Capítulo 10

Após Riccardo deixar Eva em um dos seus apartamentos ele volta até o galpão onde tinha deixado um serviço inacabado.

— Caleb já conseguiu o meu dinheiro de volta?

— Sim chefe.

— Eu quero que reúna os homens e vão atrás da Margareth quero que traga a menina que está com ela e aquela velha viva para mim. — dava para sentir a raiva do homem em sua voz.

— Tudo bem, chefe, irei fazer isso agora e o que devo fazer com esse homem.

Riccardo tira sua arma que estava em sua cintura e dispara um tiro certeiro na sua cabeça.

— É só jogar fora.

Riccardo sai e vai para sua mansão, era isso que ele pensou em fazer, mas quando percebe estava no apartamento que a pouco tempo tinha deixado Eva com seu filho.

Ele entra em silêncio pela porta e vai caminhando procurando a mulher, Eva estava no quarto amamentando Mathias, a cena era simples mas bonita para quem via o carinho que ela sentia pelo seu filho.

Ela estava sentada próximo à porta de vidro que tinha no quarto olhando a vista prédios luxuosos a sua frente, o sol da tarde entrando e iluminado Mathias e ela seus cabelos loiros ainda mais dourado, ela cantando uma música de ninar.

Riccardo estava encostado na porta, ele assistia toda a cena e algo nele não era mais aquele homem que desejava Eva apenas por ser virgem, agora ele sentia na obrigação de cuidar da garota.

Eva se levanta da poltrona ao virar e vê o homem ali, ela se assusta, ela coloca Mathias na cama com cuidado para não acordar e vai até Riccardo.

— Você encontrou minha filha? — Ela pergunta próxima a ele.

— Meus homens foram buscar a menina, não se preocupe. — Eva passa por ele e vai para a sala do apartamento.

— Não me peça para não me preocupar, eu não consigo, tenho medo do e aquela bruxa pode fazer com a minha filha. — Eva fala olhando para ele.

Riccardo da dois passos e cola o corpo dele ao de Eva, ele segura em sua cintura e se inclina ficando próximo aos lábios dela.

— Você confia em mim? — ele pergunta a centímetros de seus lábios.

— Não, mas é minha única opção.

Riccardo a solta e se vira indo para um pequeno aparador que tinha algumas bebidas, ele coloca uma dose de whisky em seu copo, ele volta para próximo à Eva e senta no sofá.

— Me conta mais sobre você e o porquê quer tanto essas crianças?

— Não quero falar sobre minha vida com você. — ela fala sentando em outro sofá a frente do homem.

— Se quer minha ajuda, eu preciso saber tudo sobre você.

Eva olha para Riccardo que bebia seu whisky tranquilo, ela se encosta no sofá e fecha seus olhos voltando para sua história de anos atrás.

— Eu nasci em uma família religiosa meus pais trabalhavam em um colégio de freiras passei oito anos da minha vida feliz eles sempre me deram amor, carinho e cuidavam de mim muito bem mais um acidente matou os dois eu perdi tudo em segundos um lar onde eu tinha amor, respeito, e era ensinada os valores da vida, mesmo muito nova eu sabia que queria dançar eu fazia aulas na escola algumas meninas ricas que estudava lá sempre me tratava mau por ser filha do caseiro, mas eu tinha orgulho de tudo isso quando eu perdi fui levada para um abrigo.

Eva faz uma pausa e respira fundo, seus olhos mesmo fechados escorriam lagrimas.

— La eu tinha o oposto da minha casa, um lugar onde não tinha carinho, amor, respeito, onde quem deveria cuidar de nós crianças nos tratava mau. Teve um dia que uma cuidadora se vestiu de fantasma no meio da noite e entrou no nosso quarto para nos assustar, pois algumas crianças fizeram muita bagunça durante o dia, então ela fez isso para que nós tivéssemos medo e parasse com isso. Com quatorze anos eu fugi daquele lugar, pois o diretor entrava onde nós meninas tomava banho e se tocava olhando para nós, com o tempo ele tentou algo com uma garota, nunca mais ela foi a mesma, eu fugi antes que ele fosse fazer algo contra mim.

Riccardo escutava tudo com muita atenção, seus cotovelos estavam apoiados sobre sua perna, seu corpo inclinado para frente e segurando seu copo de bebida vazio.

— Morei debaixo de cada viaduto, prédio abandonado dessa cidade, passei fome até conseguir arrumar um trabalho de garçonete e conhecer Lara que me ajudou a passar por tudo isso, eu entrei em uma escola de ballet, pois fazia na infância e tinha o sonho de me tornar uma grande profissional, Lara me ajudou a conseguir dançar para Mercedes e ficar mais próxima ao meu sonho mas tudo isso foi transformado com a sua proposta.

— Você quer dizer que eu sou o culpado de tudo? — ele pergunta após virar a bebida quente.

— Você não se sente culpado?

— Eva, eu iria te pagar por uma noite com você, era só aceitar, eu iria te dar prazer a noite toda e no outro dia era como se nada tivesse acontecido, mas você escolheu a pior opção, por que escolheu ser barriga de aluguel ao ir para a cama comigo? — A voz de Riccardo sai grossa, mas estava controlada, ele não estava nervoso.

— Isso não importa mais, agora eu tenho que cuidar dos bebês e proteger para que eles não passem fome e não precise morar na rua, eu sei como é ter que dormir porque está com fome, eu ia para a escola apenas para comer mesmo morando na rua.

— Eu sinto muito, você teve uma vida sofrida, mas não é a única.

— Me conta mais sobre você. — ela fala com sua voz doce.

— Tenho certeza que não irá querer ouvir a história de um homem fudido.

— Sim, eu vou querer.

O celular de Riccardo começa a tocar, ele olha para Eva e atende a chamada.

Ligação on*

— Encontramos o bebê e os velhos no aeroporto voltando para os Estados Unidos.

— Me tragam todos, quero a bebê sem nem um machucado entendido?

— Sim chefe.

Ligação off*

— Acharam a bebê.

Riccardo fala, ela se levanta e vai até ele e o abraça, ele sente o cheiro do seu perfume floral, ele a segura para mais próximo ao seu corpo.