Capítulo 9

Todo o palácio já sabia que o filho ilegítimo do imperador estava hospedado com a princesa, por alguma razão o boato se espalhou. A imperatriz, ao ouvir esses rumores, ficou furiosa, incapaz de acreditar, sabia que Raquel seria incapaz de viver no mesmo lugar que aquele bastardo; porém, quando a moça confirmou, a imperatriz quase desmaiou.

— O que você está dizendo Raquel? Ele não pode ficar aqui com você, sabe o que todos os nobres estão dizendo lá fora? — Raquel, que só escutava a imperatriz repreendê-la, toma seu chá com tranquilidade.

— Não vou mudar minha decisão, imperatriz.

— Você ainda é uma menina para tomar suas próprias decisões! — A moça apenas revira os olhos e, sem dar ouvidos à imperatriz, sai do jardim, já estava farta; porém, foi parada pela concubina Lizeth. A mulher estava mais que furiosa depois de ouvir o que Raquel fez com seu filho.

— Como você ousa levantar a mão para o meu filho, sua pirralha maldita! Você se acha muito por ser filha daquela bruxa maldita, não é?

Raquel apenas revira os olhos, o quão covarde Calix foi, ele tem coragem de intimidar Damon, mas se fazem isso com ele, ele vai correndo chorando para a mamãe.

— Seu filho é mais chorão do que eu pensava, então foi chorar para a mamãe? — Raquel cruza os braços de maneira séria. — E, acredite em mim, mesmo que eu não fosse filha da imperatriz, eu arrebentaria a cara dele quantas vezes pudesse! — Ela olha fixamente para a concubina para dar um passo à frente. — E se eu fosse você, teria cuidado.

Lizeth aperta os lábios furiosa. Raquel apenas a tira do caminho com um grande sorriso.

Chegando ao quarto de Damon, o rapaz estava dormindo, mas pelo que ela pode observar, ele estava tendo pesadelos, ela se aproxima tocando seu rosto e a febre do rapaz havia piorado.

— Pensei que já tinha passado... — Ela observa Damon suando, se mexendo na cama, ela não ousava imaginar com o que ele estava sonhando.

— Lía! — Chamando a moça, ela aparece. — Chame um médico. — A criada assente e sai do quarto, enquanto Raquel se senta na beira da cama para colocar um pano úmido em sua testa. Ela pega a mão do rapaz entre as suas mãos frias para tocar novamente sua testa. — Damon... — Ela sussurra com uma voz suave, esperando que o rapaz acorde. — Acorde...

Damon abre os olhos de repente, olhando ao redor todo suado, ele estava tendo um pesadelo agora mesmo e não era a primeira vez. Ele olha para Raquel segurando sua mão, e a solta rapidamente.

— O-o que aconteceu?

— A febre subiu novamente, mandei chamar um médico, espere um pouco mais. — Novamente ela tenta tocar a testa do rapaz, mas ele a segura pelo pulso, impedindo sua mão.

— N-não me toque... — Ele sibila.

Raquel afasta a mão suspirando.

— Senhorita, o médico chegou — Informa a criada ao retornar. Raquel faz o médico entrar para examiná-lo.

— O jovem deve ficar de cama para melhorar, além disso, esses ferimentos que ele tem no corpo não ajudam em nada, vou dar a ele algumas ervas medicinais para que ele tome banho com elas, isso o ajudará muito. — Raquel assente. Deixando as ervas medicinais, o médico se retira com uma reverência.

— Tenho que te levar ao banheiro. — Ela tenta ajudar o rapaz, que a rejeita.

— Por que você me levaria ao banheiro? — Ele olha para Raquel com suspeita, que apenas sorri.

— Você não ouviu o médico? Você precisa tomar um banho com essas ervas medicinais, e duvido que você consiga fazer isso sozinho. — Ela olha para o estado do rapaz, ele mal conseguia manter os olhos abertos. — Então eu vou te ajudar.

Minutos depois, Raquel deixa Damon na banheira com água, felizmente ela conseguiu convencê-lo. Ela entra na banheira para tirar a camisa de Damon, ele, apesar de se recusar, seu corpo não lhe permitia se mover.

— V-você não está pensando em me d-despir, está? — Ele olha para Raquel sem conseguir manter os olhos abertos corretamente.

— Sim. E daí? — A moça levanta uma sobrancelha, Damon era praticamente uma criança aos seus olhos, ela seria incapaz de vê-lo de outra forma. Ela se vira para pegar as ervas medicinais quando sente uma mão envolver sua cintura. — O-o que você está fazendo? — Ela tenta se virar ao sentir Damon tremendo.

— E-estou com frio...

Raquel se vira para segurar o rosto do rapaz com as duas mãos.

— Você estava pegando fogo agora mesmo e agora seu corpo está muito frio... — Ela olha para Damon, o albino não parava de tremer com os olhos entreabertos. — Damon! — O rapaz não responde, deixando a cabeça cair no ombro de Raquel, tremendo.

— F-frio...~ — O rapaz geme. Raquel suspira, não tendo outra opção a não ser abraçá-lo. Se agarrando ao corpo de Damon, ela o sente se agarrar a ela também, fazendo-a corar.

“Não seja ridícula, Raquel, ele é uma criança para você”, ela se repreende, tentando se afastar de Damon, mas o rapaz não a solta.

Sem aviso prévio, a criada entra no banheiro, surpreendendo Raquel.

— P-princesa! — Lía imediatamente se vira, surpresa e envergonhada pelo que acabou de ver.

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