QUANDO O AMOR FLORESCE

Priscila Damaceno

Sempre fui muito confiante e independente, especialmente após minha primeira decepção amorosa que me causou um grande trauma. Meu pai sempre diz que tenho um dedo podre para homem. Já se passaram oito anos desde que terminei com Lucas Santiago e precisei de terapia. Até agora, não consegui confiar em ninguém. A única coisa boa em toda essa história foi minha melhor amiga, Elisa. O novo trabalho dela tem trazido várias surpresas para nossas vidas. Ela veio ao nosso restaurante com o pessoal do trabalho, incluindo seu chefe insuportável e um homem mais velho que parecia bonito, mas só precisou abrir a boca para revelar o quanto era chato.

Eu estava organizando as mesas quando um moreno alto, de corpo atlético, lábios grossos e olhos castanhos me abordou:

- Olá! Com sua licença, penso que você está equivocada senhorita.

- Em quê? - perguntei.

- As colocações das mesas do restaurante estão desproporcionais.

- Em primeiro lugar, eu não dou a mínima para o que você pensa. E outra, você veio aqui para comer ou dar aula de decoração?

- Sinto muito se o ofendi, mas um local não harmonioso atrapalha a digestão dos clientes.

- Eu não quero saber. Você veio aqui para comer, então pegue este cardápio, escolha algo a seu gosto, coma e vá embora. Ele pegou o cardápio e olhou.

- Infelizmente, isso é uma desorganização plena. Não tem como escolher nada.

- Chega! Saia daqui! Eu não quero ouvir sua opinião. Vá procurar outro restaurante.

- O que está acontecendo aqui? Vocês estão afastando os clientes.

- Eu só estava dando uma simples sugestão para essa senhorita e ela ficou alterada.

- Você queria que o restaurante fosse modificado para se adequar a sua preferência. Isso não é uma sugestão.

- Vamos conversar lá dentro. Disse meu pai, convidando o estranho.

Eu não podia acreditar em como ele era chato, insolente e presunçoso. Era o pior homem de todos os tempos. Custei para me acalmar, mas no exato momento em que a minha amiga foi aos fundos do restaurante procurar seu chefe, ela voltou chateada e eu perdi a paciência novamente. Resolvi dizer algumas verdades para aquele cara, pois algo nele me intrigava. Durante a conversa, ele citou que eu fazia bullying na escola. Me veio uma breve lembrança dele. Aquelas palavras não eram apenas deboche.

Os dias foram passando e minha amiga viajou. No dia seguinte à viagem, recebi uma mensagem de um número desconhecido. Quando vi o remetente, bloqueio. Não acredito que aquele crápula conseguiu meu número. Voltei do salão me sentindo linda. Havia muito tempo que não me cuidava assim. Tirei uma folga para um dia de beleza. No entanto, quando cheguei no restaurante que é parte da minha casa, vi ninguém menos que o crápula do Matheus ajudando meu pai. Eu o ignorei e entrei. Mas algo nele me fez perder a pouca paciência que eu tinha.

- Pai, venha aqui por favor! O chamo.

- Sim? - disse meu pai.

- O senhor pode me explicar o que esse crápula está fazendo aqui?

- Apenas nos ajudando ele tem ideias ótimas.

- O senhor acha que esse gasto desnecessário cabe no nosso orçamento?

- Eu não estou cobrando nada. Disse ele, intrometendo-se.

- Ninguém faz nada de graça sem um interesse oculto.

- Fique tranquila. Não tenho nenhum interesse em você.

- Eu não falei nada sobre você ter interesse em mim.

- Não, mas...

- Está vendo? Você está se complicando. - Meu pai saiu, pois já estava farto. Dava para ver na cara dele.

- E se eu tiver algum interesse, o que você vai fazer? - Ele falou, se aproximando. - Você fala demais, briga demais. Está precisando de um homem para te colocar na linha.

Ele estava muito perto. Sua boca estava a um centímetro da minha. Eu tinha consciência do quanto ele era bonito, cheiroso. E quando ele me pegou pela cintura e me puxou para perto, tive consciência de que o moreno além de tudo, tinha pegada. Mas isso não bastava para mim conquistar. Já sofri demais, principalmente agora que Deivid voltou para reabrir as feridas.

Com raiva, pisei no pé dele, fazendo-o gemer de dor:

- Não sei onde você aprendeu essas maneiras, seu insolente, mas comigo não funciona assim.

- Você só pode ser louca, ruivinha invocada.

- Você me chamou do quê? Saiba que pode fazer mil trabalhos com o meu pai de forma gratuita, mas de mim não terá nada. Entendeu?

De repente, ouvi um baque na cozinha. Corremos para lá sem dizer nada. Meu pai estava caído no chão inconsciente.

- Rápido. Vamos levá-lo ao médico. - Ele disse. Eu estava desesperada e sem reação. Matheus salvou a vida do meu pai desde o primeiro socorro até a entrada no hospital. Eu estava sem reação, vendo o meu pai morrer na minha frente. O médico disse que se fosse um pouco depois, o meu pai não teria resistido.

- Obrigada! Nem sei como lhe agradecer.

- Desbloquei o meu número.

Eu sorri. Era impossível que ele só tivesse pensado nisso. Eu o desbloquei. Talvez seja o início de uma amizade.

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