_Voz tenebrosa: Abrirei o portão para mim.
Aquilo me aterrorizou, agarrei firmemente o rosário e comecei a rezar, meu gato começou a miar e o outro gato que dormia no quarto dos meus filhos mais velhos também.
Algo golpeou a porta com força, o gato lutava com algo que não estava lá, a mão no meu ombro agarrou-me com força.
_A voz: Tenha fé em nós, seus gatos guardiões e eu o tiraremos daqui.
Aquela voz deixou-me um pouco mais tranquila, embora eu ainda estivesse rezando.
Nesse momento, lembrei-me de que tinha uma garrafinha de água benta perto da minha cama, então abri-a e coloquei um pouco na mão, depois sacudi-a na direção de onde o gato estava, ouviu-se como um grito horrível e a porta abriu-se, corri para ver os meus filhos, eles acordaram porque diziam que havia um homem no quarto.
Disse-lhes para não se preocuparem e que eu ia colocar água benta no quarto para que aquele homem não voltasse a aparecer.
Depois de espalhar a água no quarto, decidi espalhá-la por toda a casa, quando dei por mim já eram 4 da manhã.
Fui-me deitar rezando para que nada mais acontecesse.
No dia seguinte levantei-me e fui às baias, não havia nenhum cavalo, todos aparentemente tinham saído durante a noite, talvez tenha sido no momento do barulho forte que se ouviu.
Felizmente, há um cadeado que não os deixa ir a lado nenhum.
Voltei para casa e deu-me para olhar para o carro da polícia.
Pareceu-me que estava no mesmo lugar desde ontem sem ter-se movido um centímetro, é estranho porque por mais que estacionem no mesmo lugar há sempre um detalhe diferente, mas hoje não há nada diferente, por isso aproximei-me para ver o que se passava.
Quando estou a chegar, vejo muito sangue no chão e em cima da patrulha, tento aproximar-me mais para ver se eles estão bem, mas ao ver bem, os polícias não tinham cabeça, aquilo horrorizou-me, entrei a correr e liguei para a polícia.
Depois de um tempo a polícia chegou, eu saí para relatar o que tinha ouvido naquela noite e pela manhã quando saí vi-os assim.
Os polícias que chegaram começaram a inspecionar o local enquanto a perícia não chegava.
Havia algo estranho, aparentemente eles não tinham saído do carro em nenhum momento.
Mas não disseram nada do que observaram até que a perícia chegou.
Os quais começaram a procurar impressões digitais, DNA, etc.
Estranhamente, não encontraram nada como se ninguém além dos polícias tivesse estado lá, também viram a olho nu que aparentemente as cabeças tinham sido arrancadas, não cortadas.
Disseram que para um assassinato tão brutal era estranho não haver sinais de luta, ou pelo menos de defesa.
Aparentemente eles estavam a dormir quando algo ou alguém lhes arrancou a cabeça como se não fosse nada.
Esta coisa ou pessoa tem de ter muita força e uma habilidade impressionante para não deixar vestígios de si nem da sua presença.
Continuaram a verificar o carro enquanto retiravam os cadáveres, outros da perícia rastreavam o local para ver se encontravam alguma pista.
Depois de algumas horas perto das baias encontraram um sapato de um polícia e uma mão que não pertencia a nenhum agente, pois eles tinham as duas.
Também encontraram vestígios de sangue velho, recolheram todas as provas encontradas e retiraram-se.
Depois um polícia disse-me que já iriam enviar outro carro para guardar a casa, agradeci-lhe e entrei.
_Eu: Que estranho que o padre ainda não me contactou, será que esta pessoa não quer vir??? (pensei)
Pusemo-nos a ver televisão e depois de um tempo o senhor Tomás chegou.
_Tomás: O que aconteceu???
_Eu: Encontrei os dois polícias mortos dentro do carro.
_Tomás: O quê??? Como é que isso é possível???
_Eu: Não sei, é muito estranho porque a ambos lhes arrancaram a cabeça, mas não há uma única prova do assassino.
_Tomás: O que é que disseram??
_Eu: Que já vão mandar outro carro, mas encontraram vestígios de sangue, uma mão e outras coisas que não disseram, por isso parece que vamos estar sob investigação por algum tempo.
_Tomás: Pelo visto sim.
O homem ou a mulher estranhos voltaram???
_Eu: Não, mas se o senhor me está a esconder alguma coisa é melhor dizer-me agora porque nesta casa estão a acontecer coisas muito estranhas e perigosas e eu não quero que a minha família ou eu estejamos em perigo.
_Tomás: Não te escondi nada, prometo-te, eu também não sei o que se está a passar e também me preocupa que lhes aconteça alguma coisa, por isso vou vir cá mais vezes.
_Eu: Ok, espero que realmente não saiba nada do que se passa aqui.
O senhor Tomás retira-se, não sei porquê, mas no seu olhar diz que sabe muito bem o que se está a passar.
À noite ficou um pouco frio, por isso fechei as janelas mais cedo, pois costumo fechá-las por volta das 23h00.
Enquanto fechava as janelas, ouvi alguém gritar o meu nome, era a voz de um homem, pareceu-me estranho porque, curiosamente, aquela voz parecia-me familiar.
Ao mesmo tempo, não metia medo, mas sim tranquilidade.
Terminei de fechar tudo, por segurança não quis ir ver de onde vinha aquele chamado.
Jantamos e depois fomos dormir, enquanto me dirigia para o meu quarto vi passar uma sombra atrás de mim, a qual olhei de relance, dirigia-se para um canto da cozinha, fui ver o que era, pois pensei que poderia ter sido a minha imaginação.
Ao aproximar-me, fui descobrindo que era uma mulher que estava agachada a agarrar as pernas enquanto olhava para os dois lados, a sua roupa estava toda esfarrapada, o seu cabelo comprido todo emaranhado.
No seu olhar havia terror, pergunto-me como entrou em casa se a porta está fechada.
_Eu: Desculpe, mas quem é você?
A rapariga olha para mim e gagueja.
_A Rapariga: Ele já vem atrás de mim.
_Eu: Quem vem atrás de si?
Como entrou em minha casa?
_A Rapariga: Ele vem atrás de mim, esconda-me, a voz disse-me para me esconder aqui.
_Eu: A voz??? Será a mesma voz que me chamou?
_A Rapariga: Posso ficar aqui, não é? Até ele ir embora?
_Eu: Pode ficar aqui, mas gostaria de saber quem a procura e porquê.
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Atualizado até capítulo 65
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