capítulo 9

Jasper não mentiu a carne estava uma delícia, a comida também era maravilhosa. Não pude recusar a sobremesa. Quando saímos do restaurante fomos até a casa que ele queria mostrar-me. De fato era linda por fora. Uma construção antiga, mas muito bem conservada. Entramos e a sala era perfeita, um misto de antigo, com o toque do moderno. Os lustres, a lareira, a madeira do assoalho parecia ter acabado de ser limpa. Uma cozinha americana, dois quartos, banheiro, área de serviço, sala.

— É muito bonita. — É sim, pena estar praticamente abandonada. — Mas ela foi limpa recentemente. — Creio que sim, não tem nada de pó. — Qual é a proposta mesmo? — Você mora aqui por tempo indefinido, e paga apenas as despesas da casa. Água, gás, comida, telefone, internet, essas coisas. — Eu vou aceitar a sua proposta, eu adorei a casa. — Quer conhecer a vizinhança? — Vamos.

Saímos para caminhar na rua da casa. Todas as casas com um padrão, todas bem conservadas, com jardins arrumadinhos, grama cortada. Nada de lixo, nada de florestas, tudo muito livre.

— Adorei o lugar. — Bom, já pode vir morar aqui quando quiser. — Se quiser vir hoje eu posso? — Se quiser ficar aqui agora, fica a vontade. — Eu preciso pegar as minhas coisas, e falar com o Joy. Avisar que já tenho uma casa para morar. — Vai gostar daqui, as pessoas não são como aquelas da sua cidade. — A vantagem é que conheço alguém aqui. — Vai conhecer mais pessoas, e fazer amizades com elas. — Já estou animada com isso. — Quer conhecer mais um pouco da cidade, ou quer voltar? — Acho melhor voltar, outro dia saímos para conhecer a cidade. — Está marcando um novo encontro comigo? — Não é um encontro, apenas vamos sair juntos. — Entendi. Então vamos, vou deixar você na pousada.

Ele fechou a casa, e entregou-me a chave. Fomos até o carro.

— Sabe dirigir? — Não, mas gostaria de aprender. — Eu posso levar você para fazer as aulas de direção, vai ser muito bom, assim quando o bebê nascer vai poder ter uma locomoção melhor. — Primeiro vamos mudar de casa, e depois vamos ao médico, aos poucos organizamos a nossa vida. — Bom já sabe que pode contar comigo para qualquer coisa. — Eu sou grata por isso, obrigada. — Não precisa agradecer.

Em pouco tempo estávamos na pousada, ele deixou-me na frente. Pegou um papel e escreveu o endereço da casa.

— Acredito que o Joy vai levar você. — Certamente, ele não correria o risco de deixar-me na rua. — Bom já sabe onde me encontrar. Se não conseguir falar comigo pelo meu número de celular, liga para os outros. — Se não encontrar você nesse aqui, eu saberei que está ocupado. E também sei que vai ligar assim que puder. — Está bem.

Jasper aproximou-se e beijou o meu rosto. Fiquei um pouco sem graça, e sai do carro. Entrei na pousada e fui para o quarto. Joy estava lá.

— Onde estava? — Saí por aí, e encontrei uma casa, é do jeito que queria, num lugar muito agradável, já estou com a chave e vou para lá hoje mesmo. Você vai poder ficar livre de mim, não vai ter com o que ficar preocupado, e continuará a sua vida de antes. — Luna o que eu falei hoje... — É verdade, não mentiu. Só ficou do meu lado por se sentir culpado. Mas, na verdade sabemos de quem é a culpa. E está tudo bem, eu não vou voltar para aquele lugar. Acabou a história de lobos, lobisomens, aqui não vou precisar ficar preocupada se vão tentar matar-me. Não há florestas onde vou morar, acabou. Isso vai ser uma história. Quando quiser ir a minha casa, eu vou recebê-lo, mas não quero saber de mais nada. Eu vou começar do zero com o meu bebê, não vamos contar coisas sobre lobos, sobre a história de um primordial, de uma guerra por território, vamos ser apenas humanos. — Sabe que não vai poder manter esse segredo por muito tempo, vai chegar um tempo que você vai precisar falar. — Talvez evite a transformação dele, da mesma forma que eu vinha sendo controlada. Existe uma solução. — Luna mesmo assim vai precisar cuidar-se. — Eu vou ficar bem. — Então arruma as suas coisas, e vamos até essa casa.

Peguei a mala e guardei algumas coisas que havia deixado fora. Não havia muita coisa para levar. Já estava pronta para ir embora para um lugar onde teria a oportunidade de criar meu bebê. Joy chamou um táxi, assim que percebeu que eu já estava pronta. Saímos e fomos para a casa. Joy começou a ficar desconfiado pelo caminho.

