07

No carro.

HENRIQUE SALAZAR

Ela não parou de cantar um minuto. Nicole está fora de si. Do nada ela coloca o dedo na minha bochecha.

Controle Henrique, Controle sua raiva.

- Você está bravo?

Pergunta ela. Eu bufo.

- Estou.

- Mas por quê?

Ela está totalmente bêbada. Ridículo isso!

- Nicole senta direto no banco. Estou dirigindo.

- Você está muito chato! tirou-me da divisão.

Nicole faz um bico.

- Mulher minha não vai ficar dançando para outros homens. Aquela cena foi ridícula. (falo)

- Eu não sou sua mulher.

- É minha mulher sim. (falo irritado)

- Sou mulher do seu irmão. (ela ri)

- Não vou discutir com uma bêbada. É tolice.

Dirigi rapidamente. Tiro Nicole do carro e a jogo nos meus ombros. Ela debate-se.

- Fique quieta Nicole.

Entro na casa e no quarto dela, deito Nicole na cama, ela passou os braços no meu pescoço me prendendo junto a ela.

- Você está muito bonito. (diz ela)

- Me solta Nicole.

Nicole tem a pele macia. A respiração dela está quente e bate no meu rosto.

- Me beije.

Diz ela bem perto dos meus lábios.

- Não.

- Não tenha medo. Me beije.

- Me solta Nicole.

- Se não vai me beijar... então...

Antes que eu consiga me afastar, Nicole me beija.

Perco o controle e a sanidade, agarro corpo de Nicole com urgência, enquanto nossas línguas duelam com rapidez. Apertei a coxa de Nicole, que solta um gemido. Desci meus beijos pelo pescoço dela, tão deliciosa.

- Henrique... hmmm.

Paro bruscamente. Ela me chamou de Henrique.

- Não para Henrique.

- Droga! (falo)

Saio da cama. Olho espantado para Nicole, ela Permaneceu de olhos fechados. Nicole está fora de si. E eu perdi a noção.

Ela tem a desculpa do álcool, já eu, não.

Fecho à porta do quarto saindo o mais rápido possível de perto dela. Opto por descer escadas, tamanho o meu desespero para me distanciar.

Cheguei a sala e sento no sofá.

Foi por pouco, quase que eu faço algo errado. Nicole não faz ideia de quem eu sou na verdade.

Nem sei em que momento peguei no sono, somente que passei um bom tempo repassando na minha mente, o nosso beijo, tendo o meu corpo reagindo como se ainda estivesse acontecendo.

- Qual a graça de ter uma mulher se não posso tocá-la.

***

NICOLE SALAZAR

Que dor! Minha cabeça dói.

O que aconteceu comigo? Não lembro de nada.

Que gosto ruim na boca. Eca!

Abro os olhos e vejo que estou no meu quarto. Um alívio!! Pelo menos não fui pra casa de estranhos.

Minha última lembrança foi de aceitar uma bebida de alguém e depois tudo é um borrão.

Olho para o meu corpo, parece tudo intacto.

Estou com a roupa da noite anterior. Quem será que me trouxe?

Tomo um banho e arrumo-me, desci para o café.

- Bom dia. Paula.