Não eram as suas cicatrizes que a intimidava. Muito pelo contrário. Isso a excitava mais. Não faça isso, Vittoria. Não dê nem uma esperança a esse coração tolo, ou vai acabar enrolada.
Mas era tarde demais. Quando ergueu os olhos para ele, tudo que Vittoria conseguiu ver foi seus olhos azuis e penetrantes com um coração escondido o que a provocava. Um homem com necessidades e desejos, que dava agora todos os sinais de que estava se aproximando para um beijo...
∆ (Lorenzo)
Lorenzo nunca quis tanto beijar uma mulher. Ele até podia sentir o sabor de seus lábios. Devoraria cada parte da doçura daquela linda boca rosada, silenciaria com suas carícias cada palavra ácida na ponta daquela língua. Iria lhe dar uma lição, deixando-a ofegante. Queria fazer mais do que a beijar. Ao se inclinar ele vislumbrou o vale entre os seios. Aquela fenda, perfumada, que o fez sonhar na última noite com a lembrança de sua beleza e petulância e desejar colocar os seus lábios ali. Por tudo que é mais sagrado a alguns anos atrás, ele a teria feito isso. E mais. Ele a atrairia com presentes e a seduziria. Ela iria para a cama dele com entusiasmo e avidez, eles se deliciariam com o momento. Mas isso estava no seu passado. O clássico bom-humor com as mulheres que sempre foi tão encantador foi substituído por uma reclusão e até certa raiva por algumas, e seu rosto, tão atraente, deu lugar a uma besta meio desfigurada. Nenhuma mulher se sentiria atraída pelos beijos do que seja o que ele fosse agora. Não importava, ele não precisava atrair uma amante para sua cama. Ele precisava de uma esposa, com quem faria $&x0 para ter herdeiros, depois que ela engravidasse, iria escondê-la no interior do país. Fim da história. Lorenzo se endireitou, arqueando uma sobrancelha com ironia. Felizmente, ele ainda possuía uma sobrancelha intacta. Seria difícil ser um Don irônico sem uma sobrancelha para arquear. Ela soltou a fita métrica.
— Escolha o tecido aqui na loja, sugiro uma seda rosa. Ele inclinou a cabeça para o lado.
— Mesmo? Eu estava pensando em um tom de vermelho.
Ela pegou o boné, o sobretudo com o seu paletó, as luvas dele e colocou tudo em suas mãos.
— Agora devo lhe pedir que vá embora Don Lorenzo. Tenho que ir para minha casa.
— Podemos fazer essas duas coisas juntos, eu a levo para casa. Meu carro está aí fora.
— Obrigada, mas eu prefiro ir andando, se exercitar faz bem para o corpo sabe.
— Os meus pés estão mais perto do que os carros. Ela foi em direção a saída dos fundos do ateliê. Lorenzo vestiu as roupas e foi atrás dela em uma viela escura, úmida e fedorenta. Como andava mais rápido que ela, logo a alcançou. Os sapatos dela estalava na rua, produzindo um som de quem andava com certa velocidade.
— Não vou ser sua amante Don Lorenzo, o meu corpo não é negociável.
— Isso não é totalmente verdade. Você é uma estilista, então as suas mãos podem ser alugadas.
— Se você não sabe a diferença entre a mão e o útero com certeza eu não irei dividir uma cama com o senhor.
Depois de um instante parado, ele deu uma gargalhada. O som saiu esquisito, como se não risse há muito tempo. Lorenzo imaginou estar lhe faltando prática.
— Eu sei a diferença senhorita Ferraro.
Ele pegou a mão de Vittoria e passou a ponta de seu indicador levemente na palma de sua mão a instigando.
— Pode acreditar eu não vou confundir as coisas.
Ele encontrou um calo na ponta de seu dedo indicador, o que o deixou bravo. Alguém com uma família como a dela segundo a sua breve investigação deveria ter as mãos macias, mas a vida havia a endurecido de vários modos. Ele teve uma vontade de levar a mão dela aos seus lábios e afastar toda dor com beijos suaves. Vittoria segurou a respiração e puxou a sua mão.
— O que você está querendo afinal? Me atormentar?
— Não, Embora eu acredite que com o tempo isso se tornaria inevitável.
Ela soltou um grunhido. Lorenzo ficou excitado com esse pequeno som. Não que fosse dizer isso a ela, ele ficou muito preocupado com o modo que Vittoria se abraçava e tremia.
— Onde está o seu casaco?
— Eu entreguei ao seu mordomo ontem e esqueci de pegar ao sair.
— espero que isso te ensine uma lição sobre as saídas dramáticas.
Lorenzo tirou seu sobretudo e colocou nela, o abotoando de um modo que a deixou ainda menor.
— vamos logo.
Ele a virou e a fez caminhar. Evitando o contato para não sentir aquele choque que o sacudiu no seu escritório.
— Agora
Ele disse
— E por favor preste mais atenção. Eu não me lembro de te dizer absolutamente nada com relação a amante. Acredito que usei muito claramente a palavra “Dama da Camorra” e esposa.
— Ele apontou para a ruela em que se encontravam.
— Eu não viria até aqui se o meu objetivo fosse outro, senhorita Ferraro.
— Você não pode estar falando real, está honestamente, sinceramente e, verdadeiramente. Falando seriamente?
Ele um pouco em silêncio.
– usou toda a sua lista de advérbios? Eu detestaria interrompê-la no meio.
A pequenina ao seu lado pulou de raiva. Ele ficou bravo por sua insistência em negar que ele realmente a quer como a sua futura esposa e Dama da Camorra, Lorenzo desconfiou que algum outro homem a fez sentir que ela não era digna de ser desejável. Isso o enfurecia.
— Escute aqui, Vittoria, a resposta é sim. Eu estou falando sério, quero que você seja a minha esposa, completamente minha.
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Atualizado até capítulo 64
Comments
Josefa Fonseca
Hummm gostando
2024-04-16
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