|Achamos

Vicenzo estava em um lugar de difícil acesso. Foi inteligente da parte dele escolher um lugar como esse. Uma ilha remota. Não chegaríamos sem sermos vistos. Mas para mim não faz diferença, eu queria mesmo ser notado. Como um aviso de que sua existência insignificante chegaria ao fim.

Vicenzo e eu já haviamos nos encontrado em outra ocasião que culminou na morte de toda familia e aliados dele. Inimigos devem ser tratados de forma implacável, mesmo que sejam seus parentes. É, eles eram da família. Vicenzo Mancini, filho de Riccardo Mancini. Já diz o ditado que toda família tem um esqueleto no armário. Bom, eu não tinha apenas um. Riccardo era primo do meu pai. E ele conspirou contra ele. Mesmo sendo o braço direito dele. Eu seria o próximo da lista. Mas costumo fazer o meu próprio jogo. E ao invés de ter sido levado ao matadouro, eu fiz questão de erradicar a existência deles. Eu disse, eu tenho um passado. Vicenzo foi um covarde que fugiu deixando os seus pais e irmãos pagarem pela inconsequência dele. O único que escapou. Até acreditava que ele havia morrido. Tantos anos, sem uma única aparição. Algo que eu pretendia não deixar acontecer novamente.

Precisávamos ser extremamente precisos e cirúrgicos em tudo que iríamos fazer.

Teríamos um helicóptero com atiradores, mergulhadores para uma aproximação surpresa e barcos para cercar o lugar.

Eu tinha um pequeno exército e uma motivação ferrenha.

Vincent: Deixem o maximo desses desgraçados vivos. A morte é um presente para eles. - falo para os homens que estavam armados até os dentes a minha frente. - Vicenzo é meu. Não toquem em um único fio de cabelo dele.

Emerson: Esta tudo pronto chefe.

Vincent: Já sabem o que fazer. Não ousem falhar.

Todos vão a seus postos. Eu vou com o Emerson em um dos barcos.

Não demora e nos aproximamos da ilha. Somos recebidos com tiros.

Mas logo os mergulhadores os surpreendem, nos dando carta-branca para avançar.

A minha preocupação era o fato de que não havia tantos homens. Vicenzo é muitas coisas, mas desfruta da mesma inteligência e treinamento que temos. E ele não faria nada para não conseguir o seu objetivo.

Os homens da ilha foram rendidos facilmente, e nós atracamos no lugar.

Vasculhamos o lugar todo, entramos numa casa de tamanho médio bem cuidado. E ouvimos um tiro, e um grito. Vamos em direção ao som do tiro. Emerson estava na minha frente. E quando entramos no quarto, Sophie estava caída no chão, Mateus estava ajoelhado ao lado dela. O desgraçado ao lado da parede estava com a arma apontada, mas antes que ele pudesse atirar novamente Emerson o segura.

Emerson: Cadê minha filha seu desgraçado! - Emerson batia a cabeça dele contra a parede. - Cadê ela?!

Vincent: Apaga ele Emerson! Nos vamos encontrar a Elisa! -Emerson lhe da uma coronhada o fazendo cair no chão.

Mateus: Ela ficou na minha frente. - Ele diz olhando para mim, e volta a olhar para Sophie caida no chão. Com uma mancha de sangue um pouco abaixo do peito.

Vincent: Emerson, leve a Sophie. - Precisamos agir rápido. - Mateus, aonde está? Aonde esta Elisa? - Mateus estava estatico. Tipico de quem estava em choque.

Mateus: Ele ia atirar em mim pai. Ela se colocou na minha frente. - Ele se abaixa e susurra algo no ouvido de Sophie.

Eu me aproximo dele e o abraço.

Mateus: Pai... - ele finalmente chora e me abraça apertado.

Emerson sai correndo com Sophie nos braços. Ela estava desacordada. Mas os sinais vitais eram bons.

Me levanto e seguro aquela arma. Só havia uma única bala. Vicenzo queria me dar um recado. aquela bala era para o meu filho. A dívida do desgraçado só aumentava.