O choque percorreu os nervos dos seus braços. Suas respirações e seu pulsos ficaram acelerados. Ela se sentiu exposta
— não a sua pele, mas o restante que estava a sua volta, parecia que seus sentidos ficaram a mil. O Don também parecia estar perplexo. Seus penetrantes olhos azuis questionaram os dela. Depois, ele lançou um olhar confuso sobre o que havia acontecido, como se não soubesse porque estava segurado o seu braço. Por um instante, o coração de Vittoria inventou as fantasias mais românticas possíveis. Que ele não era o homem cínico, amargo e meio maluco que ele parecia ser. Que por baixo das marcas no rosto dele, havia um homem, um homem solitário e que estava sofrendo em silêncio que esse homem merecia o amor.
Mas a sua parte lúcida dizia. Não acredite nisso, Vittoria. Você sabe muito bem que seu coração é um tolo. Lorenzo a soltou, e o canto de sua boca se contorceu num sorriso irônico.
— Não pode ir embora agora, Srta. Ferraro. Estávamos começando a nos divertir.
– Não gosto deste jogo. Ela reuniu o máximo de compostura que conseguiu, segurou a saia e partiu em direção a porta.
— Não precisa se despedir de mim
— Não vou
— Srta. Ferraro, nos veremos em breve.
Ela parou, por um breve instante no meio de um passo. O Don acreditava que eles se veriam outra vez? Bom Deus. Não se ela pudesse evitar. Nem em um milhão de anos.
∆ Aurora Bianchi
— Não sou uma tonta? — A Srta. Aurora Bianchi estava em um provador do ateliê de Madame LeBlanc, mantendo-se imóvel enquanto Vittoria media a sua cintura.
— com uma cintura maior a cada dia que passa. Suponho que estou exagerando nos doces.
Vittoria duvidou, essa era a segunda vez no mês que Aurora ia até o ateliê para fazermos um vestido para ir a algum casamento ou evento social, por ser uma Bianchi, ela era muito solicitada pelos “amigos da família" para ir a certos eventos, e claro Vittoria costurava todos os vestidos da jovem a alguns anos. Nunca a viu ganhar nenhum grama se quer, muito menos com aquela rapidez. A culpa não era dos doces.
Na verdade, não cabia a Vittoria dizer nada, mas ela tinha se afeiçoado à Srta. Bianchi, única filha de um magnata da marinha mercante e herdeira de sua fortuna. Um pouco mimada e super protegida, mas possuía certo brilho e doçura. Era uma cliente que tornava sempre melhor o dia de Vittoria, e isso já era mais que maioria que entrava no ateliê fazia a maioria simplesmente a ignorava. Nesse dia, quando olhou para a Srta. Bianchi. Não havia brilho. Apenas terror. Era evidente que a garota precisava de uma amiga e confidente.
— Está de quantos meses? — Vittoria perguntou com a voz baixa e calma. A Srta. Bianchi se desfez em lágrimas.
— Quase quatro, eu acho.
— O pai do bebê já sabe?
— Não tenho como dizer para ele. Ele está viajando a trabalho e incomunicável no momento.
Quer dizer que ele é um canalha, ou realmente está trabalhando?
— E a sua família? Eles sabem?
— Não.
Ela sacudiu a cabeça com vigor.
— Só tenho meu pai. Ele espera tanto de mim. Se soubesse que fui tão descuidada, ele... nunca mais me veria da mesma forma.
Além do mais, tem certas regras na minha família, eu não deveria me entregar a alguém antes do casamento...
Ela escondeu o rosto nas mãos e começou a soluçar em silêncio.
— Eu não aguentaria ver o olhar de decepção do meu pai.
Vittoria puxou a garota para um abraço, afagando suas costas num ritmo calmante.
— Oh! Eu sinto tanto.
— Não sei o que fazer. Estou com tanto medo.
Ela se afastou do abraço.
_ está fazendo o acompanhamento médico?
_ sim. Eu uso documentos com outro nome, além de pagar pelo silêncio.
_ você vai conseguir, eu sei que pode.
Ela balançou a cabeça em negação
— Não posso criar uma criança sozinha. Não sem a benção... dos mais velhos. Eu estava pensando, se conseguisse esconder ele da minha família, sabe deixar o bebê com uma família boa no interior... Eu poderia visitá-lo às vezes, se eles não souberem que eu sou a mãe biológica claro, por segurança. Sei que não é o correto mais é uma opção viável.
Aurora colocou uma mão sobre a barriga e olhou para ela.
— Mas estou ficando maior a cada dia que passa. Não vou conseguir esconder por muito tempo não é mesmo. Vittoria ofereceu um lenço.
— Existe algum lugar onde você possa ir? Ficar escondida até o bebê nascer, e alguém que possa ficar com você até o bebê estar grande o suficiente?
— Não tenho ninguém. Pelo menos ninguém que guardasse o segredo, a minha família é muito influente tenho medo de contratar alguém que venha a me trair, e sabe se lá o que farão com a criança.
Ela chorou mais.
— Oh! se eu não tivesse sido tão idiota. Eu sabia que as consequências seriam muito altas, eu não quero deixar o bebê Vittoria, mas se é necessário para ele ficar bem...
Ela ficou com um olhar triste.
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Atualizado até capítulo 64
Comments
tadinha da Aurora viver isso nos dias de hoje... mas vai dar tudo certo.
2023-01-25
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