capítulo 12

Acordei na manhã seguinte com um barulho na casa, como se algo houvesse caído. Levanto, e vou até lá olhar. Uma mulher estava na cozinha. Uma senhora de uns 50 anos talvez.

— Bom dia. — Bom dia senhorita, perdoe-me por te-la acordado. Eu fui pegar uma das panelas e acabei derrubando a outra. — Quem é a senhora? — Eu sou Nilza. O senhor Jasper mandou-me para a sua casa. Ele disse que está grávida, e não é bom que faça esforços. Eu serei responsável pela sua alimentação, pela limpeza da casa, e cuidarei da sua roupa, e tudo o que precisar. O senhor Jasper pediu para avisar que ele mandou uma mensagem no celular da senhora. Ele iria ligar, mas não queria acordá-la. — Obrigada. — Já vai tomar café? — Eu vou falar com o Jasper, só um minuto.

Fui até o quarto e liguei para ele.

— Bom dia!

— Bom dia! Jasper tem uma senhora aqui em casa, ela disse que você mandou ela.

— Desculpa fazer isso sem antes falar com você, mas eu penso que ela vai sentir-se melhor trabalhando para você. Aqui a casa é enorme, e cheia de tarefas para fazer. A senhora Nilza precisa trabalhar, ele cuida de um neto doente. Você é uma pessoa muito compreensiva, e tenho certeza de que não vai importar-se. Ela vai cuidar de você, e você vai estar ajudando ela. E como é uma funcionária minha, o salário dela continuará a ser pago por mim. Você não precisa se preocupar.

— Aí Jasper, não faz mais isso. Eu só vou aceitar, pois aqui ela não vai ter muita coisa para fazer.

— Eu sabia que não iria se recusar ajudar. Ela vai poder ir mais cedo para casa, e não vai ficar preocupada em não ter o salário dela. Obrigado.

— O que está fazendo?

— Estou indo para o escritório. Queria alguma coisa?

— Não, até mais tarde.

— Posso passar aí mais tarde?

— Claro que sim.

— Até mais tarde. Beijos para você e para o bebê.

Jasper era maluco de fato. Mas tinha um bom coração. A senhora Nilza poderia ficar ali não haveria nenhum problema. Fui ao banheiro, e depois comer algo na cozinha.

— Senhora Nilza, já falei com o Jasper. Seja bem-vinda a minha casa. A minha não, pois não comprei, o Jasper deixou-me ficar aqui. — Espero poder ajudá-la em tudo o que precisa. — Não fique preocupada, não sou muito difícil de lidar. E posso ajudar a senhora nas coisas da casa também. — Não mesmo, o senhor Jasper mandou-me para cuidar da senhora e do bebê. Então eu farei isso. Já preparei o café, e temos bolo de laranja. Aos poucos a senhora vai falando o que gosta de comer, e eu prometo fazer o que pedir. — Eu gosto de bife, se tiver bife não precisa de mais nada. E ele precisa ser mal passado. — Eu farei bife as vezes. Vou procurar fazer refeições saudáveis devido ao seu bebê. — Bife é super saudável.

Sentei-me para tomar café. Pensei em pedir-lhe chá. Espera de onde veio o café e o bolo?

— Senhora Nilza, de onde veio o café e o bolo? — O senhor Jasper mandou preparar algumas coisas para trazer, até a senhora comprar. — Senhora Nilza trabalha a muitos anos para o Jasper? — Sim. — E como ele é? — Não tenho relação com ele, e nem com a senhorita Livia. — A Lívia mora com ele? — Sim, mas não como marido e mulher. Ela tem o quarto dela numa parte da casa e ele em outra. Nunca vi nada, e nem ouvi ninguém comentar que já tivesse pegado eles juntos. Suponho que ela não tenha ninguém, e ele ajudou ela todo esse tempo. — Como ele trata vocês? — Bem, apenas exige que a casa esteja sempre limpa, isso é em relação a tudo. Vidros, cortinas, janelas, o escritório dele. Diariamente tirávamos o pó. Ele observa talheres, taças, a toalha sobre a mesa. Ele é detalhista, mas já notei que é desorganizado. Normalmente ele sempre deixa algo fora do lugar. Mas não ouvi ninguém reclamar que ele seja grosseiro, ou mal-educado. — Tudo bem. Senhora Nilza, poderia por favor fazer uma lista de coisas que precisamos para a casa, depois iremos ao mercado. Eu não sei onde fica, então gostaria que a senhora fosse comigo, claro se não tiver nenhum problema. — Imagina senhora, eu vim para ajudá-la. — Podemos sair a tarde? — Claro que sim. — Vou terminar o meu café, e vou abrir as janelas. — Eu faço isso. — Fique tranquila, eu faço. Pode fazer outra coisa enquanto faço isso. — Mas senhora... — O meu bebê vai continuar aqui bem tranquilo. Não estou fazendo nada de errado.

Terminei o café e fui abrir as janelas da casa. Aproveitei e olhei para o lado de fora. Uma senhora ia passando com o cachorrinho dela, parecia um ratinho de tão pequeno. Ela olhou-me parada na porta e sorriu. Acenei para ela. Ela retribuiu o aceno. Alguém havia me cumprimentado. Entro e fecho a porta. Vou até o quarto arrumar a cama, e depois trocar de roupa. Avisei a Nilza que iria sair para caminhar pela rua. Peguei a calçada e fui para a minha direita. Caminhei e observei o movimento das pessoas. Algumas crianças brincavam tranquilas na rua. Era a primeira vez que passava por algumas crianças e elas não me chamavam de bruxa. Uma delas até me deu um oi. Após caminhar um pouco, volto para casa.

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