Casando Com Um Mafioso: Obrigação Ou Paixão

capítulo 4

O carro para abruptamente, e Henrique sai, puxando Fernanda pelo braço; ela está tão assustada que não sabe bem onde está. Apesar do receio, acompanha Henrique em silêncio. Ele a leva até sua magnífica mansão, onde vive com o avô. Fernanda observa tudo com encanto, maravilhada com a beleza da casa, mas a brutalidade de Henrique a faz temer cada movimento dele.

— Vamos! Tenho coisas a fazer! E escuta bem: não quero cenas de drama na minha casa. Então respira fundo, disfarça essa cara e engole o choro — diz ele, irritado, enquanto abre a porta principal de sua mansão. Fernanda entra, mergulhando em seus pensamentos.

"Como será minha vida? Minhas músicas, meu violão... Ao entrar, admiro tudo, e é tudo tão sofisticado. Quando limpo as lágrimas que escorrem pelo meu rosto, vejo um senhor se aproximando."

— Sua benção, vovô — diz ele, beijando a mão de seu avô, que se apoia numa bengala de prata e abençoa Henrique, mas mantém o olhar atento na menina chorosa.

— Deus te abençoe, meu filho. E quem é essa bela jovem?

— Essa é a minha noiva. Você sempre quis que eu me casasse com uma menina pura, então aqui está a minha escolha — responde ele, irônico, empurrando Fernanda, que se senta no sofá com a cabeça cheia de pensamentos. Ela teme articular em voz alta: "Vou me casar com ele? Meu Deus, não! Isso não pode estar acontecendo! Nessa hora, lembro do meu irmão. É tudo culpa dele. Como pôde deixar isso acontecer comigo? Começo a chorar novamente e percebo que o senhor me observa."

— Não chore, linda menina, eu não deixarei que ele te faça mal — diz o vovô, acariciando o rosto de Fernanda, que se encolhe assustada com o toque. Vítor então, olhando para Henrique, sentencia: — Gostei dela, meu neto. Comece a preparar tudo para o casamento.

Henrique exibe um sorriso satisfeito: — Sim, vovô! Mal posso esperar para ver a cara do tio Francisco ao descobrir que vou me casar.

Vítor percebe o olhar assustado de Fernanda e tenta acalmá-la: — Fique tranquila, minha menina. Eu cuidarei de você. Mas preciso que você me ajude. Case-se com meu neto e tenha filhos com ele. Eu a protegerei. Ele pode ser muito rígido, mas prometo que você terá tudo o que desejar.

Vítor tenta confortá-la, mas Fernanda permanece em silêncio, apenas pensando: "Escuto tudo com atenção. Sinto que esse senhor pode me ajudar, pois ele tenta me confortar. Mas não quero me casar, e sei que não tenho outra escolha."

— Vamos, levante-se! Esta é Ester, e ela vai te mostrar onde você ficará por enquanto. Depois que nos casarmos, você ficará no meu quarto — diz ele satisfeito, segurando um copo de whisky nas mãos, enquanto aponta para a governanta, Ester.

— Vamos, menina — Ester estende a mão para Fernanda, que sabe que seu patrão é rigoroso. Fernanda se levanta e segue Ester, perdida em seus próprios pensamentos:

"Ela me guia, e eu admiro cada canto da casa, que é realmente bonita. Ao chegarmos ao quarto, percebo que é imenso, com uma cama grande e linda, um banheiro espaçoso, closet e uma varanda."

— Fique à vontade, menina. Eu serei responsável por você, ordem do senhor Henrique — diz Ester, segurando a maçaneta da porta. Antes que consiga abrir, Fernanda corre e, segurando seu braço, pergunta:

— Moça, quem é aquele senhor que estava lá embaixo?

— É o senhor Vitor, avô do senhor Henrique.

— Obrigada — responde, retirando as mãos do braço de Ester, que sorri.

— De nada.

Ester sai, e Fernanda, olhando ao redor, sente-se cada vez mais perdida. Repetindo para si mesma: — Como será minha vida sem ir à escola, sem meus amigos? Que raiva de tudo isso!

Ela se joga na cama e chora com toda a frustração que sente, até que acaba adormecendo.

Enquanto isso, no andar de baixo da mansão, Vítor, curioso, apenas deseja a verdade. Ele pressiona Henrique a contar:

— Onde você encontrou essa menina, Henrique?

Henrique, tentando disfarçar seu desconforto, toma um gole de sua bebida e faz pouco caso do avô: — Vô, só peguei o que é meu. Não gosto que me façam de otário.

— Henrique, ela não é filha de nenhum membro da máfia! — O medo é evidente na voz de Vítor, que não quer conflitos.

— Não, vô. Ela é irmã de um sujeito que me roubou. Fui cobrar dele e encontrei ela. Ele disse que ela é pura, então decidi ficar com ela. Não era isso que você queria? Que eu me casasse com uma menina pura? Ela também é linda. — Entona estas últimas palavras de forma sarcástica.