Chegaram as construções da vila e pararam em frente a uma loja, onde uma mulher esperava na porta e os recebeu.
— É um prazer servi-lo, rei Toshiro. Separei o que pediu, majestade.
— Obrigado, Tamires. Esta é Janice, nossa convidada.
— É um prazer conhecê-la, Janice. Entrem, já separei suas roupas.
— Muito prazer — entraram — sua loja é estranha.
Era uma sala confortável, com um espelho de corpo inteiro e uma arara no centro com várias vestimentas penduradas em cabides. No fundo, havia provadores e um balcão, servia de recepção. Janice não tinha o que escolher, as roupas eram só as que estavam ali e ela olhou, achando estranho, pois eram roupas medievais, estilo garçonetes de bar.
Precisava de roupas, então,pegou a que lhe pareceu menos incômoda e foi para o provador, saindo de lá, vestida.
— Olha só, ficou perfeita. — disse Tamires.
Janice foi até o espelho e viu o reflexo de uma cortesã, sentiu-se ultrajada, com aquele decote que mostrava a superfície de seus seios e aquele cinto, parecendo um corselete, marcando a cintura e empinando mais seus seios. A saia era rodada e ia até o chão.
— Sim, está perfeita, sabia que você acertaria, Tamires.
Janice não entendia o que estava acontecendo,mas tomou uma atitude que espantou os dois, tirou a roupa, ali mesmo no salão, ficando só com as roupas íntimas.
— Prefiro ficar pelada, do que parecer uma rameira. Quero voltar para casa!
Se virou para o rei, enfrentando-o com os olhos. Ele ficou sem reação e foi Tamires quem se manifestou:
— Não entendo, por quê não gostou?
— Olha só, Tamires, eu sou humana e no meu mundo, as mulheres usavam essas roupas em bares, na era medieval e você quer que eu goste?
— Mas o rei pediu roupas de bruxa e bruxas usam isso.
Janice deu uma gargalhada e pareceu, realmente, uma bruxa. Os dois seres à sua volta, espantaram-se com a atitude da pequena humana e ficaram sem reação, sendo que Toshiro, sentia estranhas sensações em relação a humana, como se seu mundo preto e branco, tivesse ficado colorido.
— Você foi muito legal, Tamires, mas as coisas no meu mundo são um pouco diferentes — sentiu Toshiro cobri-la com o seu sobretudo.
— Então, me diga o que quer vestir?
— Pode ser uma calça jeans com camiseta, ou um vestido simples, legging com blusão, short e regata, com top e para calçar, sapatilhas e rasteirinhas.
As feições de espanto da costureira, diziam tudo e Janice completou:
— Não entendeu nada, não é? Tudo bem, que tal calça de homem, com uma blusa qualquer, sem babados e mangas bufantes.
— Vou separar vários modelos para você, passe aqui amanhã.
— Está bem, obrigada.
Eles saíram da loja e Toshiro estava insatisfeito com a situação,mas não desistiria de mostrar o mundo dele para ela, então, subiram novamente na carruagem aberta e voltaram a andar. Infelizmente, para ele, ela escorou no ombro dele e dormiu. Ele tentou acordá-la, mas não conseguiu, então, voltou para casa e pegando-a no colo, levou-a para um dos quartos, no primeiro andar.
— Arrumei tudo como o mestre pediu, só não pensei que voltariam tão rápido. — disse o servo.
— Ela não gostou das roupas que Tamires fez, disse que eram de meretriz. Quando saímos, ela dormiu e aí está. Não faço a mínima ideia do que fazer.
— Não se preocupe, vou até o mundo dela e pegarei algumas roupas.
— Faça isso, rápido, quero descobrir logo o que é isso que estou sentindo e não consigo ficar perto dela, estando tão vulnerável, seu sangue me chama.
— Se ela não fosse uma humana suja, diria que pode ser sua vampiresa.
,— Pois é, eu também.
Os dois se retiraram, deixando-a dormir, já que seus horários eram diferentes.
— É melhor você sair imediatamente.
— Estou indo, então.
*
Ao amanhecer, Janice acordou e sentiu-se muito bem, espreguiçando naquela cama tão gostosa. Mas aí, lembrou de onde estava ao olhar ao redor, sentou-se de uma vez e ficou tonta, caindo deitada novamente. Respirou fundo, se acalmando e sentando-se devagar. Levantou e percebeu que ainda vestia o sobretudo do rei.
Procurou um banheiro e encontrou um quarto de banho bem precário. Assim como as roupas do dia anterior, aquele castelo era bem medieval. Usou como pode o local e saiu, vestindo o sobretudo. Andou até a saida, sem encontrar ninguém no caminho e ao abrir a porta, sentiu-se em um mundo diferente do seu.
— Como o tempo aqui passa mais rápido e ao mesmo tempo, parece que parou na era medieval. Uhuuuu!
Saiu correndo, descendo a estrada que levava a vila, chegou lá sem suar ou se cansar, achou maravilhoso e chegou a loja de roupas. Estava aberta e ela entrou, observando as diversas araras, com roupas diferentes das que viu antes.
— Olá, você voltou rápido, eu não esperava. — falou Tamires.
— Bom dia! Sou diurna e amo o sol. Então, posso olhar as roupas que tem e ver se consigo aproveitar algo?
— Claro, fique a vontade. Mas antes, pegue esse presente.
— Um presente, para mim?
Ela pegou a sacolinha e viu que havia dois conjuntos de roupas íntimas.
— Gostou?
— Puxa…gostei muito. Obrigada.
Janice foi até as araras e encontrou um vestido de linho de corte reto, curto, que lhe chegava acima do joelho e levou para o provador. Quando saiu, vestias as roupas íntimas e o vestido, se olhou no espelho. Tamires estava admirada pelas vestes que a humana escolheu e perguntou:
— Tem certeza que vai ficar com essa túnica?
— Túnica? Pra mim é um vestido e está muito bom. Obrigada, mande a conta para o rei. Tchau, tenhouito o que conhecer.
Ela saiu e quando chegou ao meio da rua, feliz ao sentir o sol sobre seu rosto. Fechou os olhos , sentindo o o aroma do ar puro, ouvindo o canto dos pássaros e uma presença que surgiu ao seu lado, de repente.
— Então, é você, a convidada humana do rei? — perguntou uma voz feminina.
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Elenita Ferreira
Porquê será que o servo do rei chamou -a de humana suja????🤔🤔🤔Ser horroroso!!,😡😡
2025-03-21
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Elenita Ferreira
SEMPRE tem uma despeitada!!!🤔🤔🤔🤷🏾🤷🏾🤷🏾kkkk
2025-03-21
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Expedita Oliveira
Olha as 🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍🐍chegando...
2025-04-16
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