Capítulo 5

Os minutos se arrastavam, e a sala da mansão dos Banksy parecia cada vez mais vazia e entediante. Cansada de esfoliar as revistas, Heloísa sentiu que a espera se tornara insuportável. Com uma determinação renovada, decidiu que não esperaria mais. Subiria as escadas, talvez em busca de algo mais interessante do que as páginas amareladas à sua frente... Subindo, ela se dirigiu ao quarto de Felipe. A porta estava entreaberta, e ao empurrá-la levemente, Heloísa se deparou com uma cena que a pegou de surpresa. Felipe e André estavam abraçados.

— Eu atrapalho alguma coisa? — Heloísa perguntou com um tom de brincadeira, cruzando os braços e levantando uma sobrancelha, enquanto um sorriso malicioso se formava em seu rosto.

— Tia! — Felipe, pegando a surpresa, rapidamente recuperou a compostura, seu rosto se iluminando com um sorriso nervoso. — Claro que não, tia! Eu só estava precisando muito de um abraço! — disse, tentando transformar a situação em algo leve.

— Mas isso não parecia só um abraço — respondeu Heloísa, que soltou uma risada leve.

— Mas você acha que parecia o quê? — desafiou André, com um olhar cúmplice e um leve sorriso nos lábios, virou-se para Heloísa, seus olhos brilhando com malícia.

— Parecia uma outra coisa! — Heloísa se divertiu, balançando a cabeça. — Vocês realmente querem que eu fale? — disse, o sorriso travesso desafiando os dois.

Os olhares cúmplices entre os três carregavam uma mistura de risos e tensão, um momento em que a diversão se misturava à descoberta. Enquanto a cena se desenrolava, a atmosfera no quarto parecia carregada de segredos e risos.

— Então, me diga, Heloísa, nós parecemos o quê? — André perguntou, ainda meio surpreso, tentando disfarçar o leve rubor que subia em suas bochechas.

— Tia, a gente não está fazendo nada demais — disse Felipe, desconfortável com a situação, tomou a dianteira, sem deixar de lançar um olhar quase envergonhado para a tia.

— Ué, vocês parecem irmãos — respondeu Heloísa, soltou uma risada leve e balançou a cabeça, o olhar brincalhão se dirigindo a ambos, com um sorriso afetuoso.

André relaxou um pouco, agora sentado na beira da cama, enquanto Felipe, se aproximou da porta, parecia ansioso para sair daquela situação.

— Agora, tia, você me dá licença? Eu preciso me vestir — disse ele, em tom quase suplicante.

— Tá bom, tá bom — Heloísa respondeu, levantando as mãos em rendição, ainda sorrindo. — Vou esperar seus pais lá na sala de novo.

Em seguida, ela deu um abraço breve em Felipe e deixou o quarto, fechando a porta atrás de si. Felipe, finalmente sozinho, soltou um suspiro de alívio antes de buscar uma roupa para se trocar. Já André, que ainda estava sentado na cama, permaneceu ali por alguns instantes, perdido em seus pensamentos.

No quarto de Hellen, o silêncio era pesado, quebrado apenas pelo ruído distante de vozes e passos no corredor. Cleide e Bruno, de rostos marcados pela preocupação e pela dor, aguardavam impacientes ao lado da cama. Quando o médico entrou. Ele fez um exame detalhado, verificando sinais vitais e observando atentamente Hellen, que estava de olhos fechados, respirando com um leve tremor. Após alguns minutos, ele se virou para o casal, que aguardava sua palavra com uma expectativa quase dolorosa.

— Doutor, como ela está? — perguntou Cleide, a voz embargada pelo medo.

— Ela está muito bem, só está delirando por causa do medicamento. Não se preocupem, isso é normal neste tipo de tratamento — explicou o médico, olhando com um semblante tranquilo, tentando acalmá-los, com um sorriso leve.

— E o bebê? — perguntou Bruno, que até então se mantinha calado, deu um passo à frente, a expressão marcada pela preocupação. — Como ele está? Mesmo?

— Não precisam se preocupar. A nora de vocês e o bebê estão fora de perigo — afirmou ele, deixando no ar um pequeno alívio.

— Graças a Deus... Pelo menos uma notícia boa — murmurou Cleide, suspirou aliviada olhando para Bruno, emocionada. — Eu vou cuidar dessa criança com todo o amor do mundo.

— Sr. Bruno e Sr. Cleide. — O médico fez uma pausa, trocando um olhar com Bruno, antes de prosseguir com o tom mais grave. — O corpo do seu filho já está preparado para o velório

— Certo. — Bruno respirou fundo, tentando manter-se firme diante daquela dor insuportável. — Obrigado, doutor — respondeu com a voz baixa, mas decidida.

