De Volta Para O Amor

De Volta Para O Amor

Capítulo 1

A noite em Natal estava vibrante. O Carnatal tomava conta das ruas, e a multidão, embalada pela energia contagiante do trio elétrico de Ivete Sangalo, se movia como um grande mar humano. O som da música pulsava no ar, e cada nota parecia empurrar o calor da festa para cima. Ali está Arthur, que caminhava entre os foliões, carregando um cooler de cervejas. Vendendo cervejas no meio da festa, ele enxugava o suor da testa e sorria para as pessoas que o cercavam. A noite estava cheia de sons, de vozes e gargalhadas, mas, de repente, uma voz sobressaiu sobre todas as outras. Era uma voz que ele reconheceria em qualquer lugar.

— Arthur! — Hellen surgiu no meio da multidão, ofegante, empurrando os foliões com delicadeza para se aproximar dele. — Eu preciso muito falar com você. É urgente!

— O que você está fazendo aqui, amor? — perguntou Arthur, ao sentir o toque dela, virou-se imediatamente, surpreso e preocupado.

— Eu não sei como isso aconteceu, Arthur. — Hellen segurava um pedaço de papel amassado na mão, seus dedos apertando-o como se ele pudesse desaparecer a qualquer instante. Ela hesitou por um momento, olhando para Arthur com os olhos marejados, antes de finalmente soltar a verdade que carregava com tanto medo. — Eu estou grávida

Aquelas palavras caíram como uma bomba no mundo de Arthur. Por um instante, o barulho da festa ao redor desapareceu. Apenas o som distante da melodia de "Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim" permeava o ar, tornando o momento ainda mais surreal. O rosto de Hellen estava sério, mas Arthur, ao processar a notícia, foi tomado por uma felicidade avassaladora. Seus olhos se arregalaram e, num impulso quase infantil, ele começou a pular de alegria, gritando como se o próprio céu tivesse ouvido a novidade.

— Eu te amo, eu te amo! — Ele jogou os braços para cima, rindo, completamente tomado pela euforia. — Eu vou ser pai! — bradou para a noite estrelada de Natal.

Num movimento rápido, Arthur puxou Hellen para um abraço apertado, e os dois se beijaram no meio daquela multidão como se não houvesse mais ninguém ao redor. O beijo foi longo, carregado de emoção, e os corpos dos dois pareciam se fundir naquele momento único, embalados pela música de Ivete, que preenchia o ar de forma quase cinematográfica. Mas quando o beijo finalmente terminou, Hellen deu um passo para trás, e seu rosto, que antes estava radiante, agora era marcado pela preocupação.

— Estou com medo, Arthur — confessou. — Nem sei como meu pai vai reagir quando souber disso.

— Nós vamos passar por isso juntos. Amanhã de manhã, vou à casa do seu pai e vou pedir você em casamento — Arthur sentiu a gravidade da situação se aproximando como uma sombra sobre eles, mas não hesitou. Pegou o papel que ela lhe entregou, sem olhar, e o guardou no bolso da frente.

— Não precisa... — Hellen hesitou, seus lábios tremendo ao tentar argumentar. — Além de trabalhar de pedreiro, você está aqui no Carnatal vendendo cerveja...

— Eu não quero saber! — Arthur a interrompeu, sorrindo com o mesmo entusiasmo de antes. — Eu vou! Eu te amo e quero casar com você.

Os dois se abraçaram como se fossem a única coisa que importava naquele momento. Ao redor, a multidão continuava a festa, mas para eles, o mundo tinha parado. Estavam juntos. E isso era o que bastava. Quando o primeiro raio de sol rompeu o horizonte, trazendo a luz do amanhecer sobre as dunas.

...(...)...

A manhã surgia em tons dourados sobre o bairro silencioso. O sol já brilhava sobre a cidade, mas dentro da casa, a atmosfera era densa como se o ar estivesse carregado de tempestade. Arthur e Hellen atravessaram a porta da sala em silêncio, os corações batendo forte, conscientes do peso da tarefa que os aguardava. Mariano, seu pai, estava sentado no sofá, como uma estátua, seus olhos penetrantes fixos nos dois. Em suas mãos, um copo de café esfumaçava, aquecendo a manhã fria. Hellen hesitou, mas Arthur, determinado, caminhou em direção ao homem rígido que tinha diante de si. Ele endireitou os ombros, sentindo o nervosismo pulsar em suas veias, mas não desviou o olhar.

