Criando limites

Henry

Depois do café da manhã e arrumar a cozinha voltei para o meu quarto, não vou dizer que fiquei feliz quando ela disse que não está acostumada a toma café a essa hora, depois do trabalho que eu tive, mas pelo menos resolveu comer depois.  Nina ficou na sala mexendo no celular com a cara de preocupada. Assim que entrei no quarto, logo vi que ela não retirou o colchonete do chão, só faltava ela ser bagunceira com eu sou. Recolho tudo do chão e coloco no lugar, me jogando na cama pensando no que fazer, tem horas que eu estou acordado e ainda não é nove da manhã. O dia vai ser longo.

Vejo a tela do meu celular se acender com a foto da minha mãe, já devia imaginar que ela fosse ligar, mas não estava esperando que ela ligasse tão cedo.

_ Bom dia mãe. Atendo a ligação porque sei que se não atender, ela continuará a me ligar ate que uma hora eu atenda a sua ligação.

_ Bom dia Henry, tudo bem?

_ Bem na medida do possível, sei que a senhora está ligando por algum motivo.

_ O motivo é que eu te amo. Respondeu sorrindo. _ E a Nina como ela está? Teve outros enjoos?

_ Ela está bem, acabamos de tomar café e ela comeu mais do que eu esperava, e pelo seu semblante ela não estava enjoada.

_ Fique de olho na sua esposa, vai que ela passa mal, início de gravidez é difícil, tem mulheres que costumam ter muitos enjoos e vômitos, lembra que ontem ela estava passando mal depois do casamento na igreja.

_ Não se preocupe, ela parece bem.

_ E você…

_ O que a senhora quer perguntar? Questiono pois conheço bem a minha mãe.

_ E a noite de núpcias...

_ Mãe, não tivemos e não pretendo ter noite de núpcias com ela, já disse que não vou tocar nessa mulher, vou cumprir apenas o contrato, ficar casado por um ano e registar o filho que ela está esperando.

_ Nina é bonita, eu gostei dela, deveria dar uma oportunidade para conhecê-la, sei que gosta de crianças e vai amar o filho dela como se fosse seu.

_ É que a senhora não sabe o que eu sei sobre ela.

_ Então  me conta tudo que sabe sobre ela.

_ Prefiro que a senhora não saiba como ela realmente é, vou poupá-la dessa decepção.

_ Está bem, não vou insistir com você.

_Eu agradeço...era só isso mãe?

_ Não, estou ligando para te convidar para almoçar aqui em casa, hoje vou fazer o seu prato preferido.

_ Humm lasanha, a senhora que vai fazer ou é a Maria?

_Lógico que sou eu que farei a lasanha, Maria está de folga, e você sabe que quando faço lasanha ela é bem caprichada, do jeito que você gosta.

_ Amo quando a senhora cozinha, e falando desse jeito, me deixa com água na boca.

_ Então eu estou te esperando para almoçar aqui com a Nina. Minha mãe fala na Nina mas eu não estava pensando em leva-la comigo.

_ Ahhh, mãe... Eu não quero leva-la comigo.

_ Nina é sua esposa, você vai deixá-la em casa com fome?

_ Não,  a despensa está cheia e ela pode cozinhar ou pedir comida pelo app, tenho certeza que ela não ficará com fome.

_ Henry, já falei para trazer a sua esposa. Fala firme comigo.

_ E se ela não quiser ir comigo? Nina pode ter compromisso marcado na casa dos pais.

_ Nesse caso, não tem o que fazer, mas me deixa falar com ela, acho que ela não recusará o meu convite.

_ Pode deixar que eu perguntou se ela quer ir ou não...

_ Não, eu quero falar com ela. Insistiu minha mãe e eu fui até a sala atrás da Nina para que minha mãe pudesse falar com ela que ainda continuava mexendo no celular.

_ Minha mãe quer falar com você. Digo lhe entregando o meu telefone e Nina me olha desconfiada.

_ Alô…

_ Oi Nina, aqui é a Lucia, bom dia, você está bem? Estou perto de Nina e ainda consigo escutar o que minha mãe está dizendo.

_ Bom dia, eu estou bem.