— Tem certeza que é aqui? — Sim. — Quanto vai pagar? — Fiz um acordo com o proprietário. — Que tipo de acordo? — Não se preocupe, não é nada de errado. Ele não usa mais a casa, e deixou-me ficar, com a condição de que eu mantenha ela em ordem, e as contas em dia. — Tá bom, do nada surgiu uma alma bondosa que oferece a você uma casa, num lugar como esse. Tem noção do valor que é uma casa nesse local. — Joy, eu precisava de uma casa, eu encontrei a casa, então acabou. Eu vou ficar bem. — Encontrou? Muito estranho você não conhece nada na cidade, e só numa saída encontra uma casa, num ponto bem localizado, isso tem o dedo nele não é mesmo? — Não sei de quem está falando. — Falo do Jasper. — Joy eu já decidi o que quero, cabe apenas você respeitar a minha decisão. — Quando ele ferrar com a sua vida, vai lembrar que eu avisei que ele não era uma boa pessoa. — Então deixe que eu me ferre outra vez. Não tem problema, a final não será a primeira vez. — Você ficou muito diferente depois que começou a conviver comigo. — Por que será? — Como esse cara encontrou você? — Ele mora aqui. — Eu entreguei você de bandeja, deveria ter deixado você lá nas montanhas. — Eu iria enlouquecer. — Antes louca do que nas mãos dele. — Já chegamos, agora paga o táxi e para de dar pi ti.

Joy pagou e descemos, pegou a minha mala e entramos na casa. Ele olhou cada detalhe, era como se ficasse a procurar um detalhe para acusar Jasper de algo. Após observar tudo, ele olhou-me.

— Tem certeza? — Tenho. — Eu não posso fazer mais nada por você então, eu virei visitar você, para ter certeza de que está bem. — Pode vir. — Eu já vou, cuide bem desse bebê. — Vou cuidar. — Até breve Luna. — Até.

Joy foi embora, acredito que iria ficar aquela noite na pousada, e depois seguiria o caminho dele. Escolhi um dos quartos, guardei as minhas roupas, vi um pijama, uma lingerie e fui para o banho. Saí secando o meu cabelo. Peguei o celular e mandei mensagem para o Jasper.

"Adivinha onde estou?"

Não demorou muito para que ele respondesse.

"Na sua casa nova?"

Li e respondi.

"Sim, tomei banho e agora estou deitada. Espero não ter pego o seu quarto. "

Uma resposta veio em seguida.

"Não me importo se ficar no meu quarto, e deitar na minha cama. Espero que goste desse colchão, pois eu adoro. "

Li e enviei outra mensagem.

"Obrigada por ajudar-me, prometo que vou cuidar da casa, direitinho."

Outra mensagem.

"Tenho certeza de que vai sim, e não precisa ficar agradecendo. Agora aproveita a sua nova vida."

Li e respondi.

"É um novo começo para mim, e futuramente o início para o meu bebê. Tenho algumas coisas para aprender, mas acredito que não será difícil."

Jasper não respondeu mais. Talvez tenha acontecido alguma coisa. Fiquei deitada ali, comecei a pensar o que iria comer. Não lembrava de ter visto nenhuma padaria ali perto. Não estava com nenhuma vontade de sair de casa. Algum tempo depois escuto a campainha. Levanto e vou até à porta. Abro e era ele.

— Alguém pediu pizza? — Não acredito que veio até aqui para trazer pizza. — Enquanto falava com você, eu pedi a Lívia para encomendar a pizza, eu passei na pizzaria e peguei. Só espero que goste dos sabores que escolhi. — Tenho certeza de que são deliciosos. — Penso que atrapalhei você. — Não, estava pensando o que iria comer. Não lembrava de ter visto nenhuma padaria, ou algo do tipo aqui perto. — Resolvemos isso amanhã. Vamos comer, ainda está quente. — Suponho que saiba onde ficam as coisas na casa. — Na verdade, pensei que poderíamos comer de um jeito mais confortável. — Com as mãos? — Sim. — Então vamos.

Sentamos à mesa, ele abriu a caixa da pizza.

— Sirva-se. — Obrigada.

Começamos a comer. Estava ótima, a massa era macia, e havia muito recheio. Parece que adivinhou que eu não me daria o trabalho de procurar nenhum lugar para comer.

— Estava muito boa, obrigada. — Espero que não tenha ficado com fome. — Não, vou passar bem essa noite. — Você deve estar cansada, eu vou deixar você descansar. — Você certamente tem um dia cheio amanhã. — Um pouco, quando quiser passar o dia comigo, e acompanhar-me nos lugares aonde vou, vai ser um prazer. Tenho certeza de que o meu dia será menos tedioso. — Quem sabe um dia. — Vou deixar você descansar. Acompanha-me até a porta? — Claro que sim.

Acompanhei o Jasper até a porta. Ele beijou o meu rosto, deu-me boa noite e foi embora. Tranquei a porta, fui até o banheiro e deitei-me.

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Comments

Nadja

Nadja

está na hora da ação essa Luna reagi e Pará de ficar na defensiva luta garota chata

2024-01-06

2

Laura Maciel

Laura Maciel

mais nunca transou com Jay, transformada.
ele é o pai sim, incrível que apareceu o começo da história pra mim estou amando.

2024-01-04

1

Valdete Rodrigues

Valdete Rodrigues

ele e o pai e tbm um lobo 😅 ela vivia a fugir d outro kkkk e esse bebê podia bem ser d outro afinal ela transou com o Jay várias vezes né autora afffff

2024-01-03

2

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