O médico acenou com a cabeça, oferecendo um último olhar de condolências antes de sair do quarto. Assim que ele se foi, Bruno aproximou-se de Cleide.

— Vamos para casa... temos o sepultamento do nosso filho a fazer. — disse Bruno, com um toque leve em seu braço, a chamou de volta à realidade.

Cleide não conseguiu dizer nada, as palavras pareciam ter fugido. Em vez disso, aproximou-se da cama de Hellen, inclinando-se para beijá-la na testa, num gesto de ternura e proteção. Lentamente, ambos se dirigiram à porta.

No final da tarde, o escritório da empresa Banksy estava imerso em um silêncio contido, enquanto Albert revisava alguns documentos com o olhar concentrado. Ele gostava da sensação de controle que aquele espaço lhe trazia, uma prévia do que poderia ser seu futuro à frente dos negócios da família. Imerso em suas tarefas, ele não percebeu quando a porta do escritório se abriu, revelando Carlos, que entrou sorrindo, os olhos brilhando com um misto de diversão e desafio.

— Sabia que você está na minha sala, sentado na minha cadeira? — comentou Carlos, que cruzou o escritório com passos firmes, parando em frente à mesa de Albert, onde ele estava sentado.

— Desculpa —, Albert ergueu o olhar, visivelmente confuso com a afirmação. — Mas eu não estou entendendo — respondeu, franzindo a testa.

— É muito simples — disse Carlos, que soltou uma risada curta, cruzando os braços enquanto se inclinava levemente para frente. — Em breve eu vou ser o novo presidente da Banksy.

— Isso é uma piada, né? — perguntou Albert, ainda rindo, mas agora com um toque de irritação. — Só porque vou me casar com sua filha, você acha que vai ter o controle da empresa?

— Pergunte ao seu pai. — Carlos deu de ombros, mantendo o sorriso cínico. — Ele vai te dar a resposta.

— Não é o momento para falar com meu pai — murmurou para si mesmo, enquanto sua mente voltava às palavras de Carlos, que ecoavam, persistentes e incômodas.

Com essas palavras, Carlos saiu do escritório, assobiando tranquilamente, deixando um rastro de tensão e um ar de mistério que Albert não podia ignorar. Sozinho novamente, Albert olhou para o celular sobre a mesa, pensando em ligar para seu pai. Mas, ao erguer a mão, ele hesitou.

...(...)...

No dia seguinte, o céu estava coberto por nuvens cinzentas no cemitério. Todos estavam reunidos ao redor da cova aberta, onde o caixão de Arthur já repousava, prestes a ser enterrado. O silêncio era profundo, cortado apenas pelo murmúrio do vento e o sussurrar das folhas ao redor. Cleide, com os olhos marejados, segurava um pequeno ramo de rosas brancas. Aproximou-se do caixão com uma tristeza que parecia pesar-lhe o corpo e, com delicadeza, colocou as flores sobre ele. Nesse instante, Heloísa se aproximou, tocando o ombro da irmã com um carinho discreto.

— Minha irmã, eu sinto muito mesmo — disse Heloísa, a voz carregada de sinceridade e dor.

— Heloísa? — Cleide suspirou, sentindo o apoio, e virou-se para ela. — Que bom que você veio! — murmurou, sentindo um pequeno alívio ao ter sua irmã ali, mesmo após as desavenças.

— Apesar de tudo, você é minha irmã — disse Heloísa, olhando para Cleide com um afeto que parecia superar todas as mágoas, com um sorriso triste.

Nesse momento, Lorena se aproximou, seus olhos também marcados pelo pesar.

— Cleide — começou Lorena, com a voz embargada —, se precisar de alguém para desabafar, estou aqui.

Cleide esboçou um sorriso leve, grata pela presença da amiga naquele momento difícil.

— Muito obrigada, amiga. Sei que sempre posso contar com você para tudo — respondeu Cleide, e então ambas se abraçaram em um gesto de conforto mútuo.

Enquanto Heloísa se afastava discretamente, acabou esbarrando em Alessandra, que lhe lançou um olhar de irritação.

— Ei, olha por onde anda, tá bom? — resmungou Alessandra.

— Me desculpe, eu não vi você — respondeu Heloísa, um tanto desconcertada.

— Ei, você é a irmã da Cleide? — Alessandra a observou por um momento, os olhos estreitados em curiosidade. De repente, segurou o braço de Heloísa. — Heloísa né?

— Sim, por quê? — respondeu Heloísa, intrigada com a abordagem.

— Por nada... só achei que você não gostava dela — disse Alessandra, com um leve tom de ironia.

Antes que Heloísa pudesse responder, Pilar se aproximou, interrompendo a conversa.

— Licença, minha filha, mas o seu futuro marido não vem ao enterro do próprio irmão? — perguntou Pilar, com uma expressão de censura.

