No dia seguinte, Wendel, está no quarto, e sua irmã chega na porta.
Werena_ Posso entrar?
Wendel_ Logico, mana!
Werena_ Tenho uma novidade para lhe contar.
Wendel, apenas movimenta a cabeça curioso.
Werena_ Beijei o seu amigo, Joziel. (Um pouco tímida)
Wendel_ É? (Surpreso) Você... mas como...
Werena_ É... Na verdade, na verdade, não foi bem eu que beijei ele, e sim ele que me beijou.
Wendel_ Nossa, até que enfim este cara toma uma atitude. Mas, e ai, vocês estão namorando?
Werena_ É... eu não sei como isso vai ficar. Vamos ver...
Wendel_ Mas você quer? Você gosta dele?
Werena_ Eu gosto dele, mas acho o Tex, um gato!
Wendel_ Fique com quem você gosta, mana! Beleza, não é tudo!
Werena_ Eu queria ouvir algo assim. (Coloca a mão dela em cima da mão de Wendel). Mas, agora, mudando de assunto, como estão você e Jenifer?
Wendel, estava sentado na cama, e agora ele se deita, e coloca as duas mãos sobre o travesseiro, apoiando a cabeça na altura da nuca, e pensativo, olha para o teto.
Wendel_ Jenifer, é uma garota espetacular, e eu gosto muito dela. Porém, mana, eu vou te confessar algo. Eu me acostumei com o espírito da Violeta, atrás de mim. Eu tive momento com ela que foram inexplicáveis.
Werena_ Mano... ela está morta! Ela precisa ir! (Preocupada)
Wendel_ Eu sei, eu sei, Werena, mas é mais forte do que eu. Você precisava ver na beira do rio, as pétalas de rosa descendo na água do rio, e caindo do céu. O perfume dela...
Werena_ Era uma ilusão!
Wendel_ Mas para mim, e para ela, era real!
Werena, sorri, e diz:
_ Meu irmão, você tem uma namorada que te ama, e anda com aquelas roupas exóticas, e você não se importa em trabalhar em uma funerária, e nem se importa com isso. Eu acho que você tem que viver a sua vida, e ser feliz. Mas eu só acho que você precisa tomar cuidado para não magoar a Jenifer. Ela não merece, mano!
Wendel_ Eu sei!
ENQUANTO ISSO, EM UM SETOR DE UMBRAL LONGE DALI ...
Violeta, está deitada em frente a uma construção abandonada. Ela sempre fica naquele local, pois é como se fosse a casa dela, naquele lugar pouco iluminado e triste. Ela está como se estivesse sonhando, e pensando em coisas de sua vida passada quando ainda estava com Wendel, que em outra vida era Guilherme.
O seu mentor se aproxima, e vê ela deitada no chão. Ele toca nela, e ela desperta.
Violeta_ Crispim... você? Me trás boas notícias?
Crispim_ Não! Mas também, não trago, más, noticias! Quanto a isso, fique tranquila.
Violeta_ O que veio fazer aqui então?
Crispim_ Vim te ver, meu espirito irmão, que precisa de ajuda. (Afaga o ombro de Violeta)
Violeta_ Não consegui descer para ver Wendel. Por quê?
Crispim_ Você, já está intervindo demais na vida dos vivos, você não acha?
Violete_ Não tirem isso de mim, por favor. Não me deixe sem poder ver ele. (Diz muito temerosa)
Crispim_ Não irmãzinha! Não faremos isso! Se isso acontecer, precisa ser uma atitude sua. Estão analisando umas coisas que você fez, sabia?
Violeta_ Serio? Mas é cosia ruim?
Crispim_ Ao contrário! Foram coisas ótimas. A primeira, livrando Wendel, de tomar um tiro e ser assaltado, porque era isso que iria acontecer se você não tivesse lá, e não aparecesse aquela madrugada. O bandido, estava tomando por um espírito obsessor. E não houve uma tragédia, por intercessão sua. E depois, salvando a Jenifer, de ser picada por uma serpente, mesmo ela sendo sua rival no amor.
Violeta_ Sinto ciúmes dela, mas não tenho ódio dela. Só que ela está fazendo coisas que eu nunca pude fazer com quem eu amo.
Crispim_ O que, por exemplo?
Violeta_ Ir ao cinema, ir ao shopping. Não deu tempo de eu fazer isso com o Guilherme.
Crispim se levanta, e olha para Violeta. Por uns segundos, ele olha a imagem de seu espirito na forma em que ela morreu, e pensa em todo seu sofrimento, Crispim, consegue sentir parte da dor dela, quando desencarnou só em olhar para ela.
Crispim imagina que a revolta de Violeta, talvez não seja só por não viver tudo oque queria, mas por sofrer tanto de forma tão trágica em seu desencarne. Ele se pergunta o porquê de aquele espírito não poder viver um momento ao lado de quem ama.
Violeta_ Porque está me olhando deste jeito? (Ela pensa que ele está com nojo dela)
Crispim_ Eu sei o que você está pensando, mas não tem nada a ver. Tire isso de sua cabeça, porque já fui mentor de gente moída, e não pense que você é pior. Mas... Violeta...Não tenha tanto medo de fazer o que seu coração te manda.
Violeta_ O que?
Crispim_ Lembra da Marien?
Violeta_ A menina do cemitério que veio me falar que não somos punidos por qualquer coisa? Eu lembro!
Crispim_ Em partes, ela tem razão! Tchau! (Crispim desaparece imediatamente antes que Violeta pergunte algo mais)
Ela sente uma força interior vindo de dentro dela e, ao mesmo tempo, uma sensação de liberdade.
Já faz dias que Wendel, não vê Violeta, pois ela continuava evitando aparecer para ele. Mas ela sente que ele quer ver ela, e consegue sentir as saudades que ele tem dela.
Em mais uma noite na funerária, Wendel, se despede de Joziel que ficou até mais tarde, e agora está indo embora. Wendel, então sem nada para fazer, atravessa a rua, e se senta no ponto do ônibus do outro lado da rua de frente para funerária.
A alguns metros de distância, ele olha para o portão do cemitério que fica na mesma calçada, e Tex, aparece no portão com uma caneca de café na mão.
Tex grita:
_ O que você está fazendo ai, sozinho? Está com medo de fantasma? (Risos)
_ Wendel_ Só estou olhando as modas. (Grita)
Já está ficando tarde, e o movimento de carros na rua é pouco. O tempo está agradável, e Wendel, vê uma moça se aproximando andando a pé de longe. Ela está sozinha, mas está com uma roupa de colegial.
Meias brancas, sapatilhas pretas, saia azul-marinho, e uma camisa de botão branca.
Wendel fica muito curioso, e grita para Tex:
_ Dá só uma olhada. (Se referindo a moça que vem andando longe)
Tex_ Estudante, uma hora dessas?
Continua...
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Atualizado até capítulo 22
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