Capítulo 12

Depois do que aconteceu naquele dia, tudo tem sido um desastre. Arvan percebeu minha marca, no início ele não foi capaz de me reconhecer, não há qualquer conexão entre nós, mesmo que eu ainda tenha sua marca. Isso não vai nos unir, e é perfeito para mim.

Ou pelo menos é isso que eu gostaria de dizer. Estou me forçando além dos meus limites, rejeitá-lo e afastá-lo me machuca mais do que eu permito demonstrar. Não posso continuar neste lugar. Eu deveria ter dito a verdade para Elian: que essa pessoa é Arvan Daniel's e que eu tenho sua marca. Não posso deixar que esse homem me leve à desesperação. Sou o único que Zoe e Joe têm, e eles são tudo o que tenho. É por eles que estou aqui, em primeiro lugar. As empresas Montenegro também são seu legado.

A ligação que recebi de Kilian não me agradou. Ele disse que Elian renunciou à presidência e ninguém sabe onde ele está. Deixei muitas mensagens para ele, sem sucesso. Também liguei para ele e nada. Não gosto disso. A briga deles foi tão intensa assim?

Valentina: Senhor, terminei as suas pendências do dia. - Estiquei-me na cadeira. Ultimamente, tenho me sentido tão cansado.

- Muito obrigado\, Valentina. A propósito\, esqueça o acordo com os Cossio. A polícia vai cuidar deles. - Isso foi um favor de Elian. Parece que ele não gostou de como eu estava lidando com as coisas com os Cossio. A empresa não perde nada\, mas ficou claro para mim que a única coisa que importava para ele era que eles pagassem pelo modo como me trataram. Ele é o melhor dos irmãos\, às vezes estranho\, mas sempre pensa nos outros primeiro. Por que Kilian não vê isso? Às vezes\, ele é tão duro.

Valentina: Como o senhor ordenar.

- Vou embora\, não fique tarde aqui hoje\, não pretendo voltar.

Valentina: Senhor, o presidente quer...

- O que esse homem quiser\, tanto faz para mim. Faça o que eu disse.

Valentina: Sim, senhor. - Sorri para ela e saí. Terminei minhas pendências bastante cedo, na verdade me esforcei para poder buscar meus filhos no jardim de infância.

Depois de buscá-los, decidimos voltar para casa. Teríamos uma tarde em família, com pipoca e alguns filmes infantis, é claro, depois que eles terminassem a lição de casa.

Jorge: Senhor, não se assuste, mas aquele carro tem nos seguido desde que saímos da empresa.

- O que eles querem?

Jorge: Não se preocupe, meus homens já estão cuidando disso. - Eles são muito confiáveis. Os outros três carros (aqueles que levam os gêmeos e o que escolta Noah) interceptaram o veículo. A pessoa que saiu do carro, eu nunca esperei, era a Mariana. Saí imediatamente quando ela começou a gritar insultos para mim e pedi aos meus filhos que de forma alguma se deixassem ver. Ela já tinha nos seguido até o jardim de infância, mas ela não precisava saber quem ou o que fomos ver lá dentro. Para isso, ela teria que estar dentro.

- Por que você está me seguindo?

Mariana: Eu quero conversar com você. - Ela não para de olhar para trás. Ela está apenas procurando algo com o qual possa me chantagear. Suponho que a situação de sua família a tenha deixado desesperada. De jeito nenhum vou permitir que essa bruxa veja meus filhos.

- Eu não tenho nada para falar com você. Por favor\, crianças\, cuidem para que essa... "senhora" não nos atrapalhe. Se ela resistir\, vocês têm permissão para serem agressivos.

Mariana: Você é um maldito desgraçado...

- Você deveria se sentir feliz. Aprendi muito bem com você. Em vez disso\, agradeça por eu ainda não ter começado com você. - Virei as costas e pedi para Jorge continuar.

Joe: Quem é aquela pessoa, papai?

- Uma pessoa má. Vocês não devem se aproximar dela.

Zoe: Eu não gosto dessa mulher. Ela parece uma bruxa.

- Haha\, você está completamente certa. Aquela mulher é uma bruxa muito má.

Depois de chegarmos em casa e supervisionar os gêmeos fazendo a lição de casa, liguei para Elian. Felizmente, ele atendeu. Depois de conversar com ele, fiquei mais inquieto. Não acreditei completamente nele, ele está escondendo algo.

Liguei para Kilian, mas ele não atendeu, então deixei uma mensagem.

Zoe: Papai, vamos assistir filmes?

- Ok\, tarde de filmes. - Os vi animados com a ideia. Preparamos algo juntos e depois assistimos filmes durante toda a tarde.

Arvan.

"Senhor, um homem diz que o senhor o espera, acho que ele se chama Sebastián Robles" meu assistente me avisou da visita que me manteve esperando o maldito dia todo.

— Faça-o entrar. — ele saiu e alguns minutos depois, o homem entrou.

— Detetive Robles, sente-se, espero que tenha algo para mim — o homem sentou-se e abriu sua pasta, me entregando uma pequena pasta.

Robles: Com o pouco tempo que me deu, não pude investigar muito, mas, graças ao dinheiro que me deu para ser generoso com as informações, fiz grandes avanços. — comecei a ler as informações.

