O interrogatório

Então é basicamente um interrogatório. — Tentei manter minha cabeça na conversa e meus olhos longe daquele peitoral delicioso dele, não podia acabar agindo por impulso e atacando ele.

— Você é a Alícia Foster, princesa do norte? — Ícaro perguntou sério.

— Sim. — será que ele sequer pediu para ver um retrato meu? Como alguém se casa sem saber nada sobre o outro?

— Minhas investigações disseram que você é filha de uma empregada doméstica, um caso extraconjugal do rei, mas mesmo assim, foi reconhecida como parte da família real devido a sua aparência, mesmo assim, teve que viver a vida inteira em um castelo isolado? — Ícaro continuou as perguntas.

— Sim. — Respondi um pouco surpresa. Ele não conhecia meu rosto, mas sabia da minha história? Faz sentido, ele deve ter enviado alguém para me investigar, seria irresponsável da parte dele colocar alguém desconhecido ao seu lado.

— Você passou boa parte da vida com duas empregadas e lendo livros de romance adultos com alto nível de sacanagem neles. Você gosta desse tipo de coisa... Entendi. Bem ousada. Características peculiares para uma princesa. — Ícaro parecia se divertir com o interrogatório, também sabia muito mais do que eu imaginei.

— Sim. — Alguém me mata. Tenho certeza que ele acha que sou uma pervertida.

— O que me leva à pergunta mais importante, porque está agindo como uma idiota desde que colocou os pés aqui? — Ícaro perguntou de forma direta.

— Eu quero o norte, que fingiu por anos que eu não existia, quando pareceu útil, me vendeu para você esperando que eu fosse morta em suas mãos sem qualquer piedade. — Falei. Na mesma hora coloquei a mão na boca. Esqueci totalmente que havia tomado o remédio da confissão. — Se você conhecesse aquelas pessoas do norte, também iria querer matar todos eles. Não vou me sentir culpada por me sentir assim. Ninguém se preocupou comigo ao me enviar para cá.

— Então é por isso. Você odeia a ideia de ter sido vendida para mim. Deve me odiar bastante. — Ícaro não tinha qualquer emoção em seu rosto. Era difícil saber o que ele estava pensando.

— O que você esperava? Não é óbvio. Quem em sã consciência iria querer casar por livre e espontânea vontade com um imperador louco e tirano que poderia me matar por nada? Vamos admitir que não é algo inesperado eu me sentir dessa forma, levando em conta a situação que estou.— Respondi. Não tinha controle algum da minha boca, mas me sentia aliviada, o imperador não parecia irritado, mas intrigado.

— Não estou dizendo que não entendo as suas razões para se sentir dessa forma, mas acho que deveria valorizar mais sua vida e parar de flertar com a morte como se fosse besteira. — Ícaro me alertou.

— Quer dizer... Você não pensa em me matar? — Perguntei surpresa.

— Não sei se você não percebeu, mas você se tornou a imperatriz do reino inteiro. Seu poder é superior ao de todos os outros. Se alguém ousar se opor a você, eu matarei todos eles, quantos forem necessários. Parece louco, mas gostei de você. Vou garantir que permaneça viva por um bom tempo, mas para se manter nesse palácio, você terá que ser muito mais malvada e cruel do que eu. A ponto de ter uma fama maior do que a minha. Deve agir como antes, uma completa louca. — O imperador aconselhou parecendo interessado.

— Eu tenho que ser má? Bem, ser louca não parece ser muito difícil para mim. — Não esperava por isso. E ele gostou de mim? E para ficar aqui eu tenho que parecer ser uma pessoa terrível? Parece divertido.

— Bom... — Ícaro se deixou na cama e me puxou para cima dele. Fazendo nossos corpos ficarem colados um no outro — O que acha?

O que eu acho? Só consigo pensar que ele é um gostoso e nossos corpos estão se tocando. Nossa senhora das calcinhas molhadas. O que eu faço agora?