Capítulo 03: Noite de Loucuras.

Jessica

Por uma fração de segundos eu não senti as minhas pernas, o sangue em meus lábios sumira e eu me sentia uma criança arteira que foi pega pelos pais enquanto fazia alguma traquinagem, tentei disfarçar o meu total pânico em perder a virgindade com um desconhecido.

 - Se não quiser eu posso te levar para casa, não esperava que você fosse tão longe de qualquer forma.

 Suas palavras eram como canivetes, se cravando bem fundo nas minhas costas e somente reafirmando a

garota medrosa que eu sempre fui, nesse momento pensei em Alyssa falando “É só sexo”, “Você não precisa se casar para fazer isso” dentre outras coisas que ela sempre dizia quando eu me recusava a sair para fazer sexo casual.

 - Não é tão simples assim...

 - Então me explique. O que te impede de entrar naquele quarto?

 - Eu nunca... Nunca fiz sexo e tenho certas duvidas se devo fazer isso agora.

 - Eu nunca pensei que você fosse tão boa atriz. Eu até mesmo esqueci que tinha pedido para você

atuar.

Mais uma vez pensei no erro que cometi ao não contar toda verdade quando tive a chance, mas não me importava mais, se meus pais podem encenar como se fossemos uma família perfeita todos os dias... Por que eu não poderia encenar uma cena de sexo sendo virgem?

 - Já que gostou tanto da minha atuação poderia atuar também... Aposto que você já dormiu com muitas virgens e sabe como fazer isso.

 - Se é o que você quer... Só existem algumas regras que estabeleci a mim mesmo sempre que fosse fazer sexo com uma virgem.

 - Quais seriam?

 - Não uso preservativo. Não faço coito interrompido e no dia seguinte você precisa tomar alguns remédios para não... Você sabe.

 - Tudo bem, mas saiba que se eu pegar qualquer tipo de doença eu te processo.

 - Relaxa! Meus exames estão em dia e eu espero que os seus também.

Robert

Caminhamos até a porta do meu quarto em um silencio ensurdecedor, ela parou em frente à porta e engoliu em seco, parecia tremula. Até que a mesma respirou fundo, tocou a maçaneta, abril a porta bem lentamente e começou a observar toda extensão do local.

 - Podemos tomar um banho antes? Não gosto da ideia de ter acabado de sair de uma balada e deitar em uma cama impecavelmente limpa...

 - Sem problemas é claro, se eu puder te acompanhar...

 - Faça o que achar melhor.

Nós entramos no banheiro do quarto sem trocar muitas palavras e ela parecia um pouco desconfortável ao ficar nua na minha frente, era um pouco estranho pensar que poderia ser insegurança visto que ela é dona de um corpo incrivelmente belo e ficava completamente vermelha quando notava meus olhares. Por fim tirei minha roupa também a fim de deixa-la mais confortável.

 - A banheira já está cheia...

Eu entrei e logo em seguida ela entrou e se acomodou sentando entre as minhas pernas, meu corpo era tão grande em relação ao dela, e sua pele macia continuava exalando um aroma de baunilha... Tudo aquilo estava

me deixando muito excitado.

Deslizei minhas mãos até seus seios enquanto depositava beijos na extensão de seu pescoço, ela estava ficando cada vez mais vermelha ofegante e a cada toque dava pequenos gemidos que soavam como música para os meus ouvidos.

Jessica

Senti as mãos de Robert deslizar para uma área que nem eu mesma tinha muita coragem de explorar e foi então que eu comecei a surtar com tudo, como assim eu iria fazer sexo? Uma virgem sem experiência e com um cara

que acabei de conhecer...

 - NÃO TOQUE AI!

Pude perceber certo espanto nos olhos dele e então me lembrei de que tinha conversado com ele sobre já ter saído com outros homens, Droga! Como eu iria dar continuidade para todo aquele teatro se não sabia como concluir o objetivo principal?

 - Eu fiz algo de errado? Achei que você estava de acordo sobre fazermos sexo casual.

 - Não fez nada de errado, eu só estou atuando como uma verdadeira... Virgem... Achei que era isso que você queria.

 - Me desculpe, eu me esqueci do acordo por alguns minutos.

Ele me puxou de volta para os seus braços e o mesmo me beijou com delicadeza, eu sentia borboletas na minha barriga e parte de mim estava adorando tudo aquilo.

Nós saímos da banheira e Robert me carregou em seus braços até a cama, onde me deitou confortavelmente. Naquele momento eu tentava entender porque as garotas falavam tão mal sobre perder a virgindade.

Tudo estava indo tão bem e olha que eu estava fazendo isso com um completo estranho. O que poderia ser tão ruim em perder a virgindade?

 - Podemos?

 - Sim, não, espera. Eu estou um pouco nervosa...

