Casando Com Um Mafioso: Obrigação Ou Paixão

capítulo 8

Naquela manhã ensolarada, Henrique se distraiu com outros assuntos enquanto conversava animadamente com Lucas a respeito dos desafios do trabalho e de planos para o futuro. A conversa fluía, mas em sua mente havia uma estranha inquietação que o acompanhava. Depois de algum tempo conversando, ele decidiu que era hora de se concentrar em suas responsabilidades e, com isso, seguiu para a empresa, determinado a resolver algumas pendências que haviam se acumulado.

Enquanto isso, em um lugar completamente diferente, Fernanda, cheia de pensamentos e reflexões sobre a vida, decidiu deixar a mesa em que estava sentada há algum tempo para ir até o Jardim. Ali, queria encontrar um pouco de paz e tranquilidade. Ao chegar, avistou o senhor Vitor, um amigo de longa data, sentado sob a sombra de uma árvore frondosa, imerso na leitura de um livro que parecia capturar toda a sua atenção. Com um sorriso no rosto e o coração leve, aproximou-se dele, sentindo que aquele instante poderia trazer um novo sopro de ânimo.

— Bom dia, senhor Vitor! — exclamou ela, acomodando-se ao seu lado, admirando a serenidade que o lugar proporcionava.

— Bom dia, minha linda! Como foi sua noite? — perguntou ele, fechando o livro e direcionando seu olhar acolhedor para Fernanda.

— Consegui dormir, mas é esquisito ter uma vida e, de repente, tudo mudar — confessou ela, sua voz carregada de um misto de saudade e incerteza.

— Eu entendo, querida, mas não se preocupe, tudo vai se ajeitar, — afirmou Vitor com sua típica sabedoria, tentando acalmar o coração inquieto de Fernanda.

— Espero que sim. Eu realmente quero terminar meus estudos e ter meu violão de volta, pois era a única coisa que realmente gostava de fazer — disse ela, seus olhos brilhando ao recordar os momentos felizes passados em companhia do instrumento que tanto amava.

— A respeito da escola, não sei se meu neto concordaria, mas posso comprar um violão para você agora mesmo. Desde que prometa me cantar uma música — comentou Vitor, com um sorriso travesso, deixando transparecer seu carinho.

Fernanda sorriu ao imaginar passar os dias naquela casa , criando suas canções e deixando que a música preenchesse os vazios que a vida recente deixara. Quanto à escola, um pensamento surgiu em sua mente: queria conversar com Henrique sobre sua volta aos estudos, quem sabe ele não poderia ajudar?

Após um tempo agradável com Vitor, em que compartilharam histórias e risadas, Fernanda decidiu que era hora de subir, tomar um banho relaxante para se refrescar, pois o calor do dia estava intenso e o almoço se aproximava, trazendo consigo novas possibilidades.

Em um ambiente corporativo diferente, na empresa, Henrique estava profundamente concentrado na resolução de algumas pendências. O dia parecia rotineiro, mas a rotina foi interrompida com a visita inesperada de Meireles, um colega conhecido por sua natureza intrigante.

— Senhor Henrique, o senhor Meireles está aqui e deseja falar com o senhor — informou a secretária, batendo gentilmente na porta do escritório.

— Pode deixá-lo entrar. Já sei o que ele quer, esse velho nojento — respondeu Henrique, seu tom de voz transparecendo desdém a respeito de Meireles.

Ao entrar, Meireles fez um comentário despreocupado que parecia uma crítica velada.

— Henrique, você sempre cercado pelas mais lindas! — comentou Meireles, com um sorriso malicioso que revelava suas intenções.

— Bom para mim. Mas qual é o assunto? Aconteceu algo? — perguntou Henrique com um tom indiferente, já imaginando o que estava por vir.

— Nada grave, só queria saber uma informação sua — respondeu Meireles, aproximando-se, deixando Henrique ainda mais cético e preparado para o que estava por vir.

— Se estiver ao meu alcance, estou à disposição — Henrique falou, tentando manter a compostura, mesmo sentindo uma tensão crescente.

— Ah, está sim. Eu só quero saber quem era aquela loirinha que cantou na sua casa de shows ontem à noite — declarou Meireles, com um olhar que deixava claro seu interesse.

— Gostou dela, foi? — Henrique perguntou, com uma pitada de sarcasmo.

— Quem não gostou? Todos ficaram impressionados! Mas, como já disse, ela é minha e de mais ninguém.

Henrique, sentindo a raiva borbulhar dentro de si. Ele sabia como Meireles se comportava com as mulheres: fazendo-as sofrer, não se importando com os sentimentos alheios. Henrique tinha aprendido a ser duro, mas sua aversão a homens que se aproveitam de mulheres como Meireles era inegável. Ele nunca se permitiria levantar a mão para Fernanda, mesmo que, no dia anterior, tivesse estado tão irritado que quase chegou a agredi-la ao levantar o braço enquanto ela gritava, suplicando para que não atirasse.

— Você está com sorte, então. Amanhã vou levá-la à festa da Juliane — Henrique disse, tentando manter a calma.

Meireles abriu um sorriso extasiado, como se a notícia tivesse induzido uma alegria contagiante.

— Então amanhã serei o primeiro a chegar! — exclamou ele, claramente empolgado.

— Certo, nos vemos lá. Se me der licença, preciso ir para casa, minha noiva está me esperando — Henrique finalizou, ciente de que a mensagem que deixaria na festa precisaria ser clara.

— Fiquei sabendo! Parabéns! Seu tio vai ficar furioso — comentou Meireles, sem perceber a ironia no que dizia, ansioso pela revelação da identidade da "loirinha".

— Aposto que não é só ele que irá se incomodar. Mas preciso voltar para casa — Henrique respondeu, a tensão no ar era palpável, uma chama que ardia entre eles.

Enquanto se afastava, Meireles ficou tão empolgado com a perspectiva de ver Fernanda na festa que nem percebeu que a noiva a quem Henrique se referia era a mesma que ele desejava seduzir.

Henrique saiu da empresa e, com um passo decidido, se dirigiu a uma joalheria que ele conhecia bem. Lá, ele comprou um deslumbrante anel de noivado, adornado com um diamante perfeito, cuja luz irradiava como uma promessa do compromisso que desejava cumprir. Queria deixar tudo bem claro na festa, garantindo que todos vissem que o seu amor por Fernanda era genuíno e que ele estava determinado a protegê-la, tudo isso bem ao estilo sarcástico que sempre lhe fora característico. Ele imaginou as reações dos presentes, principalmente de Meireles, e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios ao pensar nas surpresas que estavam por vir.