Retirei-me muito indignada pela agressão que teve comigo.
Fiquei dentro de casa limpando e arrumando um pouco, enquanto as crianças assistiam a desenhos.
Meu rosto estava muito sério e em meus olhos via-se a raiva que aquelas palavras produziram, de que seu cavalo valia mais que nós.
_Eu: O que ele quis dizer com isso??? Por acaso ele pretendia nos entregar para salvar seu cavalo?? (pensei olhando com raiva pela janela)
Depois de um tempo, ele veio bater na porta.
Toc toc
_Eu: O que ele quer? (Ainda muito brava)
Abro a porta e o encaro.
Ele me olha com ódio em seus olhos, um ódio tão grande que parecia fogo.
_Tomas: Por não me avisar com tempo, você terá que limpar o curral.
(Disse com a testa franzida)
_Eu: Eu não vou limpar nada, já que isso não é minha obrigação. (Disse com raiva)
O senhor Tomas deu um soco na parede e saiu muito irritado.
Ao ver que ele teve uma reação tão violenta, decido procurar outro lugar para ir, porque tenho a suspeita de que ele pode se vingar pela morte de seu cavalo.
A noite chegou, eu disse aos meus filhos para dormirem no meu quarto, eu não estava com sono, então fiquei deitada na cama ao lado deles.
A noite transcorreu tranquila até que os cães começaram a latir, olhei a hora e eram 2 da manhã.
_Eu: Que estranho eles começarem a latir tão cedo, será que agora ele vai vir a qualquer hora? (pensei enquanto olhava um pouco desconcertada para todos os lados)
De repente, alguns sons estranhos começam a me causar medo.
Decido me levantar e olhar para fora para ver o que estava acontecendo, quando olhei, fiquei surpresa.
Pois vi o senhor Tomas espalhando um líquido na entrada das baias e do curral.
Saio para saber o que está acontecendo.
_Eu: Senhor Tomas, o que o senhor está fazendo? (Perguntei com um olhar de perplexidade).
_Tomas: Nada, só limpando um pouco. (Disse com um olhar e gestos que demonstravam maldade)
_Eu: A esta hora??
_Tomas: Sim, a esta hora, por acaso não posso limpar a hora que eu bem entender? (Irritado com um olhar estranho)
_Eu: (Olho fixamente para ele e digo) Sim, podemos limpar a hora que quisermos. Mas por que sua limpeza consiste em jogar um líquido apenas nas entradas das baias e do curral?
_Tomas: O quê? (Diz parecendo desconcertado, como se dissesse "Ela me viu?")
_Eu: Se o senhor está pensando que eu vi, então está certo, eu vi (olhar desafiador)
_Tomas: (Sorriso e olhar meio diabólico)
Veja você, então me viu, bem, a verdade é que este líquido é apenas para proteger o resto dos animais.
Seu olhar começou a me dar medo, então decidi voltar para dentro de casa.
Os golpes começam a ser sentidos, tento olhar, mas sinto uma mão em meu ombro e uma voz que diz.
_A Voz: Não olhe, isso não é da sua conta, é melhor ir dormir.
Decido dar ouvidos, já que isso me salva de muitas situações.
Deito-me e, estranhamente, adormeço rápido, apesar dos ruídos.
A manhã chegou, saio para ver se o senhor Tomas está lá fora, mas não há ninguém.
Aproximo-me das baias e vejo que há algumas marcas estranhas de novo, mas estas tinham algo diferente.
Ao que parece, estas foram marcadas de outra forma, as que estão no curral parecem estar estampadas e estas parecem ter sido marcadas com uma faca ou algo semelhante.
Melhor não tocar em nada e voltar para casa, enquanto tomamos café da manhã, escrevo para minha mãe contando o que aconteceu e pergunto se podemos ir morar com ela até que eu encontre um lugar, ela me diz que tudo bem, sem problemas.
Nisso, me dá vontade de ir até a porta e levantar a cortina.
O que vi me horrorizou, ao que parece, o senhor Tomas tinha tanta maldade em sua alma que marcou a casa com uma marca diferente das do curral e das baias.
Tiro uma foto das marcas, preparo as crianças e vou para a casa da minha mãe.
Deixo as crianças lá e vou ver o xamã.
_Estranho: Olá, eu sabia que você voltaria por causa do que o dono do cavalo fez.
_Eu: (Olhei para ele pensando "Que bom xamã ele é, sabe de tudo")
Olha, quero saber do que se trata.
_Estranho: Deixe-me ver.
Sente-se enquanto eu vejo.
Sento-me enquanto ele olha as fotos, antes de se sentar ele move a cabeça de um lado para o outro parecendo surpreso e acende as velas.
Eu apenas o observo intrigada.
_Estranho: (Senta-se) A primeira imagem, lamento dizer, mas o símbolo significa entrega.
_Eu: O quê? (Surpresa) O que significa?
_Estranho: Significa que o dono do cavalo está entregando vocês em troca do cavalo.
Meu rosto ficou pálido, um gelo cobriu minhas costas, meu corpo começou a tremer.
_Eu: Como isso é possível??
_Estranho: Pelo visto, esse homem é mais diabólico que o próprio diabo, você deveria sair daí o mais rápido possível.
_Eu: A segunda imagem, o que significa?
_Estranho: Significa proteção, pelo que vejo, ele está protegendo os outros cavalos.
_Eu: Esse símbolo pode nos proteger se eu fizer na minha porta?
_Estranho: Infelizmente não funciona assim, já que o primeiro símbolo é de entrega, isso só pode ser apagado quando o diabo cumpre com o pedido feito.
O que posso fazer é desviar esse pedido e sacrificar os cães que são do dono para que você possa sair daí, pois para onde quer que vá, essa marca a seguirá, mas se sacrificarmos os cães dele, vocês serão salvos.
_Eu: Sim, por favor, faça isso.
Implorei que ele desviasse aquela marca maldita que o senhor Tomas fez em nós, com lágrimas nos olhos.
Também pedi que nos desse algo que pudesse nos proteger.
_Estranho: Não se preocupe, depois que eu terminar o desvio, prepararei algo para protegê-los.
_Eu: Muito obrigada.
Fiquei observando enquanto ele realizava o ritual.
Ele faz alguns gestos estranhos, também toca um tipo de pandeiro, joga sal e alguns ossos na mesa.
Diz palavras estranhas e outras coisas.
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Atualizado até capítulo 65
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