Mudança repentina

Quando saímos do banho ainda sentia bastante dor no corpo mas foi bem relaxante o banho. Pedro me ajudou a me vestir, ele tinha pedido para a gerente do hotel comprar roupas e os remédios que o doutor tinha receitado para mim. Senti uma sensação estranha ao vê ló cuidar de mim, é estranho ser cuidada quando você é acostumada a só cuidar dos outros, acho que é isso que Jéssica queria dizer, o quanto é bom ser cuidada de vez enquanto. Após tomar os remédios para dor, meu corpo parou mais de doer, durante o restante da noite foi tranquilo, jantamos e conversamos sobre coisas aleatória nada de muita importância. Quando foi ficando tarde ele me levou para se deitar, eu conseguia me mover sozinha mas ele insistia em me ajudar sempre, ao chegar no quarto nos deitamos ele me puxou para deitar a cabeça em seu peito parecia que eu estava vivendo um sonho, mesmo sabendo que não podia me iludir fui aproveitando cada momento, cada toque, cada olhar. Durante essa noite não transamos pois meu corpo ainda estava dolorido e tinha alguns hematomas e arranhões. Assim que acordamos pela manhã fomos tomar café, mas não falamos uma palavra, ele não parecia o mesmo homem de ontem, estava mais distante e frio, parecia o Pedro de sempre. Inesperadamente seu celular tocou, ele então atendeu seu semblante parecia preocupado, e seu tom de voz ao responder estava igual, parecia que algo tinha acontecido, assim que ele desligou o telefone perguntei:

-" Aconteceu algo? Você parece preocupado!" Ele olhou de forma sombria para mim e eu tive medo, seu tom de voz era frio e ríspido:

-" Não tenho que informar meus problemas para uma prostituta. Termine de comer e vá embora, tenho que resolver uns assuntos agora."

Não pude acreditar no que havia acabado de escutar, ontem mesmo ele estava querendo cuidar de mim sendo carinhoso e atencioso, agora estava me humilhando sem ao menos eu ter feito nada para merecer. Meu corpo ferveu de raiva, a raiva era tanta que levantei da mesa peguei minhas coisas e fui embora sem olhar para a cara dele, esqueci até que meu corpo estava dolorido só lembrei quando descansei a cabeça no banco de trás do Uber, nesse momento a dor tomou meu corpo e minha cabeça parecia que iria explodir.

Quando cheguei em casa já estava mais calma, assim que entrei vi minha irmã que correu para me ajudar, aproveitando para ver meu estado:

-" Bia, deixa eu te ajudar, como você está se sentindo?" Tentando tirar o foco de mim a perguntei com um sorriso amarelo:

-" Tô bem, cadê Luan, ele já foi para o colégio?" Ela pareceu notar o que eu estava tentando fazer então estreitou os olhos e me respondeu franzino a testa:

-" Já foi para o colégio, vamos eu te levo até seu quarto, você precisa descansar."

Tudo que eu não queria era preocupar minha família então mantive o repouso durante a semana inteira, não ativei meu chip de trabalho então não sabia se Pedro tinha voltado a me procurar, mas acho difícil isso acontecer. A semana tinha passado devagar, ficar de repouso era entediante, como eu já estava melhor das dores resolvi voltar frequentar a faculdade, faltava apenas duas semanas para me formar e eu não cabia de felicidade, eu iria me formar e viver do que eu amo. Assim que a aula havia acabado resolvi ligar para Jéssica, queria conversar com ela, desabafar e colocar as conversas em dia, ela trabalha como publicitária em uma empresa de tecnologia, marquei de pegá-la assim que ela largasse. No horário combinado já estava de frente a o prédio que ela trabalhava, era enorme, todo espelhado e tinha a logo da empresa bem grande "Cinitec". Estava a distraída admirando aquele edifício quando vi um carro parar de frente ao prédio e dele sair Pedro, eu que estava no outro lado da rua corri para me esconder mas ele pareceu ter me visto, em quanto estava agachada atras de meu carro tentando controlar minha respiração escutei sua voz em um tom rude ao meu lado:

-" Posso saber por que você está me seguindo?" fiquei revoltada com a acusação então impaciente o respondi:

-" Por que eu estaria te seguindo?" Ele estreitou os olhos e me lanchou um olhar intimidador:

-" Então por que você se escondeu ao me ver? você pensa que não vi?." Com certeza minha reação foi suspeita mas foi o calo do momento que me fez agir assim:

-" Só me assustei ao te ver..." Antes que eu pudesse terminar meu celular tocou e eu dei um suspiro de alívio, atendi imediatamente:

-" Oi, Jéssica ja estou aqui, onde você está, vai demorar muito?" O olhei e ele estava me encarando bem sério, só queria sair dali o mais rápido possível, por sorte do outro lado da linha ela respondeu que já estava saindo, então a respondi:

-" Tá bom venha logo, estou te esperando." Assim que a ligação encerrou ele voltou a falar:

-" Se eu sonhar que você está me seguindo eu acabo com você." Não respondi apenas engoli cego e o vi se afastar, não demorou muito Jéssica chegou e me viu branca como papel, e logo me perguntou:

-" Bia, você está bem?" a respondi com a voz ainda trêmula:

-" Vamos sair daqui o mais rápido possível."

Entramos em meu carro e saímos da li as pressas, só me acalmei quando já estávamos no café.

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