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Tamara pegou ritmo e então trouxe as palmas de suas mãos ao rosto e soprou sobre elas. Isso não ajuda a ponta dos dedos gelados. Cada vez que as botas batiam no chão, afundavam em poças profundas de neve. Seus pés estavam congelando, apesar da camada dupla de meias que ela tomou a partir da cabana. O sol brilhava através das árvores quando a quebra do dia finalmente começou a definir. Logo as temperaturas aumentariam e ela ficaria bem. Não tinha andado muito longe da cabana, mas pensou ter ouvido sinais de

carros que passavam zunindo em uma estrada.

 Esta era uma ideia estúpida. Apesar de quão longe ela tinha chegado à trilha, ainda se sentia perdida. Se Devin não tivesse dito uma mentira no outro dia, então o caminho a levaria para a cidade, assim como ele disse. Uma vez lá, poderia pegar um ônibus para a próxima cidade e talvez encontrar a estação de trem mais próxima. Uma nova identidade e

vida foram um pouco além de seu alcance.

Como ele tinha feito na noite anterior ao romper da aurora, Devin havia descascado fora de seu cobertor para dormir em frente à lareira e à esquerda. Assim como ela tinha planejado, esperou uma hora e meia até que tinha certeza que ele não estava ao alcance da voz da cabana, se vestiu e fez seu caminho para a trilha. Ela deixou um bilhete para Devin agradecendo-lhe por sua hospitalidade. Ele provavelmente se divertiria uma vez que ela fosse embora de qualquer maneira. Parecia que ele tinha o seu próprio negócio para cuidar e ela era apenas uma distração indesejada.

Tamara recheou ambas as mãos nos bolsos de sua jaqueta. Ela se atrapalhou com o pequeno rolo de dinheiro que tinha guardado ao longo das últimas semanas, enquanto na estrada com Brad. Era todo o dinheiro que tinha no nome dela. Ela ficou surpresa ao

encontrá-lo ainda no bolso de trás da calça jeans. Teria que fazer devido, até que tivesse sua nova identidade e encontrasse um emprego. Se crescer em uma família pobre não lhe ensinou qualquer coisa, tinha dado a ela o senso comum que precisava para fazer um dólar

de 15 centavos. Era hora de colocar essas habilidades à prova.

Um grunhido raivoso causou Tamara quase saltar alguns centímetros no ar. Seus olhos se arregalaram quando se concentrou em um lobo marrom enorme em seu caminho. Suas presas brilharam com a saliva e os lábios se levantaram em um grunhido. As orelhas foram dobradas para trás contra a cabeça. Tamara tomou várias medidas rígidas para trás. O lobo rondava em sua direção e deu outro grunhido de advertência baixo. Saliva

escorria da boca ao chão.

Ela queria manter-se firme, mas estava apavorada. Não havia nenhum indício de comportamento amigável com este lobo, como ela tinha experimentado com o que a salvou noites atrás. Estes olhos não eram castanhos, esmeralda. E pareciam se atrever a fazer um

movimento.

Ele pulou para frente e deu um grunhido áspero, quase como uma casca. Ela gritou, e sua mão voou para o peito, como parecia que ia explodir de medo. O sangue pulsava forte em suas veias. Ela não conseguia pensar direito. Como escaparia desta vez? Ela não era estúpida o suficiente para pensar que poderia correr mais que um lobo selvagem. Droga. Ela era carne morta. Oh por que, por que estava o diabo insultando-a? Ela nunca poderia ter uma

vida normal, pacífica?

Seu peito e garganta apertaram e ela percebeu que estava segurando a

respiração. Deixou-a ir em um acesso de raiva. O lobo não desistiu. Ele continuou a resistir para ela como se a persuadindo a correr. Se corresse, ela seria carne morta. Se não corresse, seria café da manhã do lobo. Morta de uma forma ou de outra.

Seu corpo tremia enquanto tomava passos cuidadosos para trás. O calcanhar de seus pés atingiu algo sólido no terreno. A dor surgiu a partir de seu tornozelo recém enfaixado em sua perna. Antes que ela pudesse recuperar o equilíbrio caiu – primeiro a bunda ‒ no chão. Era a oportunidade de ouro do lobo marrom e ele foi movendo com ela rapidamente. O peito branco maciço bloqueou sua visão completamente, e tudo o que podia pensar era

morrer aqui sozinha. Ninguém saberia. Ninguém se importaria.

Assim que ela piscou os olhos, um flash de preto soprou passando-a. Um minuto o lobo castanho pairava sobre ela e no minuto seguinte um frenesi de preto e marrom de pele caiu pelo chão da floresta. Demorou um aceno de cabeça e alguns segundos para se concentrar e perceber que dois lobos travavam. Eles rolaram e caíram no chão da floresta em

uma bola de pelo maciça.

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Comments

Thaliaa Vieira

Thaliaa Vieira

Olha a história é até bem interessante, mais a escrita é que deixa a desejar, muitas palavras temos que nos esforçar a entender pq as vezes não faz sentido

2025-01-06

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