Janice ouviu a voz doce e melodiosa, como parecia que todos daquele mundo tinham, virou-se e viu uma mulher linda, em um vestido claro e esvoaçante.
— Olá, meus cumprimentos, senhora majestade. — fez uma reverência para a mulher bonita, com um sorriso gostoso.
A mulher sorriu em resposta e se aproximou.
— Você é um docinho, que linda! Pena que não estão te tratando muito bem, está sem vestes decentes e pelo ronco de seu estômago, está sem comer. Eu sou Chantal, venha, vou levá-la para minha casa.
— Linda, rainha, serei eternamente grata.
A risada sonora de Chantal, encheu o ar, novamente:
— Você é um doce, querida. Vou precisar agradecer ao Toshiro. Ah! Eu não sou rainha, sou maga.
Janice olhou para ela, de boca aberta e riu.
— Então, você é a terrível maga, que está destruindo o mundo sobrenatural? O que estão me escondendo, dona maga Chantal.
Todos os sentimentos que Janice sentia em relação a Chantal, eram puros e bons, se havia algo ruim nela, era só uma tristeza profunda, enraizada em seu coração e por sentir-se assim, ela foi até a maga, passou o braço pelo dela e seguiram andando por um caminho de cristal polido, que aparecia a sua frente, conforme andavam.
Chegaram a uma casa, quase toda de cristais, entraram, sentindo o frescor da natureza e do lugar de ar livre de poluição, onde se podia ouvir o zumbido das abelhas e o murmurar da brisa nas folhas das árvores.
— Esse lugar é tão gostoso, calmo e provoca sensações maravilhosas em mim.
— Que bom, é isso que estou fazendo e Toshiro não gosta.
— Porque ele é noturno. — concluiu Janice, sorrindo.
— Ele não está errado, quis transformar tudo em um lugar tranquilo, camuflando a dor em meu coração,mas não adianta, ela continua aqui dentro.
— É pelo seu marido que morreu?
— Sim, e já fiz de tudo para ele voltar, mas não consegui. Acho que é por isso que ele te trouxe.
— Deixe eu te contar algo, você pode me escutar de mente aberta?
— Tudo que eu quero é uma solução para o meu sofrimento.
— No meu mundo, eu sou muito nova e imatura, gosto muito de ler e assistir filmes de fantasia, mas mesmo os livros reais, sobre morte, falam a mesma coisa.
— Que os mortos não voltam?
— Que se eles voltarem, trarão consigo uma maldição, nos filmes que vi, eles voltavam como comedores de gente, assassinos, bebedores de sangue, não eram mais eles mesmos.
— Então, se você trouxer August de volta, não será mais o homem carinhoso que ele era?
— Provavelmente, não, e além disso iria precisar do corpo dele.
— Oh, sim, venha comigo.
Foram por um corredor até o final, desceram uma escada de ferro em formato de caracol e chegaram a um salão refrigerado e todo de vidro, por onde se via a natureza atrás da casa. No centro, em uma mesa de mármore, estava o caixão de cristal e dentro, o corpo embalsamado do morto.
— Você guardou o corpo! Tem ideia do que seria seu marido, sem sangue no corpo, sendo movido a líquido embalsamador? Eca!
— Mas você disse que precisaria do corpo!
— Vem cá, querida, você precisa de um abraço.
Chantal foi até Janice e se deixou abraçar e foi ai que viu o anel no dedo do defunto.
— Por quê você quer tanto que ele volte, mesmo sabendo que não será ele mesmo?
Janice se afastou, só para olhar o rosto de Chantal.
— É que…(choro) é que, eu não me despedi dele, tinha saído para fazer compras e ele sofreu um acidente cavalgando, não consegui nem me despedir. ( mais choro )
— Eu posso tentar trazer só a alma dele e vocês se despedem, tá bom assim.
Chantal se afastou dela, animada.
— Você pode fazer isso mesmo?
— Se você me prometer que acabará com a tristeza e a mudança do plano original deste mundo.
— Eu prometo, eu juro que prometo!
Janice rou da nova amiga e começou a pedir o material que precisava e por fim perguntou:
— Vocês têm cemitério aqui?
— Sim, tenho o cemitério da família, na verdade é um mausoléu.
— Não serve, tem que ser um de terra, um local sagrado.
— Tem o cemitério dos colonos, que fica atrás da igreja. Então prepare tudo, para irmos à meia noite.
— Ótimo, vou ver isso.
— Que tal agora, você me dar a comida que me prometeu?
— Ai, que vergonha, venha, vamos até a cozinha, deixarei você com Conchita, ela vai te alimentar muito bem enquanto vou pegar o que precisa.
Janice amou Conchita, que a alimentou com enchiladas maravilhosas, além de uma torta de pêssegos e chantilly. Chantal conseguiu pegar o que Janice listou, incluindo o anel do dedo do falecido.
O dia findou e antes do jantar, Chantal levou Janice até um quarto, com um closet repletos de roupas e a jovem pode tomar um bom banho e se vestir como queria. Achou a experiência interessante pois ela pensava na roupa e um cabide flutuava até ela com o modelo que pensou.
Desceram para o jantar e receberam uma visita já esperada, pois é claro, que o rei Toshiro, não deixaria de aparecer ali. Chantal diminuiu as luzes da casa e recebeu-o na porta, convidando-o a entrar, o que ele agradeceu e entrou.
— Boa noite, Toshiro, o que faz aqui? — perguntou Chantal.
— Como se você já não soubesse.
Ele procurou pela sala e encontrou Janice sentada em uma poltrona.
— Como está a minha convidada, que fugiu ao raiar do sol?
— Eu não fugi, só saí para dar um passeio, afinal, sou um ser diurno.
Chantal notou que ele se aborreceu com a fala da bruxinha e interviu:
— Eu a encontrei, saindo da loja de roupas e imaginei que fosse a bruxinha que trouxe para mim, então a convidei para vir e ela veio.
— E o que estão planejando?
— Desculpa, rei, mas você não poderá participar, terá que ficar longe e esperar.
— Mas a convidada é minha, fui eu que trouxe.
— Na verdade, foi o servo.
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Elenita Ferreira
Gostando já... Mistérios...kkkkk,,👏🏾👏🏾👏🏾🫣
2025-03-21
0
Expedita Oliveira
❤️🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🙃🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤭🤭
2025-04-17
0
Maria Helena Macedo e Silva
o marido da Chantal não era sobrenatural, por isso morreu?🤔👀🌪⏳💣
2024-11-01
0