Bren levanta e sai do quarto quando Sken parece ter adormecido profundamente aliviando a dor. Antes de sair ela o observa e segura sua mão. - Eu preciso de você..
Ela observa a família de longe, a família daquele homem, as meninas parecem esconder a tristeza com frieza , enquanto a mais jovem parece assustada. A menina tenta tocar o pai mas, uma das irmãs não deixa. Ela a pega no colo e a tira de lá. E a terceira irmã as segue. Elas passam por ela no corredor e ela vai atrás.
Bren: Oi. - Oi. Bren: Esse homem é o seu pai? O que aconteceu com ele? - Eu não sei e não quero saber. Não faz diferença. Bren: O que não faz diferença? - Ele tá sempre se metendo em alguma coisa, respondeu a outra irmã. Nosso pai foi embora a muito tempo. Não sabemos no que ele tem se metido. Bren: Eu sinto muito. - Não sinta. Ele era mais ausente quando estava perto. Bren: Ele era agressivo? - Não, agressivo não. - O papai podia voltar, disse a menininha. - Ele não vai voltar, disse a mais velha. Bren: Porque você acha que ele não vai acordar? - Eu quis dizer que não vai voltar pras nossas vidas. Bren: Ele devia ser um péssimo pai. - Não, ele não era. Esse é o problema. - Porque tanta pergunta sobre o nosso pai?! Disse a mais velha. Bren: Porque ele tá em coma. Vocês deviam falar com ele. Na situação dele é importante a presença das pessoas que ama. - Você é médica? Bren: Ah, estagiária. - Não é muito nova? Bren: Obrigada. - Ele não precisa de nós e nós não precisamos dele. Bren: Não vejo verdade nas suas palavras mas, eu vejo dor em seu olhar. - Você é médica de que área mesmo? Bren: Psicóloga! - Bom, não marcamos consulta. Elas se viram para ir embora... Bren: E a sua irmã? Quantos anos ela tem? Ela não sente falta do pai? A pequena balança a cabeça discretamente dizendo, sim. Bren: Acho que cada uma de vocês já podem sentir a própria dor. Está impedindo, obrigando, uma criança a não poder, quem sabe, se despedir do pai. Você vai cuidar da dor e da culpa dela mais tarde? - Você não tem nada com isso! É coisa da minha família! Bren: Família que não envolve só você mentindo pra si mesmo e controlando os sentimentos dos outros pra castigar o pai, porque, por ter ido embora? ( Todas olham pra cima quando as luzes piscam ) - Ela tem razão! Diz a irmã do meio. Nada que o nosso pai fez justificar não podermos nos despedir dele. ( As luzes piscam de novo!)- Ela mal o conheceu. - Mas parece que ela conheceu o suficiente. ( As luzes piscam novamente ) - O que tem de errado com essas luzes? Bren: Me fala mais sobre ele? Ele era um bom pai? - Era. Bren: Porque ele foi embora? - Porque? Bren: Só responde, droga! Bren fala nervosa! - Acho que a mamãe mandou ele embora. Bren: Você disse que ele foi embora! - Porque foi culpa dele. Ele estava sempre arrumando confusão, não conseguia parar em um emprego, e a traia com qualquer uma. Bren: Me diz como ele era como pai. - Ele era nossa alegria. ( As luzes do corredor piscam novamente ) - O que tem com essas? Bren: Droga, esquece as lâmpadas! Seu pai, fala do seu pai!
Seu pai tinha problemas, ele achava que estariam melhor com ele longe, porque era isso que sua mãe sempre dizia, ela estava machucada, eu sei mas, ele acreditou. Mas, acontece que, ele nunca conseguiu embora. Os desenhos no jardim, as flores na janela, você se lembra? - Lembro. - E vocês nunca responderam. Mas um motivo pra ele acreditar que estavam bem sem ele. - Ele desistiu de nós.. Ele nunca se perguntou? Bren: Ele sabia como estavam e tudo que acontecia. Porque ele estava sempre lá. Todos os dias. ( As luzes do corredor começam a piscar mais vezes. ) - Eu não gosto disso, disse garotinha. Bren: Não preciso que troque as lâmpadas, preciso que venham comigo e confiem em mim. - Porque faríamos isso? Bren: Quer seu pai de volta ou quer que tudo acabe assim?
Bren: Fecha a porta. - O que está acontecendo? Pergunta a mãe. Bren: Quando eu o tocar e fechar os olhos preciso que falem com ele. Só falem com ele, não importa o que tiver pra falar. Bren pensa e pede pra que as duas irmãs a toquem enquanto ela toca o homem tentando entrar na mente dele novamente. De repente, as três estão dentro do sonho. - É onde a gente morava quando éramos mais novas. Bren: Olha de novo. - É o papai?
Bren: Ele sempre esteve aí observando vocês, ele sentia saudade mas achavam que tinha as perdido. E agora ele está preso aí. Eu só não sei porque hoje. Esse dia. - Elas se aproximam do carro. E uma delas diz, porque esse dia foi o dia que fomos embora da cidade. - Pai? Bren: Ele tá preso. Não pode nos ver nem nos ouvir. Bren sente o chão tremer e as três voltam pro quarto de volta. - Não! Porque voltamos? - Nós leve de volta. Bren: Não posso! Não fui eu que saí. Ainda é bem automático sabe. - O que fazemos agora? Bren: Eu não sei... Mas fiquem aqui.
Bren volta a mente da garota e tenta chama-la enquanto atravessam o fogo mas, definitivamente ela não a ouve. Bren vai até a cozinha onde a garota está sentada no chão da cozinha chorando abraçando o corpo da irmã morta. Bren está parada na cozinha observando aquela imagem e o sangue se escorre até seus pés. Então, ela ouve um barulho, e vê a garota se levantar, pegar uma faca e ir para a sala. É ele vindo.. Bren segue a garota até a sala, passando pelo sangue que se espalha e vê aquela cena que se repete de novo e de novo...
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Atualizado até capítulo 50
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