— É com muito respeito que eu venho falar com o senhor — começou Arthur, sua voz firme, porém cautelosa. — Quero pedir a mão da sua filha em casamento.

O silêncio que se seguiu era ensurdecedor. Mariano, ainda sem dizer uma palavra, manteve os olhos fixos em Arthur. Seus traços não mostravam emoção alguma. Ele se levantou lentamente, seus movimentos calculados, e antes que alguém pudesse reagir, num gesto abrupto e violento, ele jogou o café quente diretamente sobre Arthur. O líquido escaldante atingiu o peito de Arthur, e ele deu um salto para trás, ofegante de dor.

— Ai! Tá quente! — gritou Arthur, esfregando a camisa molhada na tentativa inútil de amenizar a queimadura.

Mas antes que a dor pudesse se acalmar, algo ainda pior aconteceu. Com o movimento brusco, o papel que Hellen havia lhe dado na noite anterior escorregou de seu bolso, caindo ao chão com um som quase imperceptível. Arthur congelou por um segundo. Mariano, sem hesitar, abaixou-se para pegá-lo. Ao ler as palavras escritas no papel, o rosto de Mariano transformou-se de mera indiferença em uma raiva feroz.

— Então é por isso que você quer casar com minha filha? — ele rugiu, levantando a voz e erguendo o papel com desdém. — Você engravidou ela, não foi?

— Eu sou apaixonado por sua filha, — respondeu Arthur, com os olhos firmes, sentiu seu corpo enrijecer, sua voz mantendo-se firme, apesar da tensão crescente. — Quero me casar com ela porque a amo, não por obrigação.

A porta que levava à cozinha se abriu, revelando Clotilde, a mãe de Hellen, que se aproximou da cena atraída pela confusão. Seu olhar ia de Mariano para Arthur, e de Arthur para Hellen, sem entender o que acontecia.

— O que está acontecendo aqui? — ela perguntou, confusa.

Mariano voltou seu olhar raivoso para a esposa, como se as palavras fossem veneno a escapar de sua boca.

— O que está acontecendo é que a sua filha... — ele pausou, segurando as palavras, como se estivesse prestes a cuspir fogo. — ...a sua filha está grávida desse marginal!

Clotilde arregalou os olhos, surpresa, sem saber o que dizer. Antes que pudesse reagir, Hellen deu um passo à frente, sua voz embargada pelas lágrimas que agora se formavam em seus olhos.

— Mãe, pai, eu amo o Arthur! — Hellen implorou, a dor clara em sua voz. — Ele vai assumir esse filho, nós vamos enfrentar isso juntos.

Mas Mariano não estava mais em condições de ouvir. Seus olhos estavam cheios de fúria, e sem qualquer aviso, ele avançou sobre Hellen, o braço ergueu-se como um raio, e o tapa que atingiu o rosto dela ecoou pela sala. A força da agressão fez com que Hellen quase perdesse o equilíbrio, mas a dor maior não estava no físico. O olhar de choque e traição em seus olhos era evidente.

— Você não é mais minha filha! — gritou Mariano, agarrando os cabelos de Hellen com brutalidade. Ele a arrastou pela sala com violência, o coração de Arthur se partindo ao ver a mulher que amava sendo maltratada de forma tão cruel.

Arthur tentou correr para intervir, seus braços já prontos para puxar Hellen de volta, mas Clotilde, desesperada, o segurou com força.

— Mariano, para com isso! — implorou Clotilde, sua voz tremendo enquanto as lágrimas já corriam por seu rosto.

Mas Mariano estava cego pela ira. Ele empurrou Hellen porta afora, jogando-a no chão com um movimento brutal, como se estivesse jogando fora um fardo indesejado. A jovem caiu de joelhos, soluçando de dor e desespero. O grito dela perfurou o silêncio da manhã.

— Vai embora daqui!

A porta bateu com um estrondo, trancada por dentro. Hellen ficou do lado de fora, sozinha, aos prantos. Clotilde tentou seguir a filha, mas Mariano a empurrou para longe, trancando a porta e aprisionando Clotilde dentro da casa com ele. Por trás da porta, os soluços de Hellen ecoavam na rua vazia, como se fossem o único som no mundo. Arthur ajoelhou-se ao lado dela, abraçando-a com todo o carinho que tinha.

