulando calouros que não fazem a menor ideia do que é a vida universitária e acabam acreditando que isso é um mar de rosas. A única vantagem é que eles organizam algumas festas de boas-vindas. Não gosto muito de festas, mas, como não tenho tanto tempo para conversar com meus amigos, isso se torna motivo suficiente para eu me animar, vestir uma roupa incrível e passar um tempo me divertindo. Hoje completo dois anos aqui na University of Art, uma das instituições particulares mais renomadas em City Flowers. Moro nesta cidade desde que me entendo por gente — um lugar bem harmonioso, com vários jardins para passar o tempo. Acho que a única parte “ruim” dessa cidade é o inverno rigoroso.

Estava tão distraída que nem ao menos olhei minhas notificações; com certeza deve ser a Alyssa querendo me encontrar para comentar o encontro dela de ontem à noite. Eu deveria acertar os números da loteria se eles fossem tão previsíveis quanto meus amigos.

Ainda bem que estou próxima do local onde nos encontramos — tão próxima que consigo ver sua expressão de tristeza e frustração. Às vezes me pego pensando: como uma mulher dessas sofre por amor?

— Eu preciso perguntar como foi a noite? — pergunto.

— Está tão nítido assim? — responde ela.

— Conte-me tudo, cachinhos castanhos!

— Ai, amiga, estava tudo bem até ele me perguntar o que eu cursava. Eu não menti, mas realmente não entendo por que os estudantes de moda desta universidade são tão mal vistos. Eles nos acham superficiais, fáceis e oportunistas.

Acabo de me lembrar de um dos motivos para odiar as pessoas daqui: como conseguem julgar alguém pelo curso que faz sem trocar duas palavras?

— Terra chamando, Jessica! — diz Alyssa.

— Desculpa, pode continuar como tudo terminou? — peço.

— Aquele babaca continuou se gabando de como a família dele é “poderosa” e que, se quisesse, compraria uma garota para mimar com todos os luxos do mundo. Ai, minha amiga... — ela ri alto — esse foi o momento em que eu usei a cor da minha pele para deixá‑lo sem saída.

— Você não fez isso...

— Fiz! Falei na cara dele: “vem cá, você está me chamando de escrava de uma maneira ‘polida’ por que sou negra?” Nesse momento ele gelou. Quando falei em delegacia para fazer o B.O., ele quase beijou meus pés dizendo que foi mal interpretada. Por fim, eu estava cansada daqueles milhões de desculpas e fui para casa.

— É por isso que não namoro e nem saio com ninguém — digo. — Deve ser muito frustrante criar expectativa com alguém e, no final, ser decepcionada sem nem ao menos ser conhecida por inteiro.

Nesse momento vi os olhos amendoados dela brilharem; poderia ter sido choro ou riso — foi a segunda opção.

— Amiga, para de romantizar tudo. Eu só fui dar, não pretendia casar com ele. Sei que isso pode soar absurdo para você, mas acorda: você tem vinte e dois anos — isso é normal no ambiente universitário.

— Eu sei, mas tenho medo de como as pessoas vão me olhar depois de fazer algo assim, ou de o universo me punir por sair fazendo várias loucuras.

— “Várias loucuras” quer dizer sexo antes do casamento? Minha virgem imaculada — ela zomba.

Juro que tentei não corar, mas minha pele não é tão bronzeada para esconder a ruborização.

— Nem precisa responder — muda de assunto Alyssa. — Vamos à festa dos calouros hoje à noite? Fiquei sabendo que vão ter várias pessoas importantes. Suas opções de resposta são: sim ou sim. Lembre-se de que sua melhor amiga está muito triste pelo encontro de ontem.

— Então eu irei por livre e espontânea pressão — respondo, e nós duas caímos na risada. É tão bom passar tempo com uma amiga que me entende de verdade.

Robert

Sempre evitei festas, principalmente as de jovens adultos; mas essa, em específico, eu não poderia faltar. Afinal, sou dono da universidade — seria descaso não comparecer à festa de boas-vindas aos calouros. Mesmo que quisesse, acho que não conseguiria deixar de ir. Franklin não para de me mandar mensagens falando sobre essa droga de festa.

Procuro manter certa distância dos jovens bajuladores e oportunistas. É frustrante ficar pensando se alguém está perto de você pelo seu dinheiro ou porque realmente se interessa.

Acho que grande parte das minhas decisões é baseada em pensamentos medrosos; a frustração me fez um solteirão de trinta e quatro anos. Não que eu odeie ser solteiro, mas odeio me sabotar sempre que começo a gostar de alguém.

Meu celular toca de novo. Juro que, se for Franklin falando da festa, eu cometo um crime.

— Alô?

— Olá, Sr. Parker, sou a Eliza do setor administrativo da University of Art. Gostaríamos de confirmar sua presença no evento desta noite, às nove horas.

— Estarei presente, mas, como nos outros anos, só ficarei no início da confraternização; tenho alguns compromissos inadiáveis.

— Obrigada pela atenção. Tenha um ótimo dia, Sr. Parker.

Mal posso esperar que esse dia acabe e eu volte à minha rotina. Agora preciso escolher uma roupa para o “grande” dia dos calouros.

Jessica

Não achei que a noite chegaria tão rápido. Mal consegui escolher uma roupa ao nível do que uso em eventos importantes. Ainda assim, sinto que essa saia justa combina com quase qualquer ocasião, e a blusa mais descontraída traz um clima festivo.

