19 (nossa princesa)

Não sabia o que falar nem como agir, a história dele é muito triste, ele perdeu a família devido a uma louca que não sabia se controlar, isso me faz sentir mais raiva dela.

— Amor, não sei o que dizer - falei segurando seu rosto e lhe dando um beijo.

— Tô parecendo um veadinho chorando né?

— Não haha tá parecendo homem amor mesmo você sendo esse trafica gostoso, você é humano chorar é normal, ficar triste, sentir dor é normal.

— Tô ligado, loira.

— Sobre a sua...

— Minha princesa, ela é uma menina linda - ele enxugou as lágrimas e sorriu ao lembrar da filha.

— E porque ela ainda tá lá?

— Eu... Eu não consigo olhar para ela, sempre que a vejo lembro da mãe dela e do que aconteceu com a minha mãe e o meu pai.

— Amor não é culpa dela, ela pode até parecer com a mãe, mas não tem nada a ver por favor pensa como deve ser ruim para...

— Não! Eu não consigo - ele falou abaixando a cabeça.

— Consegue, sim, ela é sua filha e você sabe como é a sensação de não ter os pais por perto e ela tem um pai, eu também sei como é sentir isso, eu só tive uma mãe que foi péssima e padrasto também que foi pior, eu não tive uma boa criação tudo foi péssimo e sei como é sentir isso por favor não deixa ela passar pelo vazio tendo você.

— Eu não sei se vou conseguir, ela tem 5 anos, eu nunca a visitei, nunca a vi só por foto, ela deve me odiar.

— Estou com você! E se precisar irei com você.

— Não se preocupa, eu vou só! E se você for ela pode se confundir e achar que é mãe dela, não é bom que ela se confunda - senti uma tristeza ao ouvir isso por que sinto que ela é minha.

— Eu quero ser!- falei e ele me olhou.

— É algo muito complicado, você tem certeza? - confirmei e nos abraçamos 

— Posso ver uma foto dela? 

— Eu tenho essa é de dois meses atrás - ele pegou o celular abriu a Galeria tinha uma linda menina com um sorriso feliz banguela em um parquinho me senti feliz.

— Podemos ir amanhã? 

— Amanhã vai ser o enterro dos meus muitos morreram nessa invasão, pode ser depois de amanhã? 

— Sim - falei e deitamos, eu tava me sentindo cansada, dormi ouvindo a chuva que se iniciou, pois meu corpo tava pedindo arrego.

📍Terça-feira, Rio de Janeiro, "Morro do alemão"

Analu…

Tô no quarto andando de um lado pro outro bem nervosa, a ansiedade é enorme.

Já troquei de roupa várias vezes e se ela não gostar de mim? E se me odiar?

Comprei um presente para ela dois, na verdade, tomara que ela goste pelo menos de um.

— Amor tá pronta? - Breno perguntou ao entrar no quarto ele tava com uma camisa branca, um blazer e uma calça social traduzindo "um gostoso"

— Tá lindo, sabia? - me aproximei dele que tinha um sorriso safado, nos beijamos, ele já tava enfiando a mão na minha calcinha quando eu neguei.

— Porra, amor, tu tá tão gostosa - Quase que eu caio na dele, mas lembrei do motivo e me afastei.

— Podemos ir? Tô meio ansiosa.

— Sim, confesso que até eu tô meio nervoso, sabe - nos, abraçamos e descemos já encontrando izak que tava jogando videogame.

— Tem casa não palhaço?  

— Vai dar o rabo terror

— Eu te mato não dúvida disso mané e por que tu tá na minha casa?

— Tua TV é melhor hihi - ele falou me fazendo sorrir.

— Tu é um…

— Breno! - o adverti e ele se calou 

— Fica ligado aí Zé e quando sair tranca tudo - saímos de casa resolvemos ir de carro, seria melhor para ele não ser reconhecido e outros três carros iam conosco.

Após duas horas chegamos no internato, era um lugar muito isolado, os muros eram grandes, continham algumas grades que possibilita a visão de um parquinho, o mesmo da foto.

Quando liberaram a entrada no lugar, uma mulher de por volta dos 35 ou mais veio até nós.

— Olá, senhor Breno, como vai? - falou estendendo a mão para ele dando uma leve mordida nos lábios.

— Bianca?

— É Blanca senhor! 

— Ah, isso mesmo - ele disse irônico e, eu, prendi o riso.

— O senhor veio vê-la? 

— Sim, ela já acordou?

— Está neste momento fazendo o desjejum, mas o senhor pode ficar na sala de espera. - Ela se aproximou e passou a mão no braço dele, peguei a mão dela dando uma leve apertada a afastando.

— Acho bom tomar cuidado e não colocar a mão onde não lhe pertence, agora faça o favor de nos levar até angélica.

— E quem você pensa que é?

— Minha mulher! E pelo que percebi desde que chegamos você a ignorou totalmente, devia aprender a fazer seu trabalho e não ficar dando em cima dos outros.

— Mas senhor ela não é mãe da criança e só os pais podem visitar.

— Olha aqui sua puta, eu acho bom você me levar até minha filha, caso contrário eu arranco cada fio do seu cabelo - Breno deu um sorriso satisfeito e a bruaca engoliu em seco e concordou.

— Ok senhora, sinto muito - ela saiu em disparado e nós a seguimos.

Caminhamos um pouco e eu olhava cada detalhe as paredes brancas com desenhos de flores o lugar por dentro era lindo paramos em frente a uma porta ela abriu nos dando visão a uma sala rosa com cadeiras e pufes continham também pequenas mesas e vários brinquedos espalhados por todo o cômodo entramos e nos sentamos em um sofá de canto esperamos por mais ou menos dois minutos e foram os mais demorados da minha vida a ansiedade tava grande eu conseguia ouvir meus batimentos como se meu coração fosse sair pela boca até que a porta foi aberta e nos levantamos imediatamente.

E uma linda garotinha passou por ela, seus cabelos castanhos, seus olhinhos grandes e claros e suas bochechas rosadas, uma princesa de fato. Ela nos encarava curiosa, pois para ela somos dois desconhecidos

Angélica

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