17 - Jantar e beijos

Pela expressão no rosto dele, era alguém pensaria que ela propôs uma tortura cruel todas as noites. Feitas com garfo, faca e colher, tudo isso com um sorriso no rosto.

— E por que você iria querer algo assim?

— tem que ter um pouco mais que $&x0 entre nós, eu quero no mínimo uma boa convivência. E para isso precisamos nos conhecer. Ou você quer que eu me sinta uma...

— Uma égua de reprodução. Sim, eu me lembro de você dizer isso.

Em um suspiro profundo e ele disse: tudo bem, nós iremos jantar juntos todas as noites. Mas vou te deixar bem claro. Isso é um casamento de conveniência não se esqueça.

— isso foi o que nós combinamos.

— sem nenhum afeto. Vou tomar todas as precauções necessárias contra isso.

— fico surpresa por você achar necessário precauções.

— Uma única coisa vai ser exigida, deve me permitir na sua cama. Sei que a minha aparência é repulsiva. Mas não terá que temer nada grosseiro da minha parte. Não haverá luzes acesas, e nem beijos.

E só teremos algo até estar grávida do meu herdeiro.

Aquilo a deixou em choque. Sem luzes? Sem beijos? Devido a sua “aparência repulsiva” ? Havia uma dor escondida naquelas palavras muito forte, um medo de rejeição.

Bianca Agostini o recusar com certeza foi um golpe muito forte para ele naquele momento de sua vida. Mesmo que ele acreditasse que as suas cicatrizes eram “repulsivas”... Vittoria agora era a sua esposa e não iria aceitar isso. Ela sabia como era a dor de ser rejeitada. Ele estava saindo, e ela o parou novamente.

— Mais uma coisa. Eu quero um beijo.

— Você estava prestando alguma atenção no que eu falei? Eu acabei de dizer que não terá beijos, senhorita Ferraro.

— É senhora Castellini agora, mas prefiro que me chame de Vittoria, além disso você disse: “beijos na cama”. Nós não estamos na cama agora.

Ela fez uma carinha pidona — Eu só vou pedir dessa vez, eu quero muito.

Ele passou a mão pelo rosto.

— Jantar e beijos. Isso são Ideias românticas, senhora Castellini?

— Acredite, eu prometo não ter ideias românticas.

— Eu posso ficar sem joias, sem festa, e roupas caras — ela disse. — Só quero este pequeno gesto, para fazer com que tudo isso seja menos... frígido. Para lembrar um pouco um casamento de verdade.

— Mas foi um casamento de verdade Vittoria!

— O meu casamento precisa de beijos. — A voz dela ganhou uma tonalidade de exigência.

— Eu agradeceria um gesto que me fizesse sentir um pouco diferente de um objeto que acabou de ser comprado. Vittoria olhou a sua reação, mas ele não parecia ter nenhuma. – os dois lados do rosto não tinham nenhuma expressão. Talvez ele não soubesse como reagir a isso. Ou, será que ele não tinha nenhum interesse nela?

Quer saber eu vou beija-lo, Vittoria ficou na ponta dos pés. O coração dela começou a acelerar no peito cada vez mais forte.

Quando as mãos dele a envolveram possessivamente, os lábios dele tocaram os dela. Vittoria se desfez. Aqueles sonhos que havia escondido anos atrás... Reacendeu com o beijo dele. Uma cachoeira de sentimentos inundou Vittoria, e com ela veio um surto de paixão e desejo e... Algo que ela não quis reconhecer. Mas enquanto os lábios deles se tocavam, Vittoria queria que aquele beijo durasse durar para sempre

Acabe logo com isso, Lorenzo disse para si mesmo. Isso é uma bobagem, vai ficar fazendo as vontades dela, aquele um beijo pareceu a melhor maneira de encerrar a discussão. O beijo acabou se tornando a forma mais rápida de acabar com a sua sanidade mental.

Os lábios macios, quentes e com sabores, doce, amargo... ficaram para sempre em sua memória, ele começou a ficar duro como pedra. Ela mexia com seus sentidos e imaginação, Lorenzo não compreendia. Aqueles lábios os deixaram completamente louco, o seu cérebro, não tinha mais a capacidade de pensar, e recuperar o controle... ele se quer sabia contar há quanto tempo estavam se beijando! Ele não se importava mais com isso.

As faces dela esquentaram debaixo de suas mãos, e Lorenzo pensou que o calor deveria ser de aflição ou constrangimento. Mas ela não se afastou. Vittoria se aproximou, na mais verdade, colocando as mãos em seu casaco e foram alisando as cicatrizes que estavam por baixo, passando pela dor e amargor. Aquilo o fez se sentir em uma tempestade no deserto.

Errado? Certo? Possível? Ele levantou o seu lábio, mas não tirou o olhar dela. Se passou alguns segundos antes que ela abrisse os olhos, como se estivesse sentindo e gravando as sensações a lembrança, como se tivesse gostado daquele beijo.

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