 - Não fique...

Ele me puxou de forma um tanto quanto agressiva e aquilo me assustou, quando eu pensei em falar algo ele já estava abrindo minhas pernas e se preparando para me penetrar.

 - ESPERA!

 - Não precisa mais atuar, eu estou esperando até de mais para uma pessoa que tem vida sexual ativa.

 Não tive oportunidade de responder e ele já estava me penetrando, aquela foi uma das piores sensações da minha vida, eu queria chorar, gritar, sair daquele maldito lugar.

 - De fato você estava bem apertada, mas daqui a pouco tudo melhora.

 - Você me machucou, eu pedi para esperar...

 - Relaxa! Eu achei que essa situação era normal na sua vida.

Normal? Como isso seria normal? Eu estava tentando entender o sentido de normal no mundo dele. Eu não entendia nem mesmo aonde tudo aquilo iria me levar.

Deitei de bruços para não ter que olhar para ele, eu só queria terminar aquilo e sair correndo daquele lugar, ele conseguiu estragar tudo por ser tão impaciente nos últimos minutos...

 - Não sabia que você gostava de ficar de quatro... Também cansou de bancar a menina pura?

 - Não estou te entendendo.

E foi ai que eu percebi que mudar de posição foi uma das minhas piores decisões, Ele começou a fazer movimentos muito rápidos enquanto apertava minha cintura com muita força, eu sentia que a qualquer momento ele iria quebrar minha coluna com toda aquela força.

Eu sentia que a cada vez que eu gritava e gemia ele ansiava por mais e mais, não tinha como piorar... Foi o que eu pensei. Ele entrou em uma espécie de transe e começou a morder minhas costas e dar tapas na minha bunda.

Tudo estava se tornando tão insuportável que eu não sabia o quanto mais eu aguentar.

Robert

Eu me odiava por estar fazendo tudo aquilo, mas eu simplesmente não conseguia parar de jogar todas as minhas frustrações românticas naquela garota que acabara de conhecer... Por quê? Por que ela tinha que ser como todas as outras? Eu só queria ser amado verdadeiramente por alguém.

Ela era tão perfeita que me fazia a odiar por não suprir minhas expectativas românticas, mas de qualquer forma eu não poderia fazê-la suportar mais toda a minha babaquice.

Então eu gozei dentro dela para acabar com toda aquela situação deplorável, não fazia a menor ideia de como ela se sentia, mas talvez ela já esteja acostumada com essas coisas, afinal caras que pagam por sexo são sempre bem escrotos e muitas vezes fazem coisas desumanas só para sentir o poder de controlar alguém.

 - Jessica?

 - Eu preciso ir ao banheiro...

 - Tudo bem.

Jessica ficou lá por horas e eu sem entender muito bem resolvi levantar da cama e acender as luzes do quarto e me senti em um show de horrores... Minha cama estava repleta de sangue e fluidos corporais.

 - Que merda que eu fiz? Ela era realmente virgem? (sussurra).

As luzes se apagaram de repente, Jessica havia saído do banheiro? Eu estava bem perturbado com o que vi, a que ponto eu cheguei com todo o meu ódio e frustrações?

 - Podemos dormir?

 - Sim...

Respondi quase de maneira automática, minha mente estava bem longe depois de tudo o que vi, mas não queria faze-la responder coisas embaraçosas depois de tudo que eu fiz. Deitei-me na cama na esperança de poder conversar com ela no dia seguinte.

Jessica

Que merda eu estava pensando? Isso não foi uma vingança... Acho que sou louca, quem em sã consciência iria dormir com um cara que acabou de conhecer e achar que vai ser incrível? Eu preciso fazer algo, não posso ficar aqui dormindo com ele como se o que acabara de acontecer fosse normal.

 - Está sem sono?

 - Eu preciso ir para casa...

 - Não. Está muito tarde, se quiser ir espere amanhecer.

 - Eu preciso ir agora... Não quero ficar aqui, estou me sentindo sufocada com meus próprios pensamentos.

 - Quer conversar sobre o que acabou de acontecer?

 - Não!

 - Não me julgue como o único babaca aqui, você não foi sincera comigo sobre ser virgem.

 - Isso não é algo discutível, então você quer dizer que é justificável tratar mulheres que não são virgens como um lixo?

 - Não, mas eu tenho certo desgosto por mulheres que fazem tudo por dinheiro.

 - Eu não quero seu dinheiro.

 - Então por que se sujeitou a tudo isso até o fim?

Essa era a pergunta que nem eu mesma sabia responder, Por quê? Falta de liberdade? Falta de experiência? Ou eu só queria ser como Alyssa e fazer tudo sem pensar? Tudo aquilo era um grande mistério para mim também.

 - Eu... Quero ir para casa, agora.

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