Capitulo 08 Uma visita inesperada

Capitulo 08

Uma visita inesperada

Pedro

Eu sei eu entendo que Amanda só está fazendo o trabalho dela, da melhor forma possível.

Mas ela fala comigo como ninguém ousa, me enfrenta eu não sou acostumado com isso. As pessoas fazem o que quero e com ela eu tenho que fazer o que ela quer.

Será que ela não tem medo de ninguém ou só de mim que ela não tem.

Ah percebi que se chateou comigo porque fiquei quieto.

É que não gosto de saber de lembrar que ela vai me limpar.

Bom ou é ela ou é um marmanjo não sei o que é pior.

Pior mesmo é ficar sujo. Tento me consolar.

Maria entra no quarto me tirando de meus pensamentos.

-- Pedro já mijou?

-- Cadê a Amanda?

-- Foi na farmácia.

-- Mas ela não ia tomar café primeiro?

-- Disse que perdeu a fome. Será que você tem algo a ver com isso?

-- Ela não pegou dinheiro não é?

-- Não, é pra você que ela foi na farmácia?

-- É.

-- Deixa ela cuidar de você. Ela entende das coisas.

-- Vocês precisam ter paciência comigo sabia. Imagina você presa dentro do seu corpo.

-- É temporário Pedro.

Diz Amanda entrando no quarto.

-- Amanda quando for comprar algo para mim. Pega dinheiro na minha gaveta.

-- É que quis ir logo depois eu pego. Aqui a nota cinco reais.

Maria me faz cara feia. Me lembrando que estou sendo rude.

-- Amanda chega aqui.

Ela chega.

-- Porque não tomou café da manhã? Como vai cuidar de mim? Sem se alimentar?

-- É que estava sem fome.

Nero e Kurt entram no quarto miando alto. Na hora ela se abaixa e sai do meu campo de visão.

-- Oi como você é gordo. Você deve ser o Nero.

Ouço ela falando com eles.

Kurt sobe na poltrona e depois na minha cama.

-- Você quer ver o seu dono?

Ela pergunta para Nero que mia alto.

-- É que ele não consegue subir sozinho na cama.

Digo para ela.

-- Pode por ele aí?

-- Pode sim.

Digo para ela.

-- Eles são lindos e grandões! Da vontade de esmagar.

-- Eu tenho também, pena que agora não consigo.

Ela coloca Kurt no meu braço esquerdo e apoia o meu braço com rolinhos que ela tem pronto, feito com cobertor e lençol. Kurt fica montado em meu braço.

-- Obrigado. Eu digo para ela sentindo o peso do meu gato.

Ela pega minha outra mão e faz carinho no kurt como quando se ensina uma criança a fazer carinho. Ela me ganha com essas coisas sabia. E eu me sinto mal de ter sido rabugento com ela mais cedo.

-- Vai tomar café mocinha. Se não, não tem banho hoje.

-- Eu vou então. Até mais, o povo aqui é fofoqueiro né.

-- Você não viu nada.

Eu a assusto e me divirto com o seu olhar.

Preciso me lembrar de mandar alguém ir ver Miguel. Já é mais de dez horas da manhã e nada dele aparecer.

Amanda

Estou terminando o meu ovo com café. Hoje comi a banana junto e tomei até um pouquinho de leite.

Ouço um barulho e vozes na sala, parece Miguel mas ele não consegue segurar o homem grande e muito mais jovem e forte que ele.

-- Eu só quero falar com Pedro e você não vai me impedir seu velho de merda.

Ele diz para Miguel sem respeitar nem mesmo a idade dele.

Fico revoltada com a grosseria e vejo Maria chamando os seguranças que parecem ter desaparecido.

Ele, o homem bravo e sem educação entra casa a dentro e vai ao quarto de Pedro. Eu como sou muito menor que ele corro e passo por ele, o problema é que ele já tinha chego quase na porta do quarto. Não me resta mais nada a não ser para no batente da porta e dizer.

-- Daqui você não passa.

-- E é você que vai me impedir?

Pedro não diz nada.

Miguel está boquiaberto atrás do homem.

-- Se atreva para ver, pelo que entendi não é bem vindo aqui. Você não me conhece, se eu fosse você não tocava em mim.

Digo quando o vejo me olhar.

-- Pedro você quer falar com ele?

Pergunto.

-- Ele é proibido de entrar aqui e na empresa, como passou pela segurança.

-- Me deixe falar com você Pedro? Me deixe te ajudar a administrar agora que você está impossibilitado?

Eu não baixo a guarda continuo firme.

-- Não confio em você. Não insista e saia daqui.

-- Eu vou procurar os meus direitos.

Roberto diz entre dentes, vermelho de raiva.

-- Que direito você tem? O seu pai vendeu tudo para o meu e foi pago, você não é herdeiro.

Pedro diz aos berros.

Esse louco tenta entrar no quarto e eu o atinjo com um golpe em sua parte mais sensível e torço seu braço para trás imobilizando até que chegue os seguranças. Ele me xinga de vadia, put@ sem vergonha.

-- Você vai engolir tudo que está dizendo Roberto, vai pagar caro por invadir a minha casa.

Diz Pedro entre dentes.

Ele continua me xingando e eu forço mais seu braço torcendo agora ele geme de dor e não pode me xingar.

Os seguranças entram correndo. E pegam o infeliz.

Pedro esbraveja.

-- Onde estavam? Como ele entrou no condomínio vocês estão ferrados.

Ele ameaça.

Quando solto o tal Roberto para que os seguranças o peguem, olha para Pedro ele está vermelho de raiva com a respiração rápida. Tem raiva e medo em seus olhos.

-- Tudo bem Pedro.

Pergunta Miguel entrando no quarto.

-- E você Amanda. É boa de briga hein.

Miguel diz para mim.

-- Miguel vá saber como Roberto entrou no condomínio e depois como entrou em minha casa, onde estavam os seguranças. E se Amanda não pudesse me defender o que poderia ter acontecido? Hoje realmente é o dia de me sentir inútil.

Miguel sai do quarto e fica apenas eu e Pedro.

-- Você luta?

-- Não, a não ser que seja necessário. Fiz defesa pessoal box e consigo me defender e defender quem precisa.

-- Obrigado.

Eu ofereço água para ele que aceita. Após o banho Pedro tomou o suco no canudo.

-- Não é ruim não.

-- É gostosinho né.

Ele está pensativo já estava e agora piorou.

Entra dois homens com um sofá de dois lugares.

-- Coloquem aqui do lado esquerdo da minha cama.

Eu o olho. E ele explica.

-- Pronto agora você vai assistir TV deitada se cansar é só cochilar. E nem adianta recusar, você passa a noite acordando.

-- Obrigada Pedro.

-- Coloca Os Originais pra gente assistir?

Eu coloco. E me sento atualizando o relatório de enfermagem. – Pedro se mexeu dormindo involuntariamente, evacuou, sua urina está mais clara, coloco sobre medicação, alimentação e higiene.

Assistimos série até a hora do almoço. O dia passa tranquilo. Percebo Pedro ainda muito irritado as vezes parece estar pensando muito.

A tarde cochilamos no quarto dele.

-- Tire os sapatos Amanda relaxa.

Eu o fiz que até dormi.

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