A tentação do fogo

Eu estou tonta. Meus sentidos estão dormentes. Minha mente está nublada. Isso é sério? Será que eu bebi demais? Pior que nem era gostoso, tomei só de raiva a garrafa praticamente toda. Me sinto um pouco sonolenta. Um cochilo não faria mal. Fechei os olhos e quando abri estava em um lugar bastante familiar.

— Senhorita! Vamos. Saia daí. Você vai acabar gripado se ficar aí. — Tereza gritou ao me ver brincando na chuva. Fiz careta para ela. Gostava de sentir a chuva batendo no meu corpo. — Se não liga para tomar banho de chuva, ao menos nos ajude, pegue algumas vasilhas. Precisamos recolher a água.

— Eu estou de volta? Ah! Foi um pesadelo. Um terrível e assustador pesadelo.— Gritei animada por não ter sido real. Tereza se aproximou preocupada com minha atitude.

— Você teve um pesadelo, senhorita? — Tereza perguntou sentando ao meu lado.

— Sim, eu tive um pesadelo com um imperador terrível e muito assustador, mas era bem gostoso, temos que admitir esse fato inquestionável. — expliquei para Tereza.

— Acorda! Eu já ouvi demais. Essa foi apenas sua primeira impressão. — Ícaro me acordou. Estava em cima de mim, podia sentir o calor do seu corpo.

— O que você está fazendo em cima de mim? — perguntei confusa. Minha mente parecia mais lenta do que o normal para processar as informações.

— Entendi. Você é do tipo que gosta de ficar por cima, né? Compreendo. Tudo bem para mim. Não tenho uma preferência. — Ícaro tinha um sorriso safado nos lábios, mas o que realmente me chamou atenção foi seu peito definido. Ele estava ainda mais gostoso sem camisa.

— Esse não é o problema. Você sabe que está praticamente pelado, né? Posso ver tudinho. — Falei colocando as mãos no meu rosto. Estava envergonhada dos meus pensamentos impuros, mas mesmo assim, fiquei olhando pelas frestas dos meus dedos.

— Mas eu ainda nem tirei minhas calças! Está agitada só com isso? Imagina quando ver o resto. — O Imperador disse rindo.

Como eu vou passar por tudo isso. Eu posso dizer que ele é sexy apenas de olhar para seu rosto e ele está em boa forma. Não há outro caminho, apenas ir em frente. Não! Eu não posso cair na tentação. Certeza que aquele corpo era um caminho sem volta. Sem contar que não estou sóbria o suficiente para ter minha primeira vez.

— Não pode fazer isso. Seu imperador pervertido! — Gritei empurrando ele.

— Pervertido? — Ícaro me olhou surpreso. É agora que sou morta. Ah! Tanto faz. Vou falar o que penso e pronto.

— Sim, pervertido. Estou apenas falando a verdade. Mesmo que eu não esteja bem por conta do álcool. Isso é muito baixo da sua parte. Se aproveitar do meu estado. Você planejou tudo isso, né? Queria me deixar bêbada e se aproveitar de mim. — Minha boca estava se movendo mais rápido que meu cérebro raciocinava.

— Espera. Acho que tem um pequeno mal-entendido. — O imperador disse.

— Mal-entendido. Eu não vou me deixar ser enganada. Você não precisa explicar. Tenho certeza que tinha algo naquela garrafa de vidro que me deixou nessa situação. Beber faz as pessoas perderem a consciência. Estou tão bêbada que mal consigo ficar de pé. Não importa se você é o imperador. Um relacionamento sem consentimento é crime. Não podemos fazer isso enquanto estou bêbada. Se você não tivesse um corpo tão gostoso e o rosto tão sexy. Eu já teria fugido. Por enquanto, vou apenas esperar minha sobriedade. Seria um desperdício não lembrar de cada detalhe dessa noite. — As palavras saiam sem pedir licença da minha boca. Me arrependia assim que saiam.

— Ah! Acho que entendo o que está acontecendo aqui. A bebida que você tomou tinha um remédio chamado "Confissão". Ela é bem simples. Quem bebe confessa tudo. Eu não tinha intenção de dar para você beber. A função dela era outra. Não pensei que iria beber toda a garrafa. Porque tomou ela? — Ícaro me perguntou. Verdade! Ele não me mandou tomar nada. Eu mesma que ataquei a garrafa sem nem saber do que se tratava.

— Isso... É....— Como ia dizer para ele que minha morte eminente era o real motivo, por isso eu quis desfrutar a vida ao máximo, sem parecer tão louca? Sinto que ele já me acha completamente surtada. Quem se importa?

— Bom, de qualquer forma. Você terá que cumprir suas responsabilidades como esposa hoje, né? — Ícaro disse me jogando novamente na cama.

— Espera um minuto. O que você vai fazer comigo? Fazer comigo nesse estado não é justo. — senti meu corpo aquecendo com o toque dele em meus punhos. Tenho certeza que dessa vez não é culpa da bebida. Acho que a pervertida da história sou eu.

— O que mais eu faria com minha esposa em uma noite como essa? — Ícaro perguntou segurando no meu pulso e pressionando contra a cama. Ele me olhava de uma forma tão atrativa. Parecia atraente e perigoso como o próprio fogo. Quanto mais olhava, mais eu queria tocar.