— Nós vamos passar por isso, Hellen, — Arthur sussurrou no ouvido dela, enquanto a apertava contra seu peito. — Eu prometo. Vem comigo agora —, sua voz suave, quase como um sussurro, mas cheia de firmeza. — Vamos sair daqui.

Hellen, ainda atordoada com tudo que aconteceu, ergue os olhos tristes para a casa que um dia foi o seu lar, e então ela finalmente toma uma decisão. Lentamente, segura a mão dele, deixando-se ser erguida. Os dois caminham de mãos dadas pela calçada, cada passo afastando-os da casa, mas aproximando-os de um novo começo. Arthur a guia com ternura, seu coração pesado pelo que acabaram de enfrentar, mas determinado a construir um futuro ao lado da mulher que ama.

— Vai ficar tudo bem, — ele murmura, enquanto seguem em direção à rodoviária.

Enquanto isso. A luz entra pela grande janela do luxuoso quarto de Albert Banksy, espalhando-se sobre a cama impecavelmente arrumada. Albert, um homem jovem e atlético, está se preparando para tomar uma ducha. Ele retira a camisa casualmente, revelando o físico bem trabalhado, e coloca uma toalha ao redor da cintura, se movendo com tranquilidade... De repente, o som do celular toca, quebrando o silêncio do quarto. O aparelho vibra em cima da cama, e Albert, ainda um pouco distraído, olha para o visor. Seus olhos se arregalam ao ver o nome no identificador de chamadas. Um sorriso se abre em seu rosto.

— Alô? — ele atende, a voz cheia de surpresa.

A voz do outro lado é familiar, mas há algo diferente, algo que Albert não ouvia há tempos.

— Ei, sou eu, Arthur, — a voz de Arthur soa, trazendo um misto de nostalgia e surpresa.

— Meu irmão! — Albert ri, cheio de entusiasmo. — Há quanto tempo! Que bom ouvir a sua voz!

— É ótimo falar com você também, — responde Arthur, sua voz carregada de emoções que só um irmão poderia entender. — Mas escuta, estou voltando para o Rio de Janeiro.

— Sério? Que notícia boa! A mãe vai ficar muito feliz!

— Eu sei... estou morrendo de saudades dela. Logo, logo, estarei aí. Agora eu preciso ir, tenho que comprar as passagens.

— Mas como você está? Como vai vir?

Houve um breve silêncio antes de Arthur responder de forma enigmática.

— A única coisa que posso dizer agora é que vocês terão uma surpresa. Estou indo com a mulher da minha vida.

O mistério nas palavras de Arthur deixa Albert intrigado. Ele tenta fazer mais perguntas, mas a ligação é encerrada abruptamente. Albert olha para o telefone, frustrado.

— Alô? Alô?

O tom de linha cortada ecoa na sala. Albert abaixa o celular lentamente, seu olhar ficando pensativo. Por alguns segundos, Albert permanece parado, refletindo sobre o que acabou de ouvir. Depois, ele se dirige ao banheiro, determinado a continuar sua rotina, mas agora com uma nova expectativa em sua mente... O vapor da água quente já envolve o banheiro espaçoso, criando uma névoa suave ao redor. Albert, debaixo do chuveiro, sente o calor relaxante da água escorrendo por seu corpo. Ele fecha os olhos por um momento, deixando-se levar pelo barulho da água e pela tranquilidade do momento. Sem que ele perceba, a porta do banheiro se abre silenciosamente.

Alessandra, sua noiva, entra devagar. Seu olhar fixo em Albert, ela observa o marido debaixo da água, seus olhos brilhando com uma mistura de carinho e desejo. Ela começa a tirar a roupa, sem fazer qualquer barulho, e, em poucos segundos, junta-se a ele no chuveiro. A surpresa se estampa no rosto de Albert ao perceber a presença de Alessandra. Ele abre um sorriso divertido, incapaz de conter a leve risada que surge ao ver o gesto inesperado da esposa.

— Sabia que você é maluca, né? — ele diz, ainda rindo, enquanto os dois se aproximam sob a água.

— Sim, sou maluca... por você, — responde Alessandra sorrindo de volta, com um brilho travesso nos olhos.

