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UM POUCO SOBRE ISABELA

Eu trabalho muito para ajudar minha tia e prima. Elas trabalham como camareiras em um hotel, e eu de garçonete em uma cafeteira.

Com o salário, consigo ajudar nas contas e ainda pagar meu curso de design de interiores. Quero crescer na vida e conquistar o mundo.

No amor sou uma fracasso, o homem que eu amava terminou comigo. Vivemos momentos maravilhosos juntos, e foi algo que me marcou, Infelizmente ele me deixou para se casar com outra pessoa. E eu ainda o amo.

Amo Henrique Salazar, queria que estivéssemos juntos.

Tudo aconteceu tão rápido, em um momento estávamos pensando em casar e no outro o triste fim.

***

UM ANO E ALGUNS MESES ATRÁS.

- Meu amor você chegou. (digo feliz ao abrir a porta)

Henrique e eu tínhamos combinado de morarmos juntos, ele ia ficar na mansão dos pais até que tudo fosse resolvido, mas alugou um apartamento no centro e vinha de vez em quando.

Abracei Henrique feliz ao vê-lo. Ele sumiu por dois dias e fiquei muito preocupada.

- Oi amor.

Diz ele meio melancólico. Esse não é o meu Henrique que conheço. cadê o alegre e animado?

- Aconteceu alguma coisa?

Henrique me beija, um beijo apaixonado.

Vamos para o quarto, meu corpo e depositado na cama com Henrique me beijando.

Ele levanta e termina de se despir, os olhos dele nunca deixam os meus enquanto desliza a última peça de roupa para fora. Tenho vontade de olhá-lo por inteiro, mas com vergonha, me concentro apenas no seu rosto. Ele tira do bolso da calça uma embalagem de preservativo e volta para a cama, ficando entre as minhas pernas. Ainda com o pacotinho nas mãos, beija-me lento e apaixonadamente. É tão carinhoso que sinto vontade de chorar.

Já tive dois namorados antes dele e não foi tão intenso e romântico como Henrique.

Minutos depois estamos abraçados na cama.

Henrique está calado. Silencioso demais.

- No que tanto pensa? (Perguntei)

Ele olhando-me nos olhos, sinto que tem algo importante ali.

- Vamos comer. (diz ele)

Henrique levanta da cama fico sem saber o que tanto o perturba. Pedimos comida e comemos na sala de jantar.

Henrique está distante.

- Não vai falar o que aconteceu?

Perguntei. Ele suspira.

- Temos que conversar.

- Então fale, estou ouvindo.

Ele deixa o garfo de lado e apoia o braço na mesa.

- Hoje meu pai fez um comunicado. E ele reflete em nós.

- O que seu pai disse?

- Isabela, meu pai me disse que estou noivo de uma mulher e vou me casar com ela daqui a algumas semanas. Ele acertou meu casamento com os pais dessa jovem.

Meu mundo caiu neste momento.

- Como assim casar? E você aceitou isso?

- Tive que aceitar Isabela. Estou sendo preparado a anos para assumir a empresa e...

- Não acredito no que estou ouvindo Henrique. E EU COMO FICO NISTO TUDO?

Minhas mãos tremem, sinto que estou a ponto de sufocar.

- Isabela, sinto muito.

- Eu te amo Henrique e você está quebrando meu coração em mil pedaços.

- EU TAMBÉM ESTOU SOFRENDO CARAMBA!

- Podia ter dito que não aceitava. (choro)

- Ele disse que caso eu não aceitasse iria tirar tudo, e mais iria tirar o emprego da sua tia no hotel e o financiamento do tratamento de sua prima no hospital. Não tenho poder para ir contra o meu pai.

- Então é assim, ele venceu!

- Eu estou infeliz também Isabela.

- Eu não acredito nisso...

Choro compulsivamente, Henrique me abraça. Recebo dele o apoio que não queria, mas necessito.

Depois do rompimento, saio do apartamento para morar novamente com a minha tia e prima. Elas disseram-me que eu iria cair da nuvem, e hoje vejo estarem certas.

****

Dias atuais.

Vejo sempre foto de Henrique nas revistas, nunca o vi acompanhado publicamente com a esposa.

Foi um rompimento doloroso para mim o melhor seria nunca mais vê-lo, nem em revistas e nem na tv.

Estou servindo as mesas do café restaurante.

- Olá. Você é muito bonita sabia.

Diz uma senhora.

- Obrigado senhora.

- Estou buscando por uma assistente pessoal, alguém que cuida das minhas agendas e compromissos. Trabalharia diretamente comigo.

- Está me oferecendo trabalho? (perguntei)

Ela balança a cabeça que sim. E diz:

- Você tem a aparência de que preciso. Bonita, educada e muito competente. Seu chefe aqui no café me falou maravilhas de você.

- Eu nem sei o que dizer...

- Aceite!

A senhora estende-me a mão e eu aceito.

Ela explica que devo acompanhá-la nos lugares importantes e frequentar a casa dela umas três ou quatro vezes na semana pra repassar a agenda. Claro que após ouvir o quanto ela me pagaria, fiquei animada. Esse dinheiro ajudará muito.

Um trabalho novo era o que eu precisava.

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