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Laços Eternos

Capítulo 01: O encontro.

Sinopse

Já parou para pensar em como uma noite de diversão pode mudar o resto de sua vida?

Jessica Cooper, uma estudante de Moda em uma universidade particular, luta contra o rótulo de superficialidade que a sua turma enfrenta desde o inicio das aulas. Em uma noite de bebedeira, decidida a fazer um trote e se libertar das expectativas alheias, ela finge ser a garota oportunista e ousada que todos esperam. No entanto, seu plano inesperadamente a leva a um encontro com Robert Parker, o enigmático dono da universidade. O que deveria ser apenas uma aventura casual se transforma em um verdadeiro pesadelo, desencadeando uma série de desavenças com sua família, amigos e responsabilidades que ela nunca imaginou ter que enfrentar tão cedo. Em meio a intrigas e descobertas sobre si, Jessica terá que aprender a equilibrar suas verdadeiras paixões e a imagem que os outros têm dela, em uma jornada de autoconhecimento e redenção.

Nota da Autora

Olá Nekos! Estou com um novo projeto voltado para o romance dramático que retrata o cotidiano de uma pessoa que está saindo da fase adolescente para o mundo dos adultos. É uma etapa da vida em que qualquer simples coisa pode mudar nossos planos e sonhos.

Atenção! Este livro é um romance contemporâneo New Adult. Ele contém conteúdo sexual e obsceno para maiores de 18 anos.

Playlist

Golden hour – JVKE

Snowman– Sia

I don't care how long it takes - Silent DJ

Until I Found You - Stephen Sanchez

When I Was Your Man - Bruno Mars

ESCORT- Chase Atlantic

Hymn for the Weekend – Coldplay

Grace- Fujii Kaze

Still With You – Jungkook

Wasting My Young Years - London Grammar

Dusk till Dawn – ZAYN

Dandelions- Ruth B.

Prada & Versace - Chris Grey

Older - Isabel LaRosa

Car's Outside - James Arthur

Swing Lynn – Harmless

Way down We Go – Kaleo

É tão absurda a maneira como minha vida desandou por

causa de uma simples e idiota escolha.

Jessica

Mais que inferno, eu odeio volta às aulas, pessoas novas, problemas antigos e coordenadores bajulando calouros que não fazem a menor ideia do que é a vida universitária e acabam acreditando que é esse mar de

rosas.

A única vantagem é que eles dão algumas festas de boas vindas, não gosto muito de festas, mas como não tenho tanto tempo para conversar com meus amigos isso se torna motivo suficiente para eu me animar, colocar uma roupa incrível e passar um tempo me divertindo.

Hoje eu completo dois anos aqui em University of Art uma das instituições particulares mais renomadas aqui de City Flowers, moro nessa cidade desde que me entendo como gente, um lugar bem harmonioso com vários

jardins para passar o tempo, acho que a única parte “ruim” dessa cidade é o inverno rigoroso.

Estava tão distraída que nem ao menos olhei minhas notificações, com certeza deve ser Alyssa querendo me encontrar para conversar sobre seu encontro de ontem à noite. Eu deveria acertar os números da loteria

se eles fossem tão previsíveis quanto meus amigos.

Ainda bem que estou próxima do local em que nos encontramos, tão próxima que consigo ver sua expressão de tristeza e frustração, às vezes me pego pensando, como uma mulher dessas sofre por amor?

Jessica – Eu preciso perguntar como foi à noite?

Alyssa – Está tão nítido assim?

Jessica – Conte-me tudo cachinhos castanhos!

Alyssa – Ai amiga, estava tudo bem até ele perguntar o que eu cursava, eu não menti, mas realmente não entendo o porquê dos estudantes de moda dessa universidade serem tão mal vistos, eles nos acham superficiais, fáceis e oportunistas.

Acabo de me lembrar de um dos motivos para eu odiar as pessoas desse lugar, como eles conseguem julgar uma pessoa pelo que ela cursa sem ao menos trocar duas palavras?

Alyssa – Terra chamando Jessica!

Jessica – Desculpa pode continuar como tudo terminou?

Alyssa – Aquele babaca continuou se gabando de como a família dele é “poderosa” e que se ele quisesse compraria uma garota para mimar com todos os luxos do mundo, ai minha amiga... Esse foi o momento em que eu usei a cor da minha pele para deixa-lo sem ter para onde ir.

Jessica – Você não fez isso...