Noah foi adotado por Jacob Montenegro há mais de 6 anos, agora entendo o motivo de sua reação quando falei daquela maneira sobre ele, me sinto estúpido, nunca fui seu amante, ouvi tanto isso que acabei acreditando também.

Ele viveu todos esses anos no exterior e, mesmo sendo parte da direção das empresas Montenegro, nunca se apresentou à empresa.

Robles: O terceiro filho de Jacob era completamente antissocial, diziam que todos os funcionários alfas da mansão foram substituídos — isso significa que ele não suporta a proximidade com alfas, faz sentido pelo comportamento de seu puxa-saco quando algum está por perto, isso também é culpa minha, não é?

Não há registros de que ele tenha se casado e, dado que sempre estava recluso, não poderia ter tido um parceiro, mas...

Robles: Não consegui encontrar nenhum registro, mas, segundo um dos antigos funcionários dos Montenegro, o ômega que foi trazido pelo senhor Jacob anos atrás estava grávido, devido à delicadeza da situação dele, tanto ele quanto os funcionários alfas foram substituídos. — isso foi um golpe muito forte, Noah estava esperando um filho meu? Ele perdeu? É o mais provável. Depois de tê-lo rejeitado daquela maneira, é impossível que ele tenha conseguido tê-lo, e se ele tivesse, a criança talvez nasceria com muitos problemas.

Robles: Não consegui obter nenhum registro de nascimento nem registros médicos devido à falta de tempo, mas, se me der mais tempo, tenho certeza de que consigo.

— Está bem, embora duvide que esse bebê tenha conseguido sobreviver — aceitar essas palavras é um golpe muito forte, é minha culpa, e não é algo que eu possa mudar agora.

— Quero todos os detalhes, mais nada, ninguém mais deve saber disso. — entreguei-lhe um cheque e o acompanhei até a saída. Também preciso fazer algo, mas me deparo com Noah indo embora novamente, ele volta para casa mais cedo todos os dias. O que é tão importante que ele faz isso diariamente? Além disso, a expressão de felicidade em seu rosto me incomoda. Não tenho o direito de estar com ciúmes, mas não consigo evitar, ele é meu ômega...

O que diabos estou pensando? eu o rejeitei.

Sem pensar, decidi segui-lo discretamente, preciso saber quem é a pessoa com quem ele está se encontrando todos os dias. Ele não pode aceitar mais ninguém, a menos que esteja disposto a se deixar marcar... Não, impossível!

Ele parou em uma creche! O que está fazendo aqui? Não posso me aproximar mais, primeiro porque seus seguranças estão lá, e só permitem a entrada de pais de família e coisas do tipo. É uma escola muito prestigiada e bastante rigorosa com sua segurança.

Talvez seja minha imaginação, mas não sou o único que os está seguindo, essa é a esposa do inútil do meu sobrinho? Se isso se tornar um problema, eu vou cuidar dela.

Esperei o carro sair novamente, mas também não consigo ver nada, os vidros estão completamente polarizados.

Esses caras são espertos, conseguiram interceptar aquela mulher, e digo espertos porque até agora não perceberam a minha presença. Agora sei onde ela mora, mas mais uma vez não posso ver nada. Recebi uma ligação, uma emergência ocorreu e, mesmo que eu gostaria de esperar Noah descer, voltei para a empresa.

Eles realmente não podiam cuidar de algo tão simples? Por causa dessa bobagem, tive que abandonar o que estava fazendo... Tento me acalmar, de qualquer forma, este é meu trabalho, não é seguir Noah, mas a dúvida de por que Noah foi àquela creche não sai da minha cabeça. Liguei para marcar uma consulta, disse que queria matricular meu sobrinho que estava vindo do exterior, marquei uma visita para o dia seguinte, cedo.

Estou aqui, apressei-me em estar lá antes do horário da entrada das crianças, o que espero ver aqui?

"Oh senhor Daniel's, chegou cedo, seja bem-vindo, tenho tempo para atendê-lo agora, vamos." Desvio minha atenção da diretora quando vejo o carro de Noah chegar e meu coração para por um instante ao ver as crianças que descem com ele.

Sua idade não deve ser maior do que 6 anos, ambos têm olhos cinzentos e cabelos negros como eu, além disso, o olhar da criança, não há dúvidas, é idêntico ao meu.

"Senhor Daniel's, está tudo bem?" Sua dúvida deve ser porque acabei de me esconder quando Noah olhou na minha direção. Quero confrontá-lo, mas tenho o direito de reclamar algo? Eu os deixei sozinhos, talvez nem saibam que eu existo. Ele me odeia, tem mil motivos para isso, e eu não posso dar a ele nem um único motivo para sequer me aproximar deles. Sinto-me um lixo completo.

—Desculpe-me, tenho que ir embora.

"Você está muito pálido, está se sentindo bem?"

—Não, não estou me sentindo bem, desculpe. —Noah estava se despedindo dos meus filhos, a pequena o chamou e quando ele parou, ela correu para abraçá-lo. O menino imitou sua ação. Os nomes que ele disse naquela vez, serão os nomes deles? Joe e Zoe? Se sim, são nomes perfeitos, são crianças muito felizes e saudáveis, com certeza são muito inteligentes. O que eles gostam de fazer? Ou comer? Quando é o aniversário deles? A ideia de família que eu tinha planejado é tão diferente do que eles têm. Estou arrependido por não ter sido parte de suas vidas, mas de que adianta?

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