Meu verdadeiro nome

Vi Pedro me encarando, o silêncio entre nós estava me torturando mas logo foi quebrado por ele:

-" Então seu nome é Bianca, já imaginava que seu nome verdadeiro não fosse Gabriela." Fiquei um pouco sem jeito mas o respondi:

-" Gabriela é o nome que uso para trabalhar, não posso usar o meu verdadeiro." Ele estreitou os olhos e sorriu:

-" Imagino, você faz faculdade de que?" Ele parecia bastante interessado em minha vida, respondi sua pergunta:

-" Faço medicina veterinária." Ele fez uma expressão de surpresa e continuou puxando assunto comigo:

-" Você está no último semestre, logo mais vai se formar, o que pretende fazer depois disso?" Eu não sabia o que ele queria saber, se ele queria saber se eu tinha planejado algo ou se eu continuaria com a vida de acompanhante, o respondi:

-" Vou abrir minha própria clínica e vou viver somente disso." Ele assentiu com a cabeça, logo o silêncio voltou a reinar, o vi bastante pensativo então fiquei pensando se falei algo de errado, desta vez eu resolvi quebrar o silêncio assim que percebi que ele não iria embora:

-" Você não precisa ficar aqui, eu já estou bem." Ele que estava sendo na poltrona perto da minha cama me respondeu:

-" Claro que preciso, não posso ir e deixar você aqui sozinha." Me senti feliz ver que ele estava preocupado comigo mas logo minha felicidade se foi quando ele continuou a falar:

-" Afinal foi eu quem te atropelou, é meu dever se certificar que você fique bem." Tentei disfarçar que havia ficado triste com seu comentário, e por sorte ele não percebeu, por um momento como uma bona pensei que ele se preocupava comigo mas era óbvio que ele estava ali apenas por que havia me atropelado. Não falamos mais nada por um bom tempo, o silêncio só foi quebrado quando uma enfermeira entrou para trocar o soro e me dar alguns medicamentos. Já era de noite então não demorou muito peguei no sono, quando acordei ele estava me olhando fixamente, não sei por quanto tempo ele estava ali me observando mas tomei um susto ao me acordar e me deparar com aqueles pares de olhos negros me olhando. Quando ele viu que eu havia acordado, rapidamente se afastou e tentou disfarçar, em seguida uma enfermeira entrou e me levou para fazer alguns exames, pensei que quando voltasse ele não estaria mais lá, afinal, segundo o que o médico disse já fazia um bom tempo que ele estava comigo no hospital, então ele precisa ir para descansar também e eu já estava bem não tinha mais com o que se preocupar. Após uma bateria de exames fui levada de volta para o quarto onde estava não pude deixar de pensar quanto teria que pagar pelo tempo que vou ficar aqui, afinal eu estava em um hospital particular, fiquei preocupada de ter que gastar minhas economias. Ao chegar lá fiquei espantada ao ver pedro ali ainda sentado, em seguida a enfermeira foi embora nos deixando sozinhos novamente, fiquei o encarando tentando entender o que estava acontecendo, ele fazia o mesmo e até tinha um sorrisinho malicioso em seu rosto que me deixava ainda mais confusa, o que estava acontecendo aqui?! Ele acabou quebrando o silêncio:

-" Você deveria prestar mais a atenção quando atravessasse a rua, você teve sorte que eu não estava em alta velocidade e a batida não foi tão forte, em um próxima não sabemos o que poderá acontecer, então é melhor você se cuidar mais, não quero imaginar o que possa acontecer caso tenha uma próxima vez." Novamente ele estava me deixando confusa então não me contive e falei:

-" Falando assim até parece que você se preocupa comigo." Ele ele colocou a mão no cenho então como um suspiro de cansaço ele respondeu:

-" Porque eu não me preocuparia com você?." Fiquei um receosa de responder sua pergunta mas a respondi mesmo assim:

-" Por que não passo de um objeto de prazer não é mesmo?" O vi me encarando, ele estreitou os olhos antes de me responder com um suspiro bem baixo:

-" Quem dera fosse só isso." Antes que eu pudesse falar alguma coisa o doutor entrou e interrompeu nossa conversa:

-" Boa tarde, Senhorita Bianca seus exames deram ótimo resultados e pelo visto você não teve nenhum ferimento grave por sorte. Preste mais atenção ao atravessar a rua da próxima vez." Dei um sorriso meio fraco e ele continuou a falar:

-" Vou te dar alta mais cedo, mas quero que você descanse bastante em casa e mantenha repouso, qualquer coisa de errado volte aqui imediatamente, vou te receitar uns remédios e quero que você tome sempre na hora certa ta bom?" Fiquei feliz e aliviado em saber que iria receber alta, então o respondi:

-" Tá bom, farei tudo certinho." Ele me entregou algumas receitas com os nome dos médicos e os horários que eu teria que tomar, junto ele me entregou meu atestado médico:

-" Tudo pronto mocinha, agora é só ir na recepção e assinar os papéis da sua alta." Quando terminei de me arrumar Pedro ajudou a pegar minhas coisas e me levou de cadeira de rodas para a recepção, eu estava bastante dolorido por conta do acidente. Assim que assinei os papéis da alta a moça disse que o Sr. Mancini já tinha já tinha pago tudo, eu o encarei mas não falei nada naquele momento já ele estava sério e com as mãos nos bolsos me encarando de volta como se nada abalasse ele, logo ele me levou para o carro. Já no carro Pedro me ajudou a entrar, quando estávamos saindo do estacionamento do hospital o perguntei

-" Quanto estou te devendo?" Seus olhos escuros posou em mim e ele rapidamente respondeu:

-" Você não me deve nada." Como sou teimosa o respondi impaciente:

-" Claro que devo, então o que você quer em troca?" Ele parou o carro no acostamento e me olhou seriamente, parecia estar impaciente também, logo começou a falar:

-" Já disse que não quero nada, não paguei esperando nada em troca." Ele segurava firmemente o volante, dava para notar sua irritação, então não falei mais nada.