Alyssa – Fiz! Falei bem na cara dele, vem cá, você está me chamando de escrava de uma maneira “polida” porque sou negra? Nesse momento ele gelou, quando eu falei em delegacia para fazer o B.O, ele quase beijou os

meus pés dizendo que foi mal interpretado, por fim eu estava cansada daqueles milhões de desculpas e fui para casa.

Jessica – É por isso que não namoro e nem saio com ninguém, deve ser muito frustrante criar expectativa com uma pessoa e no final ela te decepcionar sem nem ao menos te conhecer como um todo.

Nesse momento vi seus olhos amendoados brilharem como se fosse chorar ou rir loucamente, é... Foi à segunda opção.

Alyssa – Amiga para de romantizar tudo, eu só fui dar, não pretendia casar com ele, sei que isso pode soar bem absurdo para você, mas acorda! você tem vinte e dois anos, isso é algo “normal” no ambiente universitário.

Jessica – Eu sei, mas tenho medo de como as pessoas irão me olhar depois que eu fizer algo desse tipo, ou que o universo pode me dar um castigo por eu sair fazendo várias loucuras.

Alyssa – Com várias loucuras você quer dizer: Sexo antes do casamento? Minha virgem imaculada.

Eu juro que tentei não corar, mas minha pele não era tão bronzeada para esconder tal ruborização pela vergonha que senti.

Alyssa – Não precisa nem me responder, mudando de assunto, vamos ir à festa dos calouros hoje à noite? Fiquei sabendo que vão ter várias pessoas importantes, suas opções de respostas são: sim ou sim, lembre-se de que sua melhor amiga está muito triste pelo encontro de ontem.

Jessica – Então eu irei por livre e espontânea pressão.

Nós não conseguimos segurar a risada, é tão bom passar um tempo com uma amiga que me entende de verdade.

Robert

Eu sempre evitei festas principalmente as de jovens adultos, mas essa em especifico eu não poderia faltar, afinal, sou o dono da universidade e seria muito descaso não comparecer na festa de boas vindas aos calouros, fico pensando que não conseguiria deixar de ir nem se quisesse Franklin não para de me mandar mensagens falando sobre essa droga de festa.

Procuro manter certa distancia dos jovens bajuladores e oportunistas é muito frustrante ficar se perguntando se alguém está saindo com você pelo seu dinheiro ou se essa tal pessoa está realmente interessada.

Acho que grande parte das minhas decisões é baseada em pensamentos medrosos e frustrada me fez ser um solteirão de trinta e quatro anos, não que eu odeie ser solteiro, mas odeio me sabotar sempre que estou bem

com uma pessoa de que gosto.

Meu celular está tocando novamente... Eu juro que se for Franklin falando de festa novamente eu irei cometer um crime.

- Alo?

- Olá Sr. Parker\, sou a Eliza do setor administrativo de University of Art\, nós gostaríamos de confirmar sua presença no evento desta noite às nove horas.

- Eu estarei presente\, mas assim como nos outros anos só ficarei no inicio da confraternização\, tenho alguns compromissos inadiáveis.

- Obrigada pela atenção e tenha um ótimo dia Sr. Parker.

Mal posso esperar para que esse dia acabe e eu volte a minha rotina normal, agora preciso escolher uma roupa para o “grande” dia dos calouros.

Jessica

Não achei que a noite chegaria tão rápido, mal consegui escolher uma roupa no nível do que uso em eventos importantes, mas sinto que esse estilo de saia colada combina com quase qualquer ocasião e a blusa um pouco mais descontraída que traz mais um clima festivo.

Corri até o banheiro para checar como estava e bom eu amo ser mais baixa, quase toda roupa que uso dar um ar mais fofo e meu cabelo por mais que seja ondulado nas pontas sempre tem um comprimento e volume perfeito.

Droga! Alyssa vai me matar, estou vinte minutos atrasada, eu não deveria ter passado tanto tempo me admirando na frente do espelho, se bem que posso dar a desculpa de que meus pais me pediram para fazer algo e por

isso me atrasei.

Peguei o carro da minha mãe emprestado para chegar mais rápido, depois de um tempo dirigindo lembrei que foi uma péssima ideia ter pegado o carro, lá em casa tem algumas regras e uma delas é que se eu pegar o carro emprestado tem que voltar para casa no máximo meia noite e nada de bebidas alcoólicas.