_Fico feliz que esteja bem, pedi para falar com você porque eu quero te fazer um convite, e não aceito um não com resposta.

_ Humm...

_ Quero te convidar para almoçar aqui em casa, hoje eu estou cozinhando e gostaria de receber você como minha convidada especial.

_ Obrigada, eu não sei… diz olhando para mim como se esperasse minha aprovação.

_ Vou considera com um sim, estou te esperando.

_ Está bem.

_ Tchau, nos vemos daqui a pouco. Despediu-se minha mãe encerrando a ligação sem falar comigo outra vez.

_ Já que você aceitou o convite da minha mãe, arrume-se, vamos sair daqui a pouco. Digo a ela pegando o meu telefone de volta.. Nina se levantou indo para o quarto se arrumar, enquanto isso, vou  até a cozinha tomar um pouco de água para me acalmar, sinto que estou nervoso com esse convite.

Eu estou vestindo uma bermuda jeans e uma polo verde, já estou pronto para sair e fico imaginando o quanto Nina vai demorar para se arrumar, deve ser daquelas mulheres que tem mil opções de roupas e não sabe qual usar.  Resolvo ir no quarto e pedir para ela se arrumar o mais rápido possível, mas ela já havia entrado no banheiro, resolvo deixar ela gastar o tempo que quiser, não vou criar atrito com isso.

Volto para sala e me jogo no sofá, agora só me resta esperar por ela. Enquanto estou esperando, recebo uma mensagem do Lucas, o meu melhor amigo, perguntando como foi o casamento. Respondo dizendo que foi péssimo e ele pede detalhes. Digo que detalhes só posso dar pessoalmente e então marcamos de nos encontrar no final da tarde, vai ser bom conversar com alguém que me entende, e que sabe como a Nina é de verdade.

_ Vamos?

Ainda estava conversando com o Lucas quando Nina saiu do quarto pronta para sair. Ela estava vestindo uma calça jeans e camiseta preta que valorizavam o seu corpo, segurando uma jaqueta na mão e uma pequena bolsa pendurada no ombro direito, nos pés, um tênis de lona preto. Os cabelos estavam soltos e formavam ondas nas pontas. Eu esperava vê-la vestida com vestido de marca chamativo, mas não, ela  estava vestida de forma simples e estava linda.

_ Vamos… Digo vendo ela passar me hipnotizado.

Fizemos o trajeto ate a casa dos meus pais em silencio, o meu carro está impregnado com o seu cheiro gostoso. Não, essa situação não pode se repetir, penso.  Há dois quarteirões da casa dos pais, resolvo parar o carro e  chegar a um acordo com Nina.

_ O que aconteceu? Pergunta ela me olhando segurando o cinto na altura dos seios fazendo o meu olhar instantaneamente parar sobre eles por alguns segundos.

_ Temos que estabelecer alguns limites, chegar a um acordo, você pode estabelecer os seus limites e eu os meus. Falo fazendo ela concordar com a cabeça.

_ Está bem, o que você não quer que eu faça? Pergunta sendo direta.

_ Não quero que você se aproxime da minha família, recuse os convites da minha mãe fizer, ela se apega facilmente as pessoas, e não quero que quando daqui há um ano você sair da minha vida ela fique triste porque você nunca mais vai ligar para ela. Falo vendo ela ficar séria.

_ Está bem, eu não aceitarei.

_ E você o que quer?

_ Você já disse que não vai fazer o que eu quero como limite, eu não quero que toque em mim.

_ Eu não tenho essa intenção.

_ Está bem, o que mais você que prôpor?

_Você pode levar a sua vida normal, se quiser se envolver com alguém, eu não me importo, desde que ninguém saiba dos seus casos, porque eu não quero ser taxado de marido traído, você é livre para fazer o que quiser e eu também. Resolvo deixar bem claro essa situação porque sei que ela vai se envolver com outras pessoas, e Nina continuava seria escutando o que eu dizia.

_ Mais alguma coisa? Pergunta e sua voz estava diferente…

_ Por enquanto é isso, qualquer coisa eu te falo depois. E você?

_ Não tenho mais nada a dizer. isso. Diz voltando a sua atenção para fora do veiculo.

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