A distância entre eles se desfaz quando seus lábios se encontram, iniciando um beijo que começa suave, mas logo se intensifica com a paixão crescente. A água do chuveiro continua a correr, escorrendo sobre eles, enquanto o calor entre os dois aumenta. As mãos de Albert deslizam pelos ombros de Alessandra, e ela o envolve com os braços, puxando-o para mais perto.

No Rio de Janeiro, a luz do sol da tarde entrava pela enorme janela da sala de estar, iluminando os detalhes refinados do apartamento de Pilar, onde cada canto exalava sofisticação e poder. Ela, impecavelmente vestida em um elegante vestido de seda azul, estava de pé ao lado do carrinho de bebidas, mexendo um martíni com tranquilidade calculada. Com um olhar distante e um toque de sarcasmo em seu sorriso, levou a taça aos lábios, saboreando cada gole como se o gosto pudesse dissipar suas preocupações. A porta rangeu ao se abrir. Carlos, seu marido, entrou sem alarde. A tensão em seus ombros curvados e a expressão de quem carregava o peso do mundo passaram despercebidas por Pilar, que não tirava os olhos do líquido em sua taça.

— Ainda bem que você chegou — ela comentou com uma acidez quase disfarçada, quebrando o silêncio. — Sumiu por meses nessa viagem.

— Nossa filha... — sua voz estava rouca, quase sufocada pelo nervosismo — Alessandra ainda está de casamento marcado com o Albert?

— Para de me sacudir como se eu fosse uma garrafa de champanhe! — esbravejou, tentando manter o controle da situação. Respirou fundo, recobrando a compostura. — Sim, Alessandra ainda está de casamento marcado com Albert.

Carlos afrouxou os ombros e deixou escapar um suspiro que parecia carregar anos de angústia acumulada. Por um breve momento, ele pareceu aliviado, mas Pilar percebeu algo estranho, uma sombra por trás de sua expressão.

— Isso é bom... muito bom... Alessandra casar com Albert — ele disse, como se repetisse uma sentença para si mesmo, tentando acreditar nas palavras.

— O que está acontecendo, Carlos? — Sua voz agora era séria, exigindo respostas. — O que você não está me contando?

— Minha querida... é melhor você se sentar — ele finalmente disse, com a voz embargada.

— Eu estou muito bem de pé, Carlos! — ela gritou, impaciente, perdendo o controle que sempre prezava. — Fala logo! Desembucha!

— Nós estamos falidos. — Carlos respirou fundo, o ar parecia mais denso à medida que ele se preparava para a verdade que estava prestes a soltar. O peso de suas palavras já podia ser sentido antes mesmo de serem ditas. — Não temos mais um centavo. Somos pobres agora.

O mundo de Pilar desabou em um segundo. Tudo ao seu redor, os luxos, o brilho, a vida que construíra com tanto esforço, se desmanchava no ar. O rosto dela empalideceu, sua boca se abriu para gritar, mas antes que qualquer som pudesse escapar, seus olhos se reviraram. Com um grito alto, desesperado, ela desabou no chão, desmaiada. Carlos ficou parado, olhando para o corpo inerte de sua esposa, enquanto o eco do grito dela ainda reverberava pelas paredes da sala.

Lá fora, o sol alto do meio-dia atravessava os vidros empoeirados do terminal rodoviário de Natal, lançando faixas de luz sobre os poucos viajantes que passavam por ali. Hellen estava sentada sozinha em uma das cadeiras de plástico, o olhar fixo à frente, mas perdido em um turbilhão de pensamentos. Quando Arthur apareceu, sua presença forte e decidida a fez despertar de seus devaneios. Ele se sentou ao lado dela, o olhar firme, mas cheio de algo que Hellen não conseguia decifrar — uma mistura de seriedade e arrependimento.

— O que a gente está fazendo aqui? — ela perguntou com a voz trêmula, ainda visivelmente confusa e frustrada. — E onde você estava? Você demorou muito.

— Primeiro —, Arthur a olhou profundamente, buscando encontrar a resposta certa no meio daquela tempestade emocional. Seu semblante calmo contrastava com o caos que ela sentia. — Eu fui ligar para o meu irmão —, sua voz firme. — Depois, comprei duas passagens para o Rio de Janeiro.

