Capítulo 13 Uma mágoa pode demorar a passar.

Capítulo 13

Uma mágoa pode demorar a passar.

Amanda

Acordo com Pedro me chamando, quando fico nervosa me da sono. E acabei cochilando.

-- Amanda você está de mal jeito, vai ficar com dor no pescoço.

-- Eu cochilei.

Olho para ele um pouco perdida. Me levanto e o faço tomar água e o arrumo na cama.

-- Está com fome Pedro?

-- Não.

-- Mas vai comer eu vou preparar uma salada de frutas para você com iogurte e granola.

-- Você sabe que isso é comida de meninas Amanda.

-- Ah é o que você gostaria de comer?

-- Nada não estou com fome.

-- Já disse que vai comer. E não me provoque que te faço um mingau de aveia.

-- Credo. Melhor as frutas.

Saio do quarto e no caminho para cozinha encontro Miguel, mas não falo com ele e nem olho na cara dele.

-- Amanda?

Eu não o respondo. Porque ele fez isso comigo? Porque não falou comigo antes? Tudo bem se eu tivesse que alugar um apartamento, agora para que fazer uma palhaçada dessas.

Eu acho que ele não tem caráter e pode fazer coisa muito pior, vou ficar com os meus olhos bem abertos em cima dele.

Na cozinha Maria não está. Preparo algumas frutas coloco mel, iogurte e granola. De volta no quarto do Pedro , Miguel está lá aos pés da cama com a mão no queixo.

Sento Pedro direito.

E começo a dar a salada de fruta pra ele.

Miguel me dirige a palavra novamente.

-- Amanda, eu já comprei as coisas que você pediu, vai chegar amanhã pela manhã.

Eu não respondo. O cara nem me conhece e quer fazer joguinho comigo. Não respondo e pronto. Se não fosse tão infantil eu iria começar a espantar uma mosca aqui, dizendo que isso que está me incomodando.

-- Ela não fala comigo Pedro.

Ele diz , como se Pedro mandasse em mim.

-- O que eu posso fazer, eu te disse que você deveria ter falado com a gente antes.

-- Eu só pensei em você.

Miguel confessa. E deixa o quarto. Eu não consigo segurar e uma lágrima escorre dos meus olhos, limpo e espanto o choro é que Miguel tem esse dom de me rebaixar a nada, não importa o que eu sinto pra ele eu sou apenas alguém que ele usa para benefício do Pedro ou esconde algo que eu ainda não descobri.

Até o que eu peço para ele em relação ao Pedro ele faz pouco caso, como se eu não soubesse o que estou dizendo.

-- Amanda você tem como me representar na empresa e discutir com os sócios e o conselho? Eu sei que preparada academicamente você é.

-- Mas você vai fazer uma procuração em meu nome. Se fizer quem manda sou eu no seu lugar. Mas não farei nada sem que você saiba. Só por que você me deixou livre.

-- Mas e Miguel? Você tem raiva dele?

-- Ele não teve consideração e nem caráter foi baixo. Eu não o perdoo. É assim que você costuma agir? É assim que você faz os seus negócios?

-- Não. E eu não estava com ele eu soube hoje poucas horas antes de você. Eu suspeitava imaginava que se eu fosse casado tudo seria mais fácil. Mas não imaginei que Miguel estava agindo assim.

Pedro espalma as duas mãos na cama se sustenta nos braços e se ergue na cama. E depois grita de dor nos braços ou sei lá onde doeu.

-- O que foi isso Pedro?

-- Não sei você viu? Eu me ergui sozinho. Acho que eu esqueço que não posso fazer e faço.

-- É os seus movimentos estão voltando. Você pediu para o médico vir?

-- Sim ele e sua equipe virá amanhã as 10:00 h.

-- Isso será ótimo. Com fisioterapia você terá mais consciência do seu corpo e vai comandá-lo em breve.

-- Eu não vejo a hora de ter a minha vida de volta.

-- Eu imagino.

Pedro acaba de comer.

-- Agora vá você comer algo mocinha.

-- Será que Miguel está por aí? Não quero encontrá-lo.

-- Ele ia resolver umas coisas no escritório.

Antes que eu vá fazer um lanche coloco Pedro para fazer xixi.

-- Você não tem mesmo raiva de mim?

Pedro me pergunta pela milésima vez hoje.

-- Não.

Vou até o jardim para que ele faça o xixi.

-- Pronto. Ele grita.

Desprezo a urina, lavo a mão.

-- Vou lá fazer um lanche.

Resolvo comer o mesmo que Pedro. E eu estava sentada na cadeira na ponta da mesa da cozinha, quando Miguel entra na cozinha.

-- Preciso das chaves do seu apartamento.

-- Do apartamento de Pedro você quer dizer?

-- Que seja.

-- Se você entrar lá a minha gata pode se assustar e fugir o que você quer lá?

Ele sai e não diz nada.

Termino de comer e agora tenho certeza, Miguel quer me enlouquecer.

Entro no quarto de Pedro e ele percebe a minha cara. Devo estar abatida.

-- O que foi Amanda?

-- É preciso que eu tire as minhas coisas do apartamento?

-- Não porque?

-- Não nada pensei que fosse.

A chave do apartamento está no meu carro.

Já eram 19:00 h e nada da Maria preparar o jantar do Pedro.

E então resolvo ver se ela deixou algo pronto e sim tem pote escrito jantar do Pedro.

Não era mais fácil ela ter me dito?

Onde esses dois foram?

Maria e Miguel sumiram o resto da tarde.

Preparo uma bandeja com a sopa, torradas e água.

No quarto.

-- Pedro vamos jantar?

-- É sopa novamente?

Ele conhece pelo aroma e não gosta nada.

-- Hum você queria uma feijoada?

-- Não, mas um risoto de camarão não seria má ideia.

-- Bom, Maria deixou a sopa, amanhã no almoço podemos pedir pra ela risoto de camarão e salada de folhas.

Pedro tem medo de acidentalmente derramar a sopa nele, se ele mover algum membro sem querer. Então deixo o prato de lado e me viro para não derramar a sopa nem nele e nem no chão.

-- Amanda eu não quero mais.

Diz Pedro quando não comeu nem metade da sopa.

-- Pedro mais um pouco né, olha você não comeu nem a metade.

Ele aceita um pouco mais.

Continua

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