O transito não estava um dos melhores, esse dia com certeza seria um dos piores, Estou tentando pensar positivo, mas está sendo uma missão quase impossível.

Pensei que um pouco de música me ajudaria a esquecer dos problemas externos e o atraso, bom não tinha nada a perder, pois já estava bem atrasada e levaria bronca da minha amiga de qualquer forma, tentei esticar minha

mão direita até a porta luvas para pegar uns CDs que deixava lá, acabei derrubando muitos papeis dentre eles tinha um bem chamativo, parecia uma carta de amor da época vitoriana, eu sabia que não deveria bisbilhotar, mas aquilo me intrigou de uma maneira que não eu saberia explicar, decidi parar o carro, não teria outra chance para ler.

Não dava para acreditar no que meus olhos estavam vendo, era uma carta de amor de um amante da minha mãe, como ela pode trair meu pai durante todos esses anos e ficar fingindo que somos uma família perfeita...

Coloquei tudo no lugar e voltei a dirigir o mais rápido que pude, cheguei ao final da cerimônia de boas vindas, estava tão atordoada que nem mesmo sei se vi o dono da universidade, eu tinha o péssimo abito de me atrasar e nunca o via palestrando, ou ele tinha o péssimo abito de sair cedo das festas.

- Eu não acredito que mais uma vez você me deixou esperando um século.

- Me desculpa de verdade\, minha mãe pediu para eu fazer algumas coisas e acabei perdendo a hora enquanto me arrumava.

- Seu lema de vida deve ser “Atrasada sim\, mas feia\, nunca” porque olha... Você sempre chega uma hora depois do combinado\, mas nunca deixa de se arrumar.

- Eu já pedi desculpas\, o transito estava um horror e eu estou me sentindo péssima com tudo que aconteceu durante o dia.

- Tudo bem\, mas só vou te perdoar com uma condição.

- E qual seria?

- Que você vá a uma festa que vai rolar a algumas quadras daqui\, eu estava impaciente por você ter demorado porque esse lugar está morto\, até o dono daqui saiu antes de acabar\, então o que você me diz?

- Tudo bem\, mas preciso voltar à meia noite\, você sabe das regras não é mesmo?

- Claro\, o vestido fica rasgado\, o cabelo desarrumado\, os cavalos viram ratos e a carruagem vira abobora.

- Muito boa sua referencia\, mas é sério\, estou com o carro da minha mãe e...

- Coloca no estacionamento daqui e tudo ficará bem\, não pensei muito\, vamos antes que até a festa da madrugada acabe enquanto discutimos.

- Tudo bem\, dessa vez não irei contestar porque estou te devendo.

Chegamos ao local da festa e parecíamos o centro das atenções, não havia muitas pessoas da faculdade, isso me deixou bem feliz só assim não iriamos passar a noite sendo taxadas de vagabundas interesseiras.

Depois de alguns drinks que não deveria ter bebido comecei a perceber uma maior movimentação de alunos e professores naquela festa e foi ai que minha noite começou a ficar uma merda.

Muitos caras em cima que já sabiam que erámos da área de moda começaram a perturbar querendo sair e dizendo coisas bem vulgares como se aquilo fosse nos convencer a ir para casa de um deles, eu estava realmente exausta de tanto fugir daquela situação.

Todos nos olhavam como se fossemos um grande e suculento pedaço de carne, mas por algum motivo eles começaram a se afastar enquanto dois homens aparentemente bem ricos foram se aproximando do local, Alyssa disse que aquilo tudo era bem normal nas festas então não se importava tanto, eu por outro lado tive uma das minhas “brilhantes” ideias.

- Amiga eu tive uma ideia para me vingar de maneira divertida\, assim que aqueles homens chegarem aqui\, eu vou me comportar como uma idiota\, superficial\, interesseira\, já que é assim que eles nos julgam sem motivos\, está na hora de provarem desse veneno.

- Finalmente algo para me divertir de verdade essa noite\, estou contando com suas habilidades teatrais.

Robert

A noite estava tão chata e eu tive a certeza disso quando meu amigo Franklin avistou duas alunas de moda e insistiu para que fossemos puxar assunto e quem sabe terminar a noite com uma delas na cama, de inicio fui

contra, que tipo de coisas os alunos da minha universidade iriam pensar se me vissem pegando alunas de lá.

- Ah... Qual é cara\, eu sei que você está de olho na baixinha dos cabelos longos.

- Ela é linda com toda certeza\, mas minha ética diz para eu não me envolver.