As palavras de Arthur pairaram no ar por um instante, sem encontrar eco em Hellen. Ela abaixou a cabeça, sentindo as lágrimas começarem a correr pelo seu rosto.

— Hellen! —, Arthur se levantou e ficou diante dela, seu corpo projetando uma sombra sobre a cadeira onde Hellen estava encolhida. — Eu não sou pobre como você pensa. Eu sou rico... muito rico. Tenho dinheiro suficiente para tudo neste mundo!

— Por que você mentiu para mim? — Hellen ergueu o rosto entre lágrimas, incrédula, as lágrimas escorrendo por suas bochechas.

— Desculpa... — Arthur respirou fundo, buscando coragem para continuar, sem rodeios, seus olhos não se desviando dos dela. — Porque eu tinha medo de perder você

— E o que você pretende fazer agora? — ela perguntou, ainda sem conseguir entender o próximo passo.

— Vem comigo. — Arthur, decidido, se aproximou ainda mais, inclinando-se levemente para ela, seus olhos refletindo uma determinação inabalável. — Vamos para o Rio de Janeiro. Lá, a gente se casa... e, quem sabe, com o tempo, seu pai vai te aceitar de volta. — Ele fez uma pausa, esperando pela reação dela. — Você vem comigo?

— No momento —, Hellen sentiu o coração apertar em seu peito. — Você é tudo o que eu tenho. Vou para onde você for!

Sem hesitar, ela se jogou nos braços dele, abraçando-o com toda a força que ainda restava em seu corpo. O beijo que se seguiu foi mais do que um simples gesto de amor. De mãos dadas, eles caminharam pelo terminal em direção ao ônibus, prontos para deixar Natal. Quando o ônibus finalmente começou a se mover, Hellen olhou para a janela, vendo a cidade que deixavam para trás se tornar apenas uma lembrança no horizonte.

...(...)...

A estrada estava envolta em escuridão da noite quando o ônibus avançava, iluminado apenas pelos faróis. Dentro do veículo, um murmúrio de conversas e risadas se misturava ao som do motor, Hellen estava encostada no ombro de Arthur, mergulhada em seus pensamentos sobre o futuro. Arthur, com uma expressão relaxada, levantou-se de seu assento, sentindo a leve vibração do ônibus.

— Para onde você vai? — perguntou Hellen, sua voz curiosa quebrando o silêncio ameno do interior.

— Amor, vou ao banheiro. Volto já! — respondeu ele, sorrindo, enquanto começava a caminhar em direção à parte de trás do ônibus.

No entanto, a tranquilidade da viagem foi abruptamente interrompida por um barulho ensurdecedor. Um estrondo violento reverberou por todo o ônibus, o som do pneu estourando ressoou como um sinal de alarme. O motorista, surpreso, tentou controlar o veículo, mas a luta era em vão. O ônibus começou a capotar, a luz dos faróis piscando freneticamente, transformando o interior em um caos de gritos e desespero. As imagens se misturavam em uma sequência de movimento e som. Passageiros, antes despreocupados, agora estavam em pânico, suas vozes elevando-se em um clamor de horror enquanto o ônibus se desmantelava sob a pressão da força centrífuga. O metal se retorcia, o vidro estilhaçando-se, enquanto o ônibus finalmente se inclinava de lado, parando em meio ao silêncio.

Dentro do ônibus, Hellen, que jazia desacordada no chão, um corte profundo na cabeça, o sangue manchando sua pele pálida. A luz ao seu redor começou a escurecer, como se o próprio mundo estivesse perdendo a cor. Arthur, que se encontrava em cima de cacos de vidro, sua cabeça gravemente ferida. O sangue escorria pelo seu rosto, formando uma poça escura ao seu redor. Ele tentou se mover, mas a dor o paralisava, como se o próprio chão tivesse se tornado um peso insuportável.

— Hellen... — sussurrou ele, a voz fraca e tremulante, quase perdida entre os ecos da desgraça que os cercava.

A imagem de Arthur começou a congelar, enquanto a escuridão envolvia tudo ao seu redor. Os sons das sirenes se tornaram mais claros, mas estavam longe, como se chamassem por ajuda que nunca chegaria. Sua visão, antes focada, começou a se apagar. A tela se escureceu completamente, e o capítulo se encerrava...

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