Com a iluminação, pode ver que era uma boa cabana, com móveis bons, apesar de velhos, pois parecia tudo abandonado a muito tempo. A sala tinha dois ambientes, sala de estar e jantar que se comunicava com uma cozinha espaçosa e munida de todos os aparelhos necessários. A geladeira estava aberta e desligada, não continha nada.
Abriu os armários e encontrou utensílios e mantimentos secos e alguns enlatados. Olhou os prazos de validade e as latas estavam vencidas a muitos anos, mas os grãos pareciam intactos, tentaria cozinhá-los. Sua loba poderia caçar e ela procuraria frutas na floresta.
Subiu as escadas, levando a cesta com a bebê, depois de verificar que havia um banheiro sob ela e chegou ao corredor que dava para três quartos. O primeiro tinha uma cama de solteiro, com cômoda e guarda roupa, mas não estava munido de roupa alguma. O segundo era um quarto de bebê, com berço, cômoda e guarda roupa, que quando abriu, encontrou algumas roupinhas e fraldas, tudo devidamente empacotado e que ela poderia usar.
Havia um banheiro anexo e tinha uma banheira de bebê, com suporte de apoio. Sorriu se sentindo muito sortuda. Quem morava ali, se mudou, mas deixou tudo muito bem arrumado e protegido.
— Viu, filhotinha, alguém lá em cima, gosta de nós, tem tudo aqui para você. — Pegou algumas roupas de cama, na embalagem e forrou o bercinho.
Depois experimentou a torneira e saiu água, mas ficou com receio de usar, pois devia estar parada a muito tempo, optou por só trocar a bebê e deixá-la confortável no bercinho. Ela logo dormiu e Leona passou um bom tempo admirando sua filha e percebeu que ela não se parecia com ela, era moreninha como o pai.
— Preciso escolher um nome para você, qual será que combina com você? Ah, já sei, será Valentina! — a bebê pareceu gostar, pois sorriu mesmo dormindo.
Deixou-a no bercinho e foi em direção ao último quarto, que pegava toda a largura da cabana e viu que era bem grande e arrumado. Possuía uma cama de casal, com mesinhas de cabeceira e abajour, penteadeira com banqueta e um closet com banheiro. Tudo com seus objetos de toucador, devidamente embalados.
Tinham muitas roupas e calçados, masculinos e femininos. Viu uma caixa, na prateleira acima das roupas penduradas e retirou-a, por curiosidade. Foi até a cama, colocou a caixa sobre ela e sentou-se com cuidado para não levantar poeira e abriu a caixa. A primeira coisa que viu foi uma carta e no envelope esyava escrito o seu nome, só que com outro sobrenome.
Para Leona Vereza, filha amada de Carlos e Doroti.
Antes de abrir a carta, pois não queria violar correspondência alheia, olhou as fotos que havia ali e eram de um casal com sua filhinha. Era sua mãe, mas aquele não era o seu pai, pelo menos o pai que conhecia. Resolveu ler logo a carta, para ver se encontrava algumas explicações.
Realmente a carta continha muitas explicações e segredos. O primeiro era que seu pai era o Alfa da Alcatéia Flor da Lua e viviam pacificamente naquele lugar, com uma Alcateia pacifica e unida, mas alguns jovens quiseram se aventurar e conhecer novos lugares e voltaram anos depois, trazendo ideias mirabolante e querendo convencer o povo de que havia um lugar muito melhor. O Alfa não concordou e a Alcateia se dividiu.
Depois que todos os mais novos foram embora com suas famílias, o Alfa ficou muito triste, mas continuou a liderar os poucos que ficaram. Mas em um determinado dia, um grupo chegou, liderado pelo Alfa da Alcateia Garras da Morte, matou seu pai e levou ela e sua mãe para servi-lo. Com o tempo sua mãe percebeu o tipo de vida que aquele povo levava e fugiu, voltando para a cabana, mas sabia que iriam atrás dela e então ela preparou tudo e escreveu a carta, para o caso de um dia sua filha, ela, Leona, a encontrasse.
"Então foi isso que aconteceu e aquele Alfa nojento nunca foi meu pai, por isso me tratava tão mal e até me vendeu? Agora está morto e nunca mais fará nada contra ninguém." Pensou Leona.
Na carta, a mãe escreveu o nome dos jovens que traíram seu pai e o número dos que o acompanharam eles, quando voltaram. Foram eles que traíram sua família e todos estavam lá agora, talvez tenham morrido no ataque de Côndor e seus lobos, mas depois de se estabelecer, voltaria para ver o que sobrou da Alcateia Garras da Morte e se vingar daqueles que destruíram sua família.
Pensou que sua filha não teria a vida que ela teve, cheia de humilhação e destratos, não, sua filha teria um lar e uma mãe guerreira. Dali em diante, se esforçará para melhorar cada vez mais. Treinará, estudará e formará sua própria Alcateia. Mas por agora, precisava cuidar da casa e de si e começou por vestir uma roupa e verificar água e luz, só depois iniciaria uma faxina e cozinharia alguns daqueles alimentos para ver se prestavam. Já era um bom começo.
Olhou a engrenagem que fornecia água e percebeu que a água era fresca e boa e estava em movimento contínuo de entrada e saída da caixa, vinda de uma nascente, através de canos e poderia usar tranquilamente, sem risco de estar ruim para o uso. Também viu que havia um gerador e galões de combustível, dentro de um quartinho ao lado da casa, assim como uma pilha de madeira cortada para a lareira.
Sua mãe realmente pensara nela e deixou tudo organizado para que, se um dia ela voltasse, encontrasse tudo o que precisaria para sobreviver. Sua loba com certeza tinha memórias daquele lugar, ou acionou de suas memórias de infância, pois a trouxe para o lugar certo.
Ali estaria segura, sem falar que era sua propriedade por herança e ninguém poderia tirá-la de lá. Precisaria de ajuda para erguer a Alcateia, mas primeiro precisaria encontrar os remanescente. Sentiu-se muito hrata a sua mãe, por ter pensado tanto nela e se sacrificado para dar-lhe uma esperança.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 42
Comments
Ana Regina Fernandes Raposo
CONOR EU ACHO QUE ELE E DO BEM. O PAI FALSO QUE E DO MAL
2025-01-09
0
Mellika Duarte
a mãe deve ter morrido
2025-01-14
0
Sandra Regina
Eu acho que ela deveria falar com o Condor e deixar ele ver a filha
2025-01-12
1