- Então vamos fazer uma aposta\, nós vamos até lá para conversar\, se ela não te quiser eu não te perturbo com mais nenhuma festa e não vou mais perseguir os estudantes de moda\, mas se ela for para sua casa você vai me contar tudo.

- Tudo bem\, mas se derem um mínimo sinal de que elas estão desconfortáveis com a situação nós iremos voltar para casa.

- Fechado.

Caminhamos em passos largos em meio a uma multidão que não parecia acabar até finalmente chegar perto das lindas moças e antes que pudéssemos falar algo à baixinha de cabelos longos me deu um esbarrão quase que de propósito.

- Ah... Desculpe-me não te vi aqui.

- Eu te desculpo se me deixar te pagar uma bebida...

Capítulo 02: Primeiros Erros

Jessica

O pedido do cara de olhar misterioso ficou no ar até eu lembrar-me que estava ali por um simples acertos de contas e para me divertir com qualquer idiota que me quisesse “comprar”.

- Só uma bebida?Não sei se vale o esforço...

- Se achar melhoreu te compro o bar.

- O bar e mais quatro pares de Louboutin.

- Bem exigente\,mas eu não me oponho\, preciso afasta-la da sua amiga por alguns minutos... Ou horas.

Sorri maliciosamente demonstrando interesse em sua proposta de sair de lá junto a ele, minha amiga lançava-me vários olhares como se quisesse me dizer algo importante, mas eu não queria sair do personagem e me tornar a certinha de sempre.

Nós caminhamos até o bar do andar de cima, era uma espécie de área vip com sofás de canto e mesinhas bem charmosas, não era tão cheio quanto à parte de baixo, mas cheirava a charutos, um aroma meio achocolatado com fumo, um pouco enjoativo.

Ele me indicou um local para sentarmos, rapidamente chegou um garçom para nos atender e parecia estar bem nervoso com a presença do homem de olhos negros misteriosos.

- O que o Sr.Parker deseja essa noite?

- Gin tônica e para moça?

- Quero um Martini com cereja.

O garçom anotou prontamente nossos pedidos e fez uma reverência e se retirou aquilo foi bem bizarro, das poucas vezes em que entrei em uma área vip nunca notei esse comportamento de submissão entre os garçons.

- Então olhos azuis qual é o seu nome?

- Cooper... Jessica Cooper e o seu gigante?

- Não sou tão alto\, tenho 1.80\, você que é muito baixa\, mas respondendo sua pergunta é Robert Parker\, pensei que já me conhecia.

- Como poderia lhe conhecer se é a primeira vez que nos encontramos? O nome não me é estranho\, mas realmente não me recordo\, eu posso ter visto em qualquer lugar.

- Achei que sabia quem eu era por isso aceitou o convite... Mas é melhor assim.

- Ah não se sinta tão especial\, nós saímos com homens poderosos o tempo inteiro\, é um espécie de troca\, não é fácil manter as mensalidades da faculdade em dia e ter roupas de grife.

- Entendo... Eu só imaginei que me conhecesse\, mas se você gosta desse tipo de acordo quem sou eu para julgar? Mudando de assunto me conte um pouco mais sobre você.

- É tudo bem raso e padrão\, curso moda aqui perto na University of Art\, faço compras quatro vezes por semana\, venho para bares com umas amigas para encontrar homens que amam nós mimar com coisas fúteis no geral e é isso.

- Onde você mora? Seus pais aprovam esse comportamento?

- Vá com calma... Eu moro com eles aqui na capital mesmo\, mas eles não ficam tão em cima\, eu tenho vinte e dois anos\, não sou uma criancinha que precisa da aprovação deles para sair com homens.

- E o que te faz pensar que eu quero ser um desses Homens?

- Você me chamou até aqui e...

Antes que eu continuasse o garçom chegou com as bebidas colocando-as sobre a mesa e quando ele se retirou permaneceu um silêncio com ambos bem desconfortáveis com a situação, comecei a observar seu rosto e ele

até que era um cara acima do padrão e tinha um charme em seu jeito de falar pouco sobre si.

- Você falou pouco sobre sua vida... Quantos anos você tem?

- trinta e quatro... Que bom que você também é maior de idade\, não seria legal um escândalo com meu nome.

- Você parece ser mais jovem\, mas gosto de homens mais maduros... Você trabalha com o que?

- Sou Empresário.

