Agora, ali estava Janice, andando pela trilha escura no meio da floresta, para fazer o tal ritual. Uma coisa não entrava em sua cabeça, o que tinha sua avó, haver com o pacto dela com as meninas?
Chegando ao local, rapidamente fez um circulo largo, ao redor da área, afastou toda folhagem e fuligem do chão e riscou o pentagrama conforme a figura que recebera na loja. Colocou as velas nas pontas e as cinzas no centro. Assim que terminou, as velas se acenderam sozinhas e o rapaz ali estava.
— E agora, o que falta? — perguntou ela.
— Apenas fique afastada e quieta.
Ela obedeceu e observou de fora do pentagrama, enquanto ele falava repetidas vezes, a mesma frase. Parecia um mantra. Alguma coisa começou a acontecer. Um vento baixo e suave soprou as cinzas, que subiram formando um rodamoinho. Aos poucos foi se formando um corpo e num piscar de olhos, ali estava uma jovem, quase tão nova quanto ela, que flutuava.
O vento parou, a jovem pousou os pés no chão, pois flutuava e abriu os olhos, olhando direto para o rapaz. Levantou os braços e correu para ele, que a recebeu em seus braços.
— Meu amor, viestes me buscar? Conseguiste finalmente! — Exclamou a jovem, feliz.
— Sim! Graças a sua neta. — soltou-a e indicou a menina com um gesto de mão.
— Minha neta? — falou, olhando para a menina.
— Minha vó? — estava Janice, completamente chocada.
A jovem que se formou das cinzas, olhou para a pequena e atravessando o espaço entre elas, estendeu-lhe a mão, que ela segurou.
— Venha, vamos lhe explicar tudo. — disse a que era sua avó.
— Nós éramos namorados, mas minha família era rica e a de sua avó era operária. Meus pais não aceitaram nosso namoro, mas nós nos amávamos muito e fizemos um pacto. — contou o rapaz.
— Foi aqui mesmo, neste lugar, e estávamos com essas mesmas roupas. Pretendíamos fugir quando fôssemos mais velhos e conseguíssemos nos sustentar, mas nossos pais descobriram. — falou a avó.
— Os meus pais tinham posto o motorista da família para me seguir e assim que ele viu para onde íamos, correu e avisou nossos pais, que estavam na fábrica, trabalhando. Meu pai era o dono — continuou ele, segurando a mão dela e a olhando cheio de amor — já tínhamos feito o ritual quando eles chegaram, mas com a confusão, meu anel, da nossa aliança, caiu e na confusão, o meu pai, que estava armado, atirou tentando acertar ela, mas me virei em frente dela para abaixar e pegar o anel e acabei levando o tiro. — esclareceu ele.
— Meu pai me pegou pelo braço e me arrastou pelo caminho até em casa, me trancou no quarto e quando saí, foi para casar com seu avô. — concluiu a avó, chorosa.
— Então, você morreu aqui naquele dia? — perguntou Janice, ao rapaz.
— Sim. Morri pelas mãos de meu pai. Eles levaram meu corpo, mas meu anel e meu sangue ficaram aqui. — respondeu ele.
— Agora entendo o porquê do nosso pacto ter funcionado. Mas e agora? O que acontecerá comigo e as meninas? — perguntou, preocupada.
— Não se preocupe, volte para casa, deite-se e durma, amanhã será um novo dia. — Ele sorriu, abraçou a jovem amada e em uma nuvem de fumaça, sumiram.
Janice olhou tudo, espantada, pois não havia vestígio de nada, tudo havia sumido. Ela correu para casa, se deitou e dormiu.
**
No dia seguinte, o sol raiou e sua claridade e calor entraram pela janela do quarto da menina, acordando-a aos poucos. Ela abriu os olhos e sorriu. Levantou-se e lembrou que tinham uma reunião na escola, para falarem sobre o trabalho de história, que o professor mandou fazerem em grupo. Era um sábado e o dia estava lindo.
Se arrumou, desceu e tomou café com sua família, saindo logo em seguida. Chegou na escola e suas quatro colegas já estavam ali. Foram para a biblioteca e quando terminaram, uma delas sugeriu, vamos até a floresta?
Todas concordaram e foram. Andaram pela calçada até chegarem ao portão que separava a mata da rua. Entraram e seguiram pelo caminho que todos seguiam, quando passeavam por ali. Chegaram à clareira, em meio a brincadeiras e histórias de terror, uma delas sugeriu:
— Vamos fazer um pacto?
— Que tipo de pacto? — perguntou outra.
— Um pacto de sangue para sempre estarmos juntas. — sugeriu.
Na mesma hora, um vento forte levantou as folhas do chão, formando um redemoinho forte. As folhas voavam e batiam nas meninas, que levantavam os braços, tentando se defender. Elas ficaram tão assustadas, que fugiram daquele lugar, saindo da floresta.
Janive também correu, mas depois de alguns passos, parou e olhou para trás e viu um casal abraçado, sorrindo para ela e acenando. Ela sorriu de volta e acenou. Achou-os tão lindos e felizes, que queria voltar e ficar com eles, mas achou melhor não, acenou se despedindo em definitivo e foi embora.
Provavelmente, nunca mais os veria.
Seu erro foi ficar parada ali, murmurando seus pensamentos e observando o casal, pois ainda estava dentro do círculo de poder e algo a atingiu, como uma pancada pesada, na cabeça e ela desmaiou. Um ser estranho ao seu mundo, a suspendeu e colocou no ombro, seguiu andando e atravessou um portal invisivel.
Do outro lado, parecia a continuação da mesma floresta, porém, era um mundo completamente diferente, um mundo onde necessitavam dela, uma bruxa, para vencer o poder tenebroso, que estava escravizando todos os seres daquele mundo sobrenatural.
Levou-a para um castelo antigo, parecendo totalmente desabitado. Chegou a lateral, coberto por trepadeiras e afastou as plantas de um alçapão, com apenas um gesto de mão. Desceu os degraus que chegaram a um corredor, precariamente iluminado por velas de longa duração. Parou a frente de uma porta de madeira, que também se abriu a um movimento e entrou, colocando-a em uma cama.
— Descanse enquanto pode, bruxa. Logo, meu mestre irá te ver.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 41
Comments
Expedita Oliveira
😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱😱
2025-04-16
0
Regiane Pimenta
os meninas idiotas acabou de resusitar e já quer morrer de novo
2024-06-16
2
Regiane Pimenta
oxiiii meu Deus ele enganou ela
2024-06-16
0