Capítulo 3

Viver em um pequeno palácio sem criados era o suficiente para fazer com que as pessoas zombassem dele, e não apenas isso, pelo simples fato de que ele também não era filho do imperador, mas sim de uma simples concubina que foi assassinada pela imperatriz. E todos acreditam que ela se suicidou, algo que é mais do que mentira.

Damon testemunhou o assassinato de sua mãe, a imperatriz a matou bem diante dele, mesmo sendo pequeno, ele pediu ajuda ao imperador, mas este lhe deu as costas como sempre. Com sua mãe morta e sem ninguém ao seu lado, sua vida era apenas escuridão, e como se não bastasse, seus outros irmãos, filhos do imperador, se encarregavam de tornar sua vida impossível sempre que podiam.

Ao longo de seus 16 anos, Damon desenvolveu um ódio profundo pela família real, absolutamente todos, principalmente o imperador e a imperatriz, e quem não o faria depois de tudo o que ele teve que passar.

Sem falar em seus irmãos. Às vezes ele sonhava em matá-los um por um, vingando sua mãe e todas as humilhações, mas no final era sempre um sonho. Porém, ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, se vingaria e não importava se ele tivesse que esperar cinco, dez anos, até vinte, ele se vingaria um dia, a imperatriz pagaria pela morte de sua mãe.

Desde que sua mãe morreu, quando ele era criança, ele nunca mais sentiu felicidade, sua vida era de puro sofrimento no palácio, ele nunca desenvolveu sentimentos, muito menos de felicidade, ele não conhecia a palavra "felicidade" e muito menos alegria, o palácio era o sofrimento em vida.

Enquanto isso, Raquel estava em seu quarto pensando em como sobreviver no palácio, já que a batalha pelo trono começaria em breve. Sinceramente, ela não estava interessada no trono, ela não era o tipo de pessoa que ficava no mesmo lugar a vida toda, ela gostava de viajar para lá e para cá.

Faltavam dois anos para que a verdadeira batalha pelo trono começasse, mas o que importava agora não era o trono, mas sim Damon. Ele a matou porque ela, ou melhor, a dona do corpo, tornou sua vida impossível, mas e se ela mudasse as coisas?

Damon sofreu muito no romance e, além disso, também o enviaram para a guerra por um ano, em busca de sua morte, mas no romance não contavam que ele retornaria vivo e, ao retornar, pouco depois, a guerra pelo trono começaria.

— Se eu me aproximar dele e ajudá-lo a subir ao trono... — ela diz a si mesma. Se Damon não a matasse, ela definitivamente escaparia da morte.

Afinal, no romance, a verdadeira dona do corpo morre nas mãos dele, mas se ela mudasse as coisas, poderia não morrer e mudar o final daquele corpo. Mas aproximar-se de Damon seria, sem dúvida, uma tarefa difícil, ele já a odiava, ela podia sentir seu ódio, além de que este corpo já se encarregara de tornar a vida do rapaz impossível.

Ela tinha que sobreviver e, pensando bem, sua única maneira de sobreviver até agora era começar a domesticar o vilão. Uma tarefa extremamente difícil, seria preciso muito para fazer Damon acreditar nela.

— Eu tenho que sobreviver. — Ela observa a neve cair do lado de fora através da janela, ela tem que sobreviver e quando tiver ajudado Damon a conquistar o trono, ela poderá deixar este palácio porque se ela simplesmente for embora assim, será encontrada e, no romance, o imperador queria casar Raquel com qualquer velho que tivesse poder e ela não poderia permitir tal coisa.