- Isso é algo bem vago\, muitos empresários visitam esse bar\, mas qual é a empresa e com o que vocês trabalham?

Ele fez uma longa pausa quando senti uma mão deslizando entre minhas coxas, meu coração acelerou por alguns minutos, nunca tinha passado por esse tipo de situação, mas não queria correr como uma garotinha medrosa com zero experiência, eu decidi que o melhor era continuar o meu jogo.

Eu não me afastei e o deixei chegar mais perto e foi quando ele aproximou seus lábios perto da minha orelha esquerda como se fosse me dizer algo que ninguém poderia ouvir.

- Acho que o importante não é qual é a minha empresa e sim o quanto eu ganho para poder fazer o que quiser com garotas como você...

Não sabia o que fazer nessa situação, mas eu comecei sentir coisas estranhas na minha barriga e meu corpo parecia muito quente a cada vez que ele encostava sua barbar por fazer em meu pescoço.

- Você faz isso muitas vezes por semana? Perece um pouco tensa\, relaxa um pouco\, eu vou te tratar como uma boneca de luxo. Não é isso que você gosta?

- Claro... Sou o que você quiser que eu seja por oito mil euros.

Eu tentei sorrir para indicar o sarcasmo e a piada, mas ele parecia acreditar em tudo aquilo, fiquei um pouco receosa torcendo para Alyssa aparecer e me arrumar uma boa desculpa para sair daquele local com ela, infelizmente ela estava com o idiota do amigo dele e com certeza não iria conseguir mandar um sinal para ela.

Robert

Estava com um misto se sensações, raiva por ela me tratar como um grande caixa eletrônico, tristeza por achar que seria diferente e que ela seria a garotinha gentil que aparenta ser e morrendo de vontade leva-la para casa e me satisfazer de todas as maneiras possíveis.

Eu só queria uma vez na vida que tudo fosse diferente, mas o universo não me ajuda e coloca sempre mulheres no meu caminho em que eu acabei saindo um trapo emocionalmente da relação.

Mas já que é dessa forma eu prefiro aproveitar o momento e fingir que tudo de que preciso está em minha frente, eu a teria de qualquer forma, não importa o quanto eu pague por isso.

Entrelacei minha mão direita em seus longos cabelos segurando em sua nuca e a puxei para um longo beijo, seus lábios eram tão macios, as bochechas dela cheiravam a baunilha o que me deixava com mais vontade de nunca solta-la, tentei puxar o corpo de Jessica para perto de mim e foi quando ela se afastou bruscamente, aquilo me surpreendeu bastante a julgar pelo comportamento dela durante toda noite.

- Desculpa\, mas não posso fazer coisas como esta em um local publico.

- Tem medo de não conseguir se controlar tão perto?

- Na verdade eu saio com outros homens que frequentam esse bar e não seria legal se um deles aparecesse...

Eu estava fervendo de ódio em ouvir essas palavras vindas da linda mulher que estava comigo, a mulher que eu daria tudo para ser o que aparenta... É isso! Vou fazer uma proposta para o fim da noite.

- Então que tal sairmos daqui e ir para um local mais privado?

- É que minha amiga...

- Ela já foi embora\, não achei que você dava esses tipos de desculpa para não sair com um cara\, se não quiser é só ser direta.

- Desculpa... Não é isso.

- Então o que é?

- Nada... Eu só achei que ela me esperaria\, já que ela já foi eu saio com você.

- ótimo\, meu carro está aqui perto.

Jessica

Caminhamos até o estacionamento do bar assim que avistamos o carro dele eu comecei a repensar se deveria ir ou não, ele é proprietário de uma Lamborghini Veneno a empresa dele deve ser de prostituição, mercado negro ou alguma coisa muito obscura, que empresa ganha tanto dinheiro assim?

Eu estava tão avoada em meus pensamentos tentando adivinhar no que ele trabalhava de fato que acabei esquecendo que eu ainda estava lá com ele e foi ai que ele tocou em meu ombro na tentativa de me despertar.

- Jessica? Tem algo errado? Não gosta do carro?

- Não\, eu só estava pensando em algumas coisas.

Ele abriu a porta para que eu pudesse entrar e logo depois entrou no carro também, foi uma viagem bem silenciosa por muitos minutos até que ele decidiu quebrar o gelo.

- Se você não estivesse satisfeita com o carro eu poderia ir a casa e voltar com outro para te buscar...

