Acordando no quarto

— Você também ouviu o barulho ontem a noite? — Uma voz feminina disse do lado de fora do quarto.

— Sim! Ouvi muitos gritos, além dos barulhos. Foi assustador. — Outra respondeu.

— Bom, era inevitável, ainda mais, depois da forma que ela reagiu como chegou. Vamos tirar no par ou ímpar que será responsável por entrar, se livrar do corpo da majestade e limpar todo o caos que deve está o quarto. — A conversa entre as funcionárias continuou.

— Par! — Uma gritou.

— Ímpar! — Elas estavam mesmo jogando para saber quem iria se livrar do meu corpo?

— Você trapaceou. Está roubando. — A perdedora gritou.

— É assim que funciona o jogo. Pense nisso de forma positiva, você estará contribuindo com o reino, ajudando ao Imperador. Essa chance é bastante honrada. — A amiga tentou consolar a perdedora, mas acho que não vai funcionar.

— Vaca! Você mudou as regras só para te beneficiar. Ah! Deixa. Tanto faz, não será nem a primeira e nem última vez que limpo os corpos e sangue fruto da ira do imperador. Não deve ser trabalhoso se livrar daquele corpo pequeno e magrelo. — A funcionária entrou no quarto empurrando um balde e o esfregão. — Uhn...

— Ontem estava tão quente, porque hoje está tão frio? — Não vou mentir que no fundo estava ignorando aquela conversa e voltar a dormir, mas ouvindo a porta abrindo, acabei tendo que abrir os olhos. Foi só aí que me dei conta. — Espera! Porque eu estou sem roupa? Ahhh! Lembrei. Isso é real?

— Majestade, bom dia, como eu posso... — A funcionária me olhou pálida, parecia que estava de frente para um fantasma. — Não acredito no que estou vendo! Imperatriz, ainda está viva!

— Quê? Você achou que eu estava morta no quarto? — Depois o imperador diz que eu estou brincando com a morte, até os funcionários já me davam como caso perdido.

— Tanto faz. De qualquer forma, você não deveria estar preparando meu banho e minhas roupas? O que está fazendo aí segurando essas coisas.

— Sim! Me perdoe! Farei isso agora mesmo, majestade. — A funcionária saiu correndo com o balde e esfregão na mão.

A funcionária preparou a banheira bem rápido, tenho certeza que estava ansiosa para contar a todos que eu estava viva. Pensando bem, a noite passada foi bem diferente do que eu imaginei.

— Ahhhhhhh! — Gritei ao me lembrar dos flash da noite passada. Eu não posso acreditar. Realmente dormi com o imperador tirano.

— Majestade, você está bem? Precisa de ajuda? — A funcionária gritou do lado de fora.

— Quê? Não! Não precisa! Eu estou bem. — Gritei nervosa. Eu preciso me acalmar. Ficar no meu banho, mas como pensar em outras coisas quando meu corpo inteiro está marcado pela noite passada? Ahhh! Realmente fizemos isso. Foi tão incrível a noite. Não consigo pensar em outra coisa. — Ahhhhhhh!

— Majestade! Você deve está com dor, certo? Irei conseguir alguma ervas para te dar. Temos um bom médico. — A empregada parecia realmente preocupada, mas acho que minha safadeza não tem cura.

— Não, não se preocupe. Não estou com dor. Minha doença não tem remédio. — Gritei, mas tem remédio sim, meu incrível marido gostoso.

Sempre gostei de ler livros de romances. Cheguei a pensar que homens sexy, intensos e carinhosos só existiam na fantasia, mas não é. Eles não apenas existem, como meu marido é um deles. Meu marido... Que sensação estranha pensar nisso. Mesmo sabendo que ele é o imperador, não pode ser prosperidade de ninguém, mas penso que seria bom que ele tivesse olhos apenas para mim. Bem, meu marido disse que eu tinha que ser malvada, né? Ter ele só para mim faz parte disso.

— Meu marido... — Pensar nele me deixa quente.

— Oi, esposa. O que você está fazendo? — Ícaro perguntou entrando na área de banho. Tomei um susto. Me levantei com tudo. Não esperava ver ele logo agora que estava pensando nesse tipo de coisa.

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