— Mãe —, Alessandra pareceu surpresa e, após um instante de hesitação, respondeu. — Aposto que ele está lá na empresa Banksy...

— Aha o Albert Banksy... o filho mais velho e braço direito de Bruno. — Heloísa soltou uma pequena risada, tentando aliviar a tensão. — Pelo menos ele está trabalhando, né? — comentou, com um sorriso contido.

De repente, o céu se fechou ainda mais, e os primeiros pingos de chuva começaram a cair, suaves e frios. Um a um, deixaram o cemitério, as palavras ditas e não ditas pairando no ar como um eco do adeus.

A noite caiu pesada sobre o Rio de Janeiro, e a chuva fina que começara ao entardecer agora escorria em gotas densas e frias pelas ruas, deixando a cidade molhada e deserta. No quarto de hospital, Hellen dormia inquieta, a testa franzida em um pesadelo que a atormentava. Em sua mente, imagens fragmentadas do acidente de ônibus retornavam, trazendo o caos e o som de gritos e estilhaços. De repente, ela despertou com um grito, chamando o nome de Arthur, a respiração ofegante e o coração disparado.

— Arthur! Onde você está? — exclamou Hellen, com a voz trêmula e perdida. — Onde você está? Arthur meu amor... você está a onde?

O quarto estava vazio e silencioso, mas ela mal percebeu. Num impulso, levantou-se da cama, com o olhar vidrado e confuso, e saiu pelo corredor do hospital, sem que ninguém a impedisse. A chuva batia nas janelas enquanto Hellen caminhava pelos corredores frios, passando por portas e salas desertas, até encontrar a saída principal. Sem olhar para trás, ela seguiu pela rua, afundando os pés nas poças e encharcando-se sob a chuva, sem saber para onde ir, mas incapaz de permanecer no hospital. Cada passo parecia afastá-la ainda mais de qualquer destino seguro, e, confusa, ela olhava de um lado para o outro, tentando encontrar alguma direção.

— Meu Deus... Arthur meu amor onde é que você está. Eu estou ouvindo você me chamar — sussurrou Hellen, a voz embargada pelo desespero. — Arthur, onde você está? Para onde eu devo ir? ARTHURR!!.

Atravessando uma avenida deserta e escura, Hellen não percebeu quando um carro se aproximou rapidamente. Em um instante, o farol iluminou seu rosto e o som dos pneus derrapando na pista foi tudo que conseguiu ouvir antes do impacto. Seu corpo foi lançado ao chão, caindo com um movimento leve, como se o próprio destino a tivesse abandonado ali, desacordada no meio da rua molhada... Do carro, Albert saiu às pressas, assustado e desesperado para ver se a vítima do acidente estava bem. Ao se aproximar, o choque inicial deu lugar a um espanto mais profundo. Ao olhar para o rosto da mulher, mesmo ensopado e pálido, ele ficou surpreso pela sua beleza, uma visão que parecia congelar o tempo ao redor.

— De onde você veio? — com a mão trêmula, Albert tocou seu rosto, limpando a água que escorria por sua pele, e continuou, quase sem perceber, com a voz baixa, tomada pela surpresa e a preocupação. — Você é uma mulher e do nada surgiu na frente do meu carro.

A chuva continuava a cair ao redor, encharcando-os, mas Albert parecia hipnotizado pela presença de Hellen, o rosto dela iluminado pelo reflexo da luz da rua. Enquanto Albert permanecia ali, imóvel, olhando para Hellen, ele se abaixou e, com cuidado, a ergueu em seus braços, sentindo o peso delicado e a fragilidade dela. Molhados e vulneráveis sob a tempestade, ele a carregou até seu carro e a deitou no banco de trás. Antes de fechar a porta, olhou novamente para Hellen, o rosto pálido e sereno em seu sono profundo.

— Não se preocupe... — murmurou Albert, como se aquelas palavras pudessem alcançar a moça desacordada. — Eu vou te levar para o hospital

Com pressa e cautela, Albert dirigiu até o hospital mais próximo. Ao chegar, saiu rapidamente do carro, carregando Hellen em seus braços. Entrou pelas portas da emergência, chamando a atenção dos poucos que estavam ali naquela noite chuvosa. Ao ver um médico se aproximando, sua voz saiu entrecortada pela urgência.

— Ela precisa de ajuda... por favor, ajudem ela! — pediu ele, com o rosto ainda marcado pelo susto. — Eu preciso urgentemente de um médico aqui. Sem querer, eu atropelei uma mulher.