- Quem é o louco que não gostaria de uma Lamborghini Veneno? E como assim pegar outro carro? Não gastou

todo seu dinheiro com esse?

- Nem um terço dele\, eu gosto de colecionar carros de luxo.

- Que hobbie caro...

- Por falar em hobbie caro\, eu gostaria de te fazer uma proposta baseada no que você me disse no bar sobre fazer o que eu quiser por oito mil euros...

- Tipo o que?

- Eu te pago o dobro do valor para você se comportar como uma menina que você aparenta ser...

- E como eu aparento ser?

- Divertida\, gentil\, carinhosa\, inocente e por ai vai.

- Nossa não sabia que as pessoas me rotulavam assim antes de me conhecer.

- Foi à impressão que tive antes de começar falar tanto... O que você me diz?

Eu gelei novamente, não sabia se deveria continuar com toda aquela mentira, mas gostei da maneira como ele me descreveu mesmo antes de me conhecer de mentira, acho que é tarde para contar a verdade.

- Tudo bem\, estamos de acordo.

Ele entrou em um dos condomínios de luxo da cidade, mais uma vez fiquei bem impressionada, nunca tive contato com ninguém que morasse nessa área de City Flowers, ele estacionou o carro em uma das vagas do estacionamento onde tinham muitos carros importados.

- Então vamos entrar?

- Isso é um hotel de luxo?

- Não\, é onde eu moro... Não está no seu padrão?

- Não é isso só é bem estranho você trazer uma completa estranha para o local que você mora no primeiro encontro.

- Gosto do sigilo que esse lugar me proporciona.

- Da para perceber\, tem seguranças por todo lado\, você é o novo presidente e eu não estou sabendo?

Ele negou sorrindo da piada que fiz, mas tudo aquilo realmente me intrigava e cada vez mais eu me sentia uma idiota por ter começado aquele joguinho estupido só por uma vingança boba.

Quando Robert Abriu a portal de seu apartamento eu tive a visão de uma enorme sala de estar, uma janela grande que parecia dar para ver toda cidade dali, decoração feita com cores preta e cinza, sofás que acomodariam pelo menos umas treze pessoas, muitos quadros e algo que me chamou atenção uma estante cheia de livros sobre literatura romântica.

Distrai-me foleando os diversos livros quando Robert voltou da cozinha com duas taças e um Vinho Romanée-conti 1994, não sabia se seria uma boa beber mais, talvez tudo ficasse bem pior.

- Não sabia que você também apreciava literatura romântica\, mas isso é real ou faz parte de tudo?

- Isso é real\, me inspira a criar minhas roupas baseada nas sensações que a leitura me traz.

- Preciso ver um de seus portfólios para descobrir o quão romântica você é...

Toda aquela conversa estava me fazendo lembra-se de casa, viajei por alguns segundos pensando nas minhas diversas criações e as horas a fio que passava em meu quarto.

- Você está bem? Não costuma beber vinho?

Notei que fiquei bastante tempo pensando enquanto olhava para taça em minha mão, dei um gole generoso e até que não seria uma má ideia terminar a noite bebendo um bom vinho.

- Não... Apenas lembrando que tenho alguns trabalhos pendentes.

- Minha presença é tão tediosa assim? Ou você é muito estudiosa e está escondendo isso?

- Não é isso\, você é incrível\, eu só estou bem aérea hoje...

Não tinha notado, mas ele estava se aproximando bastante dos meus lábios, eu não era nenhuma tapada para não entender o que ele queria naquele momento.

Foi um beijo breve, porém repleto de carícias, o vinho sempre me deixava bem excitada depois de alguns goles e aquele homem por mais que eu quisesse brincar com os sentimentos dele eu tinha que admitir que ele mexesse comigo.

- Você quer ir para o quarto?

Capítulo 03: Noite de Loucuras.

Jessica

Por uma fração de segundos eu não senti as minhas pernas, o sangue em meus lábios sumira e eu me sentia uma criança arteira que foi pega pelos pais enquanto fazia alguma traquinagem, tentei disfarçar o meu total pânico em perder a virgindade com um desconhecido.

 - Se não quiser eu posso te levar para casa, não esperava que você fosse tão longe de qualquer forma.

 Suas palavras eram como canivetes, se cravando bem fundo nas minhas costas e somente reafirmando a

garota medrosa que eu sempre fui, nesse momento pensei em Alyssa falando “É só sexo”, “Você não precisa se casar para fazer isso” dentre outras coisas que ela sempre dizia quando eu me recusava a sair para fazer sexo casual.

