CAPÍTULO 10

— Maldita,mil vezes maldita.

Henry diz em voz alta e se levanta da cadeira indo em direção ao bar do seu escritório.

Depois de encher o copo com seu scotch favorito ele o bebe de uma vez sentindo o arder por dentro.

Depois que Henry assinou os papéis do divórcio sua vida foi de mal a pior, vovó Mariana faleceu dias depois,seu pai sofreu um AVC e está acamado desde então.

Henry foi atrás de Aurora para saber como ela estava mas tudo que disseram era que ela estava no Japão com seu amante.

" Maldição", ele pensou por que ela é feliz e ele não,por que ele deixou ela ser feliz.

Nem mesmo ele sabe,sua avó tinha dito que se deixasse ela livre,ele ficaria com tudo e assim o fez,mas......Mas......Ele ainda tinha muita coisa no coração,muita mágoa...

Amassando mais uma vez o cheque e olhando para as letras do nome uma pontada sentiu em seu coração.Tem sido assim a alguns meses, Henry foi até o médico da família e ele disse que devido ao estresse Henry correria o risco de um infarto.

— Henry querido,sua mãe chegou.

Seus pensamentos são dissipados quando batem na porta,ele retorna a sua mesa e coloca novamente o cheque na pasta, volta e destranca a porta.

Assim que ele abre sua mãe Elisângela e sua irmã Franchesca entram.

— Olá meu filho.

— Oi mamãe.

Elisângela vai até ele e o beija no rosto.

— Oi Henry.

— Oi Chesca.

Henry e Franchesca tiveram suas desavenças devido ao casamento dele e de Aurora, Chesca era contra tudo o que ele fazia e quando ficou sabendo o que o irmão fez a Aurora ela ficou louca e os dois tiveram uma briga feia,desde então eles não se falam.

— Me digam o que querem logo,estou muito ocupado. Ele diz seco.

— Não fale assim conosco, não viemos aqui querendo nada.Sua mãe diz brava.

— Então...Digam logo...

— Eu disse mamãe é impossível falar com Henry...

Antes que Henry falasse mais, Adele entra trazendo alguns lanches e chá.

— Obrigada minha querida.Diz Elisângela assim que a viu entrando.

— Sei que adora chá de cerejeira,experimente esse são especialmente do Japão.

A palavra Japão fez Henry apertar os dedos os fazendo ficar brancos.

Adele e Henry começaram a ficar juntos por posição de Elisângela,eles praticamente o obrigaram,Adele engravidou de Henry e alguns dias depois perdeu a criança, então Henry ficou com ela e as coisas ficaram dessa forma.

— Muita gentileza minha querida.

— Tome um pouco Chesca é muito refrescante.

— Obrigada Adele,mas viemos em uma visita rápida, Henry você sabe que meu noivo está tentando uma vaga no senado e hoje teremos um show beneficente no teatro Capitol.

— Eu odeio eventos beneficente.

— Sabemos disso meu filho,mas como será em prol do seu cunhado.

Henry olha para sua mãe, Franchesca irá se casar no final do ano com Victor Proença um político que na opinião de Henry nem estaria na família,o cara gosta de bebidas,festas e de ser o centro das atenções,mas fazer o que se sua irmã está apaixonada por um cara assim.

— Aqui está o convite, será um baile beneficente,com shows e leilões em prol dos mais necessitados,Victor faz questão que você vá.

Ele levanta a sobrancelha,claro que faz questão Henry é riquíssimo, empresário de sucesso,qualquer um que esteja ao seu lado se beneficia de sua posição.

— Verei o que posso fazer. Ele diz seco.

— Não senhor meu filho,somos uma família e como tal apoiamos uns aos outros e seu cunhado conta com sua presença.

— Já disse que verei o que posso fazer.

Franchesca se levanta irritada e diz.

— Vamos mamãe, não precisamos mendigar a atenção de Henry,o convite está aqui se você aparecer será muito bem vindo.

E ela sai do escritório bufando.

— Eu não quero saber de brigas novamente entre você e sua irmã,e quero você lá Henry Louis e não direi novamente.

Sua mãe sai o deixando ainda mais aborrecido e com dor de cabeça.

Adele que até agora só observava diz quase que em um fiapo de voz.

— Ficarei feliz em ir a uma social Henry.

Adele era uma boa mulher,foi sua secretária e amiga durante muito tempo e depois de uma noite de bebedeira eles dormiram juntos e ela engravidou, às vezes Henry pensa que já deu tudo isso com ela,mas ele se sente culpado por ter feito mal a ela, principalmente depois que ela perdeu o bebê.

— Então iremos.

Adele se levanta da cadeira e fica feliz.

— Sério...Oh meu Deus...Que bom Henry.

— Sim iremos,agora vá eu preciso trabalhar mais e ainda estou com enxaqueca.

— Irei trazer um remédio pra você.

Ela sai correndo do escritório e retorna alguns minutos depois com água e remédio.

— Irei me arrumar,quero estar a altura desse evento.

E assim ela sai correndo deixando Henry no escritório.

Depois de trabalhar e beber mais alguns copos de scotch ele sai do escritório já é noite,sobe pro seu quarto e se arruma.

— Você está lindo meu amor.

— Obrigada Adele, você também.

Depois de se arrumarem, Henry e Adele vão para o teatro.

Assim que chegam, são recebidos por sua mãe.

— Que bom que chegaram...

— Mamãe...

Eles se cumprimentam.

— Adele você está divina.

— A senhora que está.

Henry se perde na conversa,ele nem está prestando atenção,seu cunhado chega e começam a conversa.

— Henry meu cunhado.

— Victor..

— Espero que esteja se divertindo.

— Estaria mais se tivesse aquele scotch maravilhoso.Henry diz em tom de brincadeira.

— Claro,claro,irei providenciar.

Victor sai e Henry continua olhando,a decoração do teatro está magnífica,vesse que não será um mero baile beneficente, será para demostrar poder e dinheiro, garçons passam a todo momento e logo Henry é servido com seu maravilhoso scotch.

— Satisfeito meu cunhado.

—Ah,perfeito. Ele diz deixando o gosto âmbar descer por sua garganta.

— Teremos leilão, depois um jantar e logo após um show.

— Ah sim, Ele diz, Henry está pouco se lixando pra shows,jantar e leilões,ele só veio por causa do status de seu cunhado.Como dizem aquele ditado “Diga com quem tu andas,que digo quem tu és”, é mais ou menos assim como ele pensa.

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