Capítulo 14

Cheguei a casa da minha mãe.

_Avó: O que aconteceu, porque essa cara??

_Eu: (Minha cara demonstra que estou assustada porque meus olhos olham para todos os lados, mordo permanentemente meu lábio, não só estou assustada mas também nervosa)

Tive que vir porque os cachorros do Sr. Tomas estão todos despedaçados como se um animal selvagem os tivesse atacado.

_Avó: E você avisou o Tomas?

(Pergunta surpresa)

_Eu: Não, porque da última vez que avisei ele ficou muito bravo e me disse muitas coisas.

E se eu avisá-lo disso com certeza ele vai ficar mais bravo ainda, já que vai perceber que isso aconteceu ontem à noite e que eu o avisei tarde.

_Avó: Sim, você tem razão, é melhor que ele seja o primeiro a saber supostamente, isso quer dizer que o que o xamã disse sobre aquele desvio se cumpriu.

_Eu: Parece que sim.

_Avó: Bom, fique o dia todo aqui para o caso de ele ir mais tarde.

Ficamos lá, minha mãe está preparando um delicioso nhoque, nós a ajudamos a preparar tudo.

Uma vez que tudo está pronto, arrumamos a mesa e almoçamos, a comida está uma delícia.

Como diz o ditado, a comida da avó é a mais gostosa hahaha.

Assim que terminamos, lavei a louça enquanto minha mãe preparava o chimarrão.

Aqui é costume, você não pode terminar de almoçar e apenas descansar, não, você tem que tomar uns bons mates.

Um pouco mais tarde, por volta das 17h, o Sr. Tomas me liga.

_Tomas: Olá, uma pergunta, desde que horas você não está em casa?

(Pergunta com uma voz que soava estranha, como sarcasmo.

Ao que parece, em sua pergunta ele só quer confirmar se eu sabia sobre os cachorros ou não)

_Eu: Desde as 6 da manhã, porque fui pegar uma senha para o posto de saúde, por quê?

(Minha voz demonstrava que eu não sabia de nada do que poderia ter acontecido em casa)

_Tomas: Porque vim ver os cavalos e descobri que meus cachorros estão todos mortos.

(A voz ficou nervosa, como se ele estivesse falando entre dentes para que eu não percebesse que ele estava furioso novamente)

_Eu: O quê? Como isso é possível se eles estavam bem quando eu saí.

(Demonstrei muita preocupação e medo na minha voz, embora meu olhar demonstrasse que eu estava mentindo, já que eu o desviava para todos os lados)

_Tomas: Não sei o que aconteceu, mas já chamei a polícia.

_Eu: Ok, você quer que eu vá para aí? (Perguntei para que ele soubesse que estou preocupada)

_Tomas: Não está bem, venha mais tarde para as crianças não verem isso.

Desliguei a ligação, contei para minha mãe o que ele me disse.

_Avó: Pelo que você me diz, não sei se será conveniente você ir mais tarde, porque se ele estiver furioso, não vai ser legal que ele suspeite de você novamente e faça algo com você.

_Eu: Sim, eu também suspeito do mesmo, mas o problema é que eu tenho que ir de qualquer jeito porque ele não pode ficar sozinho à noite.

_Avó: Verdade, mas qualquer coisa me liga, tá?

(Muito preocupada)

_Eu: Sim, mãe, eu aviso assim que ele me disser algo.

Esperei mais um pouco e depois voltei para casa, quando cheguei o Sr. Tomas estava conversando com um policial, entrei em casa e coloquei as crianças para assistirem desenhos animados.

O Sr. Tomas vem e me pede para dizer ao oficial como eles estavam esta manhã e se tínhamos ouvido alguma coisa ontem à noite.

_Eu: Boa tarde, não ouvimos nada ontem à noite e esta manhã os cachorros estavam bem.

_Policial: Isso é estranho, bom, eu vou indo, mas não se preocupem, vamos investigar e também investigar porque coisas tão estranhas acontecem neste endereço.

O oficial vai embora e o Sr. Tomas me olha com um olhar que parecia ter chamas de ira produzidas pelas mortes.

Ele começa a se aproximar de mim e eu começo a recuar, esta situação me dá medo, seu rosto demonstra raiva, enquanto ele está se aproximando, o padre chega com um rapaz e fala comigo, isso me faz acalmar porque eu sei que ele não faria nada na frente de mais ninguém.

O Sr. Tomas vai embora e antes de ir me diz "Isso não vai ficar assim" com um olhar cheio de ódio e a testa franzida.

_Eu: Olá, padre, você conseguiu vir.

_Padre: Olá, filha, desculpe a demora, mas o Padre Giovanni só conseguiu chegar hoje.

_Eu: Sem problemas, Padre Giovanni, é um prazer tê-lo aqui.

_Giovanni: Muito obrigado, o prazer é meu, obrigado por me receber aqui.

_Padre: Giovanni é um exorcista muito reconhecido mundialmente porque ele é o melhor.

Faço uma careta de felicidade porque ele poderia me ajudar agora.

_Giovanni: Receio que este lugar não possa ser exorcizado, o pacto que foi feito é muito forte e o pior é que tanto o diabo quanto o dono deste lugar estão apegados à mesma coisa e são muito capazes de fazer o que for para tê-la.

Ele estava me dizendo enquanto caminhava pelo local tocando nas portas das baias.

_Giovanni: Aquele curral, pelo visto, foi tomado pelo diabo e o dono quer recuperá-lo entregando vocês.

Este talismã foi feito para você por um xamã?

_Eu: Sim, ele me ajudou um pouco.

_Giovanni: Sim, já percebi, mas essa pessoa que está ao seu lado está te ajudando mais do que ninguém.

_Eu: (Surpresa) Pessoa ao meu lado???

_Giovanni: Você não consegue vê-la???

_Eu: Não.

_Giovanni: Que estranho, pelo que o padre me disse, você vê fantasmas, porque você não consegue vê-lo?

_Eu: Sim, eu vejo fantasmas e não apenas os vejo, mas também posso falar com eles, embora não saiba porque isso acontece.

Mas principalmente a pessoa ao meu lado eu não consigo ver, mas posso senti-la e ouvi-la.

_Giovanni: É porque ele não quer que você saiba que é ele quem está aqui.