Porque eu?

Ícaro aproximou da minha orelha, podia sentir sua respiração, minha pele estava toda arrepiada. Não sei ao certo como descrever como me sentia, mas todo meu corpo parecia ter vida própria e não obedecia meus comandos. Será que o Imperador tinha meu manual de instrução?

— Impressão minha ou está esquentando ainda mais? Aqui é tão abafado assim? — perguntei nervosa, como lidar com esse misto de sentimentos contraditórios do que e ao mesmo tempo não quero.

— Fique de costas... — Ícaro sussurrou no ouvido. Meu pescoço automaticamente se arrepiou totalmente. Minha respiração está descompassada. Estava com a mente em branco.

— Ehhh! Espera! Não estou preparada psicologicamente para isso ainda. — Estava cada vez mais nervosa com a ideia. — Onde você está colocando a mão? Hey! Isso dói! Seja gentil, se continuar nesse ritmo, vai me quebrar inteira. Ahh! Isso é bom. Ahhh! É até gostosinho. Não! Hey! Dói. Vai com calma! Não coloca tanta força nisso. Espera, você está rindo?

Ícaro estava sobre mim, suas mãos pressionando minha pele com um tanto de força, estava doendo um pouco, mas era gostoso de certa forma, mas inesperadamente a porta se abriu, alguém passou por ela rapidamente, em questão de segundos vi uma faca voar das mãos de Ícaro para o peito da pessoa que entrava. Havia sangue saindo de sua boca e do corte feito pela faca que ainda estava cravada no seu peito. Não dava para ver quem era. O quarto estava bastante escuro.

— De onde você tirou essa faca? — Perguntei olhando ao redor. Ícaro riu antes de pegar as velas que iluminavam a cama, apontando em direção de onde estava a pessoa. No início, demorei um pouco para compreender quem havia entrado e qual era sua intenção.

— Não pode ser! — Sheila, a empregada que me recebeu disse, antes de cair no chão com a mão no peito. Reconheci sua voz mais rápido do que a figura dela. — Como pode manter a guarda baixa em uma situação como essa? Você ao menos é humano? Espera! Que tipo de situação é essa? Vocês estavam...

— Ahn? Uma massagem? — Respondi confusa, mas era real, Ícaro havia me virado de costas, antes de começar a massagear meus ombros. Como eu estava um pouco tensa com toda aquela situação do casamento, doeu no início, mas foi bem gostoso, não tenho reclamações, ele é muito bom com os dedos. Sheila realmente mereceu a morte por atrapalhar a gente. Acho que realmente estou me transformando em uma boa vilã. Olha meus pensamentos.

— Merda... — Sheila tinha a voz cada vez mais fraca, enquanto escorregava na parede, manchando toda parede de sangue. — A missão... Eu falhei? Eu falhei na missão. Eu tenho que matar você, Alicia, mas... maldito imperador... Você não vai conseguir proteger ela deles.

Foram as últimas palavras daquela mulher, que sorriu de forma tão simpática e receptiva quando cheguei aqui, definitivamente, nunca sabemos quem são as pessoas. Fui totalmente enganada. Tenho muito o que aprender sobre a vida ainda.

— Acho que não foi o suficiente. Eles não vão parar. A noite parece que será bastante animada mesmo, está pronta, esposa? — Ícaro disse sentando na cama suspirando, olhava para Sheila, que parecia sem vida no chão com muito desprezo.

Minha empregada era uma assassina? Mais importante, porque ela queria me matar? Porque queriam me matar, não o imperador? O que eles querem comigo? E quem são eles? Quem eu acabei irritando a ponto de querer minha morte? Será que meu surto irritou alguém a esse ponto?