Capítulo 16

Dois dias já tinham se passado desde o "Acidente" da princesa Ray, acidente, já que é assim que todos acreditam e, embora não seja verdade, eles não têm como saber, afinal, a garota ainda não tinha acordado.

— Nossa, você está indo bem. — Raquel, que desviava dos ataques de Damon, sorri com escárnio. — Você vai ter que se esforçar mais para conseguir me cortar.

O garoto continuou atacando, apesar de não ter conseguido nem tocar a garota. Até ele mesmo está surpreso, ele sabe muito bem que a imperatriz jamais deixaria sua filha aprender esgrima, então como a garota sabe tudo isso?

Finalmente, quando se cansou, ambos estavam na grama.

— Você é boa mesmo, como eu pensava.

— Eu te disse que não. — A garota sorri com arrogância, enquanto limpa o rosto com a toalha.

— Mas o que eu queria perguntar é, como você sabe tudo isso? Eu sei que a bruxa... digo, a imperatriz jamais deixaria você aprender esgrima, muito menos combate corpo a corpo.

— Eu não preciso da permissão da imperatriz para fazer o que eu gosto. — A garota se levanta da grama, estendendo a mão para Damon, que a segura, se levantando.

— Ou seja, ela não sabe de nada?

— Ela não tem por que saber. — O que menos importava para a imperatriz era sua filha, ela queria dar à luz um filho homem, mas no final acabou sendo menina, e essa é a razão mais clara pela qual Raquel não se importava nem um pouco, no romance, ela deixou o imperador fazer o que quisesse com a garota, prometendo-a em casamento a homens mais velhos.

Damon apenas suspira, enquanto olha para a garota.

— Por quanto tempo você pretende ficar no meu palácio?

— Digamos que para sempre. — Ontem, Raquel havia se mudado para o palácio de Damon, claro, depois de limpá-lo, já que o lugar não tinha nenhuma empregada e, mesmo que tivesse, ele não se importaria.

— Eu pensei que era só fingimento da sua parte, achei que você ia ficar entediada em alguns dias.

— Então é melhor você ir se acostumando com a ideia de me ver todos os dias no seu palácio, porque eu não pretendo sair.

— Nossa, você fala como se fosse seu.

— Bem, agora é meu, não é? Estou morando aqui.

O garoto apenas revira os olhos, se ele tivesse pensado que Raquel ficaria, ele nem a teria deixado ficar, ele pensou que era capricho da garota e que ela logo se cansaria de seu pequeno palácio.

Os dois chegaram ao palácio e Raquel foi tomar um banho primeiro, ela tinha planos de sair para comprar algumas coisas.

Saindo do banheiro com um roupão, molhada enquanto seca o cabelo, ela vai para seu quarto.

— O que você está fazendo aqui? — Ela olha para Damon sentado em sua cama. O garoto, ao ver Raquel, desvia o olhar para o outro lado.

— E-eu acho que eu volto depois... — Ele se levanta da cama, pronto para ir embora, porém, Raquel o impede.

— Por que você está fugindo? Não me diga que é a primeira vez que você vê alguém assim. — Raquel sorri maliciosamente para o garoto, é claro que ela não estava nua, mas o roupão não estava cobrindo tudo, porque era muito transparente.

— N-não estou fugindo. — Ele olha para Raquel, irritado por ela estar zombando dele.

— Vou fingir que acredito. — A garota se aproxima dele, Damon, sem hesitar, recua até que se choca com a parede. Enquanto isso, Raquel o encurrala contra a parede.

— O-o que você pensa que está fazendo?

— Me diga uma coisa. — Ela olha fixamente para o albino. — Não me diga que aquele beijo no jardim foi seu primeiro beijo.

Imediatamente, o garoto cora com a pergunta de Raquel, enquanto aquela cena do beijo lhe vem à mente em um flashback.

— Q-que importância isso tem para você? — Apesar da gagueira do garoto, Raquel sorri, aquele beijo no jardim realmente foi o primeiro beijo do garoto. E, apesar de ter sido ela, ela não consegue evitar que algo se mova dentro dela.

— Nossa, parece que foi mesmo. — Ela se aproxima do rosto de Damon, ficando perto de seus lábios. — Então você gostaria de ter seu segundo beijo? — Ela olha para os lábios de Damon, aproximando-se; no entanto, antes que ela pudesse alcançar os lábios do garoto, a porta se abre de repente, e não era ninguém mais, ninguém menos que Calix.

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