 - Não é tão simples assim...

 - Então me explique. O que te impede de entrar naquele quarto?

 - Eu nunca... Nunca fiz sexo e tenho certas duvidas se devo fazer isso agora.

 - Eu nunca pensei que você fosse tão boa atriz. Eu até mesmo esqueci que tinha pedido para você

atuar.

Mais uma vez pensei no erro que cometi ao não contar toda verdade quando tive a chance, mas não me importava mais, se meus pais podem encenar como se fossemos uma família perfeita todos os dias... Por que eu não poderia encenar uma cena de sexo sendo virgem?

 - Já que gostou tanto da minha atuação poderia atuar também... Aposto que você já dormiu com muitas virgens e sabe como fazer isso.

 - Se é o que você quer... Só existem algumas regras que estabeleci a mim mesmo sempre que fosse fazer sexo com uma virgem.

 - Quais seriam?

 - Não uso preservativo. Não faço coito interrompido e no dia seguinte você precisa tomar alguns remédios para não... Você sabe.

 - Tudo bem, mas saiba que se eu pegar qualquer tipo de doença eu te processo.

 - Relaxa! Meus exames estão em dia e eu espero que os seus também.

Robert

Caminhamos até a porta do meu quarto em um silencio ensurdecedor, ela parou em frente à porta e engoliu em seco, parecia tremula. Até que a mesma respirou fundo, tocou a maçaneta, abril a porta bem lentamente e começou a observar toda extensão do local.

 - Podemos tomar um banho antes? Não gosto da ideia de ter acabado de sair de uma balada e deitar em uma cama impecavelmente limpa...

 - Sem problemas é claro, se eu puder te acompanhar...

 - Faça o que achar melhor.

Nós entramos no banheiro do quarto sem trocar muitas palavras e ela parecia um pouco desconfortável ao ficar nua na minha frente, era um pouco estranho pensar que poderia ser insegurança visto que ela é dona de um corpo incrivelmente belo e ficava completamente vermelha quando notava meus olhares. Por fim tirei minha roupa também a fim de deixa-la mais confortável.

 - A banheira já está cheia...

Eu entrei e logo em seguida ela entrou e se acomodou sentando entre as minhas pernas, meu corpo era tão grande em relação ao dela, e sua pele macia continuava exalando um aroma de baunilha... Tudo aquilo estava

me deixando muito excitado.

Deslizei minhas mãos até seus seios enquanto depositava beijos na extensão de seu pescoço, ela estava ficando cada vez mais vermelha ofegante e a cada toque dava pequenos gemidos que soavam como música para os meus ouvidos.

Jessica

Senti as mãos de Robert deslizar para uma área que nem eu mesma tinha muita coragem de explorar e foi então que eu comecei a surtar com tudo, como assim eu iria fazer sexo? Uma virgem sem experiência e com um cara

que acabei de conhecer...

 - NÃO TOQUE AI!

Pude perceber certo espanto nos olhos dele e então me lembrei de que tinha conversado com ele sobre já ter saído com outros homens, Droga! Como eu iria dar continuidade para todo aquele teatro se não sabia como concluir o objetivo principal?

 - Eu fiz algo de errado? Achei que você estava de acordo sobre fazermos sexo casual.

 - Não fez nada de errado, eu só estou atuando como uma verdadeira... Virgem... Achei que era isso que você queria.

 - Me desculpe, eu me esqueci do acordo por alguns minutos.

Ele me puxou de volta para os seus braços e o mesmo me beijou com delicadeza, eu sentia borboletas na minha barriga e parte de mim estava adorando tudo aquilo.

Nós saímos da banheira e Robert me carregou em seus braços até a cama, onde me deitou confortavelmente. Naquele momento eu tentava entender porque as garotas falavam tão mal sobre perder a virgindade.

Tudo estava indo tão bem e olha que eu estava fazendo isso com um completo estranho. O que poderia ser tão ruim em perder a virgindade?

 - Podemos?

 - Sim, não, espera. Eu estou um pouco nervosa...

 - Não fique...

Ele me puxou de forma um tanto quanto agressiva e aquilo me assustou, quando eu pensei em falar algo ele já estava abrindo minhas pernas e se preparando para me penetrar.

 - ESPERA!

 - Não precisa mais atuar, eu estou esperando até de mais para uma pessoa que tem vida sexual ativa.