Imediatamente, a equipe médica atendeu ao pedido, levando Hellen para uma maca e encaminhando-a para o atendimento de emergência. Albert ficou para trás, assistindo enquanto a levavam pelos corredores, até desaparecerem de vista. Sentou-se em uma das cadeiras da sala de espera, sentindo o cansaço e a tensão finalmente pesarem sobre ele. Ficou ali, esperando, o som da chuva lá fora preenchendo o silêncio enquanto ele tentava processar o que havia acabado de acontecer... Algumas horas depois, um médico finalmente se aproximou dele, trazendo as notícias tão aguardadas.

— Pode ficar tranquilo, sua esposa está fora de perigo — informou o médico, com um leve sorriso para tranquilizá-lo.

— Graças a Deus que ela está bem... — Albert, que soltou um suspiro de alívio, balançou a cabeça e corrigiu. — Mas ela não é minha esposa — respondeu, ainda um pouco desconcertado.

— Eu imaginei. — O médico deu uma risada compreensiva, como se tivesse suspeitado disso o tempo todo, observando Albert com um olhar compreensivo. — Mesmo assim, foi um gesto generoso o seu.

Depois de agradecer ao médico, Albert observou enquanto ele se afastava pelo corredor, deixando-o sozinho novamente. Finalmente, ele se levantou, caminhando devagar até a saída. Ao abrir a porta e sentir o ar frio da noite, Albert olhou para a chuva que ainda caía sobre a cidade. Algo naquela noite mudara, mas ele ainda não sabia ao certo o que era. Suspirando, ele se afastou do hospital, sentindo que aquele encontro fortuito teria consequências que ele ainda não podia prever.

No requintado de um apartamento, uma garrafa de champanhe, luxuosamente cara, repousava sobre a mesa, testemunha solitária de um jantar destinado a uma única pessoa. A atmosfera era opulenta, mas a mesa encontrava-se desarrumada, um reflexo tumultuado da mente de Heloísa. Enquanto as cortinas dançavam ao sabor do vento, um silêncio majestoso pairava, apenas interrompido pelo toque insistente do celular dela. Antecipando a chegada da bolsa grande e preta, aguardei, observando-a.

— Ai —, ao receber uma mensagem, seu semblante se iluminou de surpresa. — Meu Deus — exclamou, — onde encontrarei gêmeos recém-nascidos?

Após horas de contemplação, Heloísa tomou uma decisão. Vestiu-se com um uniforme de enfermeira que possuía e, segurando a bolsa grande e preta, proferiu.

— Espero que a maternidade mais próxima tenha alguns gêmeos. — Sua voz, decidida, denotava pensamentos de ganhos consideráveis. — Preciso de mais crianças; quanto mais, melhor para mim.

Ao lado da bolsa preta, Heloísa dirigiu-se à maternidade, determinada a seguir por um caminho sombrio, sem se deter diante de qualquer obstáculo...

Enquanto isso. Os corredores da maternidade eram silenciosos quando Heloísa deslizou discretamente entre as câmeras de segurança. Seu andar leve e furtivo a transformava em uma sombra, quase invisível. Enquanto evitava olhares curiosos, Heloísa chegou a uma ala mais afastada, onde a luz era escassa. Diante de uma porta entreaberta, ela parou, observando uma enfermeira concentrada em seus registros.

— Algo está acontecendo — disse uma enfermeira sussurrando. — Mães e bebês desapareceram misteriosamente.

Heloísa escutou atentamente, os detalhes da conversa alimentando seu mistério. Sem hesitar, ela adentrou o quarto onde um bebê dormia. A enfermeira, alheia à sua presença, continuou a anotar informações.

— Não sei o que está acontecendo, mas é como se algo estivesse fora de lugar — murmura Enfermeira

Em seguida, Heloísa tocou suavemente o rosto do bebê, seus olhos transmitindo uma calma inexplicável.

— Quem é você? — perguntou uma enfermeira, intrigada

Ela, sem dizer uma palavra, deslizou para fora do quarto. A enfermeira olhou em volta, confusa, enquanto Heloísa escapava das câmeras mais uma vez. Heloísa, com olhos ardilosos e ambição nas veias, desliza pelos corredores silenciosos da maternidade. Seu coração acelera ao se deparar com o berçário, onde um par de gêmeos recém-nascidos repousa inocentemente. Ela observa os bebês com meticulosidade, estudando cada detalhe que poderia facilitar seu intento. Com passos furtivos, Heloísa se aproxima do berço, como uma sombra movendo-se entre a penumbra. Um sorriso astuto dança em seus lábios quando ela visualiza uma oportunidade para roubar os recém-nascidos sem ser notada. Enquanto Heloísa se prepara para realizar o roubo, uma enfermeira adentra o berçário. O coração dela bate descompassado, mas sua determinação não vacila. Ela se esconde nas sombras, aguardando pacientemente o momento propício para concluir seu ardiloso plano, e o capítulo se encerrava...

Capítulos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!