Corri ao banheiro para checar o visual. Amo ser baixa — quase toda roupa me dá um ar mais fofo — e meu cabelo, ondulado nas pontas, sempre mantém comprimento e volume perfeitos.

Droga! Alyssa vai me matar. Estou vinte minutos atrasada; não devia ter passado tanto tempo me admirando no espelho. Posso alegar que meus pais me pediram para fazer algo e é por isso que me atrasei.

Peguei o carro da minha mãe emprestado para chegar mais rápido. Depois de um tempo dirigindo, lembrei que foi uma péssima ideia: lá em casa há regras; uma delas é que, se eu pegar o carro emprestado, tenho que voltar no máximo à meia-noite — e nada de bebidas alcoólicas.

O trânsito não estava dos melhores — esse dia com certeza seria um dos piores. Tento pensar positivo, mas está sendo missão quase impossível.

Pensei que um pouco de música me ajudaria a esquecer os problemas e o atraso. Não tinha nada a perder, já estava muito atrasada e levaria bronca da minha amiga de qualquer forma. Tentei esticar a mão direita até a porta-luvas para pegar uns CDs que deixava lá, e acabei derrubando muitos papéis. Entre eles, havia um bem chamativo: parecia uma carta de amor da era vitoriana. Eu sabia que não deveria bisbilhotar, mas aquilo me intrigou de um jeito que não sei explicar. Decidi parar o carro — não teria outra chance de ler.

Não dava para acreditar no que meus olhos viam: uma carta de amor de um amante da minha mãe. Como ela pôde trair meu pai durante todos esses anos e ainda fingir que somos uma família perfeita?

Coloquei tudo no lugar e voltei a dirigir o mais rápido que pude. Cheguei ao final da cerimônia de boas-vindas tão atordoada que nem sei se vi o dono da universidade; eu tenho o péssimo hábito de me atrasar e nunca o via palestrando — ou ele tem o péssimo hábito de sair cedo das festas.

— Eu não acredito que mais uma vez você me deixou esperando um século — diz Alyssa.

— Me desculpa de verdade. Minha mãe pediu que eu fizesse umas coisas e acabei perdendo a hora enquanto me arrumava.

— Seu lema de vida deve ser “atrasada sim, mas feia nunca”, porque, olha... você sempre chega uma hora depois do combinado, mas nunca deixa de se arrumar.

— Já pedi desculpas. O trânsito estava um horror e estou me sentindo péssima com tudo que aconteceu hoje.

— Tudo bem, mas só vou te perdoar com uma condição.

— E qual seria?

— Que você vá a uma festa que vai rolar a algumas quadras daqui. Eu estava impaciente por você ter demorado porque esse lugar está morto — até o dono daqui saiu antes de acabar. Então, o que você me diz?

— Tudo bem, mas preciso voltar à meia-noite; você sabe das regras, né?

— Claro — ela ironiza — o vestido fica rasgado, o cabelo desarrumado, os cavalos viram ratos e a carruagem vira abóbora.

— Muito boa sua referência, mas é sério: estou com o carro da minha mãe e...

— Coloca no estacionamento daqui e tudo fica bem. Não pensei muito — vamos antes que até a festa da madrugada acabe enquanto discutimos.

— Tudo bem, dessa vez não vou contestar; estou te devendo.

Chegamos ao local da festa e parecemos o centro das atenções. Não havia muitas pessoas da faculdade; isso me deixou feliz: assim não passaríamos a noite sendo taxadas de vagabundas interesseiras.

Depois de alguns drinks que eu não deveria ter bebido, comecei a perceber maior movimentação de alunos e professores — e aí minha noite começou a azedar.

Muitos caras, sabendo que éramos da área de moda, começaram a nos importunar, querendo sair com a gente e dizendo coisas vulgares como se isso fosse nos convencer a ir para casa de algum deles. Eu estava exausta de tanto fugir dessa situação.

Todos nos olhavam como se fôssemos um grande e suculento pedaço de carne. Por algum motivo, eles começaram a se afastar quando dois homens, aparentemente ricos, se aproximaram. Alyssa disse que aquilo era normal nas festas e não se importou tanto; eu, por outro lado, tive uma das minhas “brilhantes” ideias.

— Amiga, tive uma ideia para me vingar de maneira divertida. Assim que aqueles homens chegarem, vou me comportar como uma idiota: superficial e interesseira — já que é assim que eles nos julgam sem motivo. Está na hora de provarem desse veneno.

— Finalmente algo pra me divertir de verdade esta noite. Estou contando com suas habilidades teatrais.

Robert

A noite estava tão chata e tive a confirmação quando meu amigo Franklin avistou duas alunas de moda. Ele insistiu para que fôssemos puxar assunto e, quem sabe, terminar a noite com uma delas. A princípio fui contra: que tipo de coisas os alunos da minha universidade iriam pensar se me vissem pegando alunas de lá?

— Ah... qual é, cara. Sei que você está de olho na baixinha de cabelos longos.

— Ela é linda, sem dúvida, mas minha ética me impede de me envolver.

— Então vamos apostar: vamos lá conversar. Se ela não te quiser, eu não te perturbo mais em festas e paro de perseguir os estudantes de moda; mas, se ela for para sua casa, você me conta tudo.

— Tudo bem, mas se der qualquer sinal de desconforto, voltamos.

— Fechado.

Caminhamos a passos largos pela multidão até nos aproximarmos das moças, e antes que pudéssemos falar algo, a baixinha de cabelos longos me deu um esbarrão quase de propósito.

— Ah... desculpe, não te vi aqui.

— Eu te desculpo se me deixar te pagar uma bebida...

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