 Não tive oportunidade de responder e ele já estava me penetrando, aquela foi uma das piores sensações da minha vida, eu queria chorar, gritar, sair daquele maldito lugar.

 - De fato você estava bem apertada, mas daqui a pouco tudo melhora.

 - Você me machucou, eu pedi para esperar...

 - Relaxa! Eu achei que essa situação era normal na sua vida.

Normal? Como isso seria normal? Eu estava tentando entender o sentido de normal no mundo dele. Eu não entendia nem mesmo aonde tudo aquilo iria me levar.

Deitei de bruços para não ter que olhar para ele, eu só queria terminar aquilo e sair correndo daquele lugar, ele conseguiu estragar tudo por ser tão impaciente nos últimos minutos...

 - Não sabia que você gostava de ficar de quatro... Também cansou de bancar a menina pura?

 - Não estou te entendendo.

E foi ai que eu percebi que mudar de posição foi uma das minhas piores decisões, Ele começou a fazer movimentos muito rápidos enquanto apertava minha cintura com muita força, eu sentia que a qualquer momento ele iria quebrar minha coluna com toda aquela força.

Eu sentia que a cada vez que eu gritava e gemia ele ansiava por mais e mais, não tinha como piorar... Foi o que eu pensei. Ele entrou em uma espécie de transe e começou a morder minhas costas e dar tapas na minha bunda.

Tudo estava se tornando tão insuportável que eu não sabia o quanto mais eu aguentar.

Robert

Eu me odiava por estar fazendo tudo aquilo, mas eu simplesmente não conseguia parar de jogar todas as minhas frustrações românticas naquela garota que acabara de conhecer... Por quê? Por que ela tinha que ser como todas as outras? Eu só queria ser amado verdadeiramente por alguém.

Ela era tão perfeita que me fazia a odiar por não suprir minhas expectativas românticas, mas de qualquer forma eu não poderia fazê-la suportar mais toda a minha babaquice.

Então eu gozei dentro dela para acabar com toda aquela situação deplorável, não fazia a menor ideia de como ela se sentia, mas talvez ela já esteja acostumada com essas coisas, afinal caras que pagam por sexo são sempre bem escrotos e muitas vezes fazem coisas desumanas só para sentir o poder de controlar alguém.

 - Jessica?

 - Eu preciso ir ao banheiro...

 - Tudo bem.

Jessica ficou lá por horas e eu sem entender muito bem resolvi levantar da cama e acender as luzes do quarto e me senti em um show de horrores... Minha cama estava repleta de sangue e fluidos corporais.

 - Que merda que eu fiz? Ela era realmente virgem? (sussurra).

As luzes se apagaram de repente, Jessica havia saído do banheiro? Eu estava bem perturbado com o que vi, a que ponto eu cheguei com todo o meu ódio e frustrações?

 - Podemos dormir?

 - Sim...

Respondi quase de maneira automática, minha mente estava bem longe depois de tudo o que vi, mas não queria faze-la responder coisas embaraçosas depois de tudo que eu fiz. Deitei-me na cama na esperança de poder conversar com ela no dia seguinte.

Jessica

Que merda eu estava pensando? Isso não foi uma vingança... Acho que sou louca, quem em sã consciência iria dormir com um cara que acabou de conhecer e achar que vai ser incrível? Eu preciso fazer algo, não posso ficar aqui dormindo com ele como se o que acabara de acontecer fosse normal.

 - Está sem sono?

 - Eu preciso ir para casa...

 - Não. Está muito tarde, se quiser ir espere amanhecer.

 - Eu preciso ir agora... Não quero ficar aqui, estou me sentindo sufocada com meus próprios pensamentos.

 - Quer conversar sobre o que acabou de acontecer?

 - Não!

 - Não me julgue como o único babaca aqui, você não foi sincera comigo sobre ser virgem.

 - Isso não é algo discutível, então você quer dizer que é justificável tratar mulheres que não são virgens como um lixo?

 - Não, mas eu tenho certo desgosto por mulheres que fazem tudo por dinheiro.

 - Eu não quero seu dinheiro.

 - Então por que se sujeitou a tudo isso até o fim?

Essa era a pergunta que nem eu mesma sabia responder, Por quê? Falta de liberdade? Falta de experiência? Ou eu só queria ser como Alyssa e fazer tudo sem pensar? Tudo aquilo era um grande mistério para mim também.

 - Eu... Quero ir para casa, agora.

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