Wendel estava realmente bastante pensativo com a menina que tinha visto. Ele dormiu pensativo sobre aquilo que tinha acontecido, e já havia tirado conclusão de que era algo espiritual.
No dia seguinte, os pesamentos lhe eram tão perturbadores, que ele decidiu ir até a casa de um amigo da família que era espirita.
Wendel, bateu na porta, e uma jovem atendeu.
Thamara Oi, tudo bem?
Wendel Oi, Thamara, o seu pai está?
Thamera_ Está, sim! Entra, vou chamar, ele.
Wendel entra e se senta no sofá da sala.
Na parede tem um grande quadro com o rosto de Allan Kardec, um conhecido decodificador da doutrina espirita.
O senhor Alan, pai de Thamara, chega e surpreende Wendel, admirando o quadro.
Alan Gostou do quadro, rapaz?
Wendel Interessante! É alguém de sua família?
Alan Não! (Risos) Este é Allan Kardec! Nunca ouviu falar?
Wendel Sim! Sim! Não sabia que se tratava dele. Porque, na verdade, o conheço bem pouco. Só sei que ele era espirita, não era?
Alan Sim! Foi responsável pela expansão da doutrina espirita em muitos lugares, inclusive no Brasil.
Wendel É exatamente por conta disso que vim até aqui hoje.
Alan Você quer saber alguma coisa da doutrina espirita?
Wendel Sim... quer dizer... não! Bom, na verdade, eu queria ouvir a opinião do senhor sobre algo estranho que tem me acontecido.
Alan (Se senta no sofá perto de Wendel) O que seria?
Wendel No outro dia eu estava no cemitério, e tive a impressão que estava sendo observado. E quando eu já estava me retirando, eu vi uma menina, senhor, Alan, e ela estava me seguindo.
Em outro dia, eu estava saindo do trabalho a noite, e voltei a ver ela no ponto do ônibus. Não, era algo natural, pois ela apareceu do nada, sem, fazer qualquer barulho. Quando eu olhei para o lado, ela estava, lá, sentada.
Alan Meu filho, para início de conversa, eu tenho que te dizer que parece mesmo que você está tendo algum tipo de visão de alguém desencarnado. Você com certeza tem algum tipo de mediunidade, e essa pessoa encontrou em você um meio de se expressar.
Wendel Então, o que eu tenho que fazer? Vou ficar com uma alma penada andando atrás de mim?
Alan (Risos) Você está com medo?
Wendel Não me considero medroso, mas é estranho estar em algum lugar, e do nada tem um ser do além ali, parado olhando para sua cara.
Alan_ Se você não tem medo, por que não pergunta oque ela quer?
Wendel, para por alguns segundo e fica olhando para o senhor, Alan.
Wendel Sê tá falando serio?
Alan Eu faria isso! Geralmente é o que eu faço! Lá no centro que eu frequento, não tem aparições, mas é comum, um espírito encarnar em uma pessoa, e trazer alguma mensagem, um recado para um familiar ainda vivo. E também há casos de espíritos que estão sofrendo, devido ao ódio que estão carregando no coração, e a presença destes, às vezes pode não ser muito agradável.
Wendel_ Você acha que essa tal menina é um espírito destes, ai, desagradáveis?
O senhor Alan, se levanta e põe a mão no queixo, e pensa alguns segundos, e diz:
Alan_ Sinceramente... eu divido! Talvez, tenha algum tipo de perturbação, sim! Mas deve estar buscando sua ajuda. Já que você se diz um rapaz corajoso, poderia ajudar.
Já passadas algumas horas, em casa, Werena pede um remédio para a mãe.
Maria Está com dor de cabeça?
Werena Sim! Começo do nada essa tal dor de cabeça. Tomei um remédio, e agora vou tomar outro, pois não adiantou.
Wendel, desce as escadas correndo, e diz:
Wendel Não me esperem hoje, vou dormir no trabalho. Só vai ficar eu e o segurança la. Sendo que até 1:30 da madrugada estarei sozinho.
Werena Corajoso, este seu filho, né?
Maria_ Sim!
HORAS DEPOIS NA FUNERÁRIA
Carlos Estou indo, qualquer coisa ligue para mim. Mas, só em caso de emergência. A parte burocrática, caso saia alguma venda, meus amigos do plano funeral ajudam você caso precise. Ou você pode pedir ajuda do segurança.
Wendel Pode deixar, seu, Carlos!
Carlos_ Há! E cuidado com os fantasmas! (Gargalhada)
Wendel, fica olhando serio, enquanto o senhor Carlos, se afasta.
A funerária ficava na beira da rua. Havia uma porta de vidro, e uma pequena saleta logo na entrada, de formas que quem passasse na rua via os caixões dentro da saleta como se estivesse olhando uma vitrine. Após saleta, ficava o escritório com a porta de frente para a saleta, mas do escritório, era possível ver a rua também, e quem entrasse na funerária.
Atrás do escritório, havia depósito, sala de embalsamamento, e preparação de funerais, onde os falecidos eram colocados e preparados para o velório e sepultamento.
Wendel, sentou se na mesa, e ficou olhando os carros que passavam na rua. O silêncio às vezes imperava, pois os carros paravam de passar quando a madrugada ia se chegando.
Por vezes passava um ônibus, e alguns poucos carros.
Wendel começou a desenhar, quando sentiu seu corpo se arrepiar completamente, e ele sentiu aquela sensação de novo de estar sendo observado.
Por alguns segundos, ele sentiu seu coração disparar, e teve medo. Sua vontade era levantar correndo, e ir para rua, e ficar sentado na parada do ônibus.
Então com muito medo, mas se controlando, ele disse:
Wendel_ Você está ai?
O silêncio continuou dentro do ambiente, e Wendel, teve coragem de olhar para trás.
Ele olhou, mas não viu ninguém. Apenas os caixões, e o sofá que ficava ali.
Ele se levantou, e foi ao banheiro. Urinou, e bebeu água, e quando estava retornando para o escritório, bateu de cara com ela...
Sentada no sofá, toda vez tida de preto, com uma bota longa até as canelas, e uma meia arrastão preta, um corselet, bem justo ao corpo, e os seios quase pulando para fora.
Os cabelos soltos, e a cabeça baixa.
Wendel, se espantou e deixou o copo cair no chão.
Aquela figura misterioso, ao ver o copo cair no chão, levanta a cabeça, e joga os cabelos para trás, e olhando para Wendel, ela diz:
Violeta_ Eu devo ser muito feia, não sou?
Wendel, fica olhando pasmo, e sem saber oque dizer
Violeta Eu sou feia? (Insiste) Tenho o rosto deformado, ou a cara pálida demais? Porque eu fique bastante tempo mentalizando esta forma que você está me vendo agora para não passar essa imagem de medo para você. Mesmo assim, você me vê, e fica desta forma.
Wendel O que... oque você quer? (Espantado) Quem é você?
Violeta_ Sou violeta!
Um carro passa pela rua, e em uma questão de segundos, Wendel, olha para rua, e quando volta seu olhar para o sofá, Violeta havia sumido, mas ele escuta sua voz vindo do banheiro.
Violeta_ Quando você parar com essa palhaçada de ter medo de mim, você me avisa, tá? Passei horas mentalizando uma forma legal, para aparecer para você, e você fica com essa cara de bocó! (Grita)
Wendel, sai andando devagar até o banheiro, e abre a porta, mas Violeta, também não estava lá.
Agora, sim, ele tem certeza, absoluta, que está sendo assombrado por um fantasma.
continua...
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Atualizado até capítulo 22
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