Leona deixou a loba no controle e ela pulou sobre a amurada, pousou no chão e correu para a floresta, na direção que sabia ficar a Alcateia de seu pai. Correu por horas, sem se preocupar de estar sendo seguida, pois com certeza, não lhe fariam mal, teriam medo de sua força e poder, afinal, ela não é uma ômega, é uma Alfa e uma Alfa muito poderosa.
Se aproximou das cercanias da aldeia, sem ser detectada, pois era muito suave no andar. Rodeou todo o lugar e abateu cada um dos guardas que encontrou, sempre silenciosamente. Aspirou o ar, lembrando-se dos cheiros e buscando o rastro de sua filhote. Passou por todas as casas até chegar a do Alfa e ouviu o choro da pequena, assim como o grito do Alfa, mandando que a fizessem calar ou a tirassem dali.
A loba branca esperou, se saíssem da casa com sua filhote, conseguiria pegá-la. Mas isso não aconteceu e quando menos esperava, sentiu um lobo enorme e negro, pulando sobre ela e lhe mordendo o pescoço. Ficou quieta, submissa e ouviu um rosnado e a voz em sua mente.
— "Eu sabia que você viria atrás de sua filha e só precisei esperar. Só não esperava por uma linda loba branca. Bem vinda de volta ao lar, minha filha."
Ela grunhiu para ele, que mordeu mais fundo, para ela se aquietar e a soltou. Leona pensou em pular sobre ele, mas sentiu que a prendiam com algemas de prata, presas a correntes e não teve como escapar. Sentiu-se carregada, totalmente imobilizada, levada para a prisão no subsolo do casarão do Alfa. Tentou uivar, mas suas mandíbulas estavam amarradas e também sabia que não adiantaria nada, ninguém viria socorrê-la.
O Alfa voltou a sua forma humana, vestiu a calça que sempre ficava na entrada das celas e foi até sua filha.
— Já está solta, volte a forma humana. — Ordenou ele, jogando algumas peças de roupa para dentro da cela.
Ela voltou a sua forma humana e se vestiu, sentindo vazar leite em suas tetas. O Alfa a olhou e mandou trazerem a filhote chorona, para mamar.
— Olha quem veio conhecer a mamãe. — Falou o Alfa, abrindo a cela e deixando a serva entrar com a bebê.
Leona parou, esperando sua filhote de braços abertos e a pequena parou de chorar assim que sentiu o cheiro do leite materno. Logo sua mãe a pegou e levou ao peito para mamar. Viu o desespero da filha, ao tentar abocanhar seu mamilo e sugar com força, quando o localizou. Sentou-se no catre, aninhando sua pequena e encostou o nariz em sua cabecinha, sentindo seu cheiro e o guardando na memória.
Nem se deu conta de quando o Alfa, seu progenitor, saiu e trancou a cela. Só queria conhecer sua cria, aninhá-la em seus braços e fazê-la dormir. Agora que sua loba se pronunciara para defender sua filhote, sentia-se forte e capaz, pronta para descobrir e enfrentar a situação ruim, que suspeitava estar acontecendo ali.
Passou algumas horas desde que Leona estava presa e cuidando de sua filha, até que lhe trouxessem algum alimento. A serva que trouxe a bandeja, olhou para ela refletindo tristeza no olhar e Leona não gostou daquele olhar necessitado. Quando a serva percebeu que seria interrogada, fez sinal pondo o indicador sobre os lábios, pedindo silêncio e colocando a bandeja no chão, a empurrou por debaixo da grade.
Leona foi até a bandeja, deixando a bebê deitada no catre, enrolada na manta em que a trouxeram. Ao se aproximar, a serva também se aproximou para falar baixinho.
— A senhora tem que fugir, aqui não é seguro para sua filhotinha. Ela é linda e coisas horrendas o alfa tem feito com as filhotes fêmeas.
— Eu imagino. Ele me expulsou, a própria filha. Vou proteger minha filha, tenha certeza. — Respondeu Leona.
— Vou lhe ajudar. Essa noite, eles vão fazer um tal ritual da lua e se embriagarão com a beberagem da bruxa. Virei buscar a filhote com uma cesta e quando eu abrir a cela me siga, levarei-a a um lugar seguro, aí você pula sobre mim e foge.
— Está bem, vou lhe esperar. — Leona achou tudo muito fácil, havia lidado com gente ruim o suficiente, para ficar desconfiada.
Na infância e adolescência, foi maltratada e traída por seu próprio pai, que havia vendido ela para um homem muito rico, que queria uma loba de estimação. Quando ela não se transformou, ele ficou tão furioso que a espancou e expulsou da Alcateia, por frustrar seus planos.
Ela correu o tanto que aguentou, mas foi encontrada pelo Alfa que a reivindicou sem dó nem piedade, montando-a, sem sequer olhar em seu rosto. A marca da mordida ficou em seu ombro e por isso não usava roupas de alças ou muito decotadas, para que ninguém visse. Conseguira fugir enquanto ele foi caçar e deu o azar de ser encontrada justamente pelo homem que a havia comprado de seu pai.
Sua sorte foi que ele não a desamparou, levou-a para sua casa, onde vivia sozinho e cuidou dela. Quando descobriu que ela estava grávida, casou com ela, pois ainda tinha esperança de ter uma lobinha para si. Ele não contava da gestação de uma loba, ser tão curta e ficou irritado, pois aqueles que o conheciam, desconfiariam que o filho não era seu.
Durante o tempo que passou ali, ela descobriu a verdadeira face do homem, que tinha dois quartos na casa, muito especiais. Um era um laboratório, onde ele a levava para fazer exames todo mês, alegando ser para controle da gestação. O outro era um verdadeiro quarto dos horrores, pelo menos para ela. Ele a levou lá algumas vezes, ensinou-a o que era e usou práticas sexuais estranhas, mas não a machucou, por causa do precioso bebê que ela carregava.
Percebeu que chegavam caixas de encomendas para ele, grandes, que ele levava para o escritório e na curiosidade, ousou um dia entrar e ver o que era. Estavam no fundo do quarto, ocultas por uma estante. Ali ela viu vários potes de vidro, contendo corpos e partes de corpos, conservados por formol, todos de bebês.
O homem a encontrou lá, bisbilhotando e a arrastou dali, a puxando pelos cabelos e ela fez o que nunca tinha feito, gritou, gritou e gritou, por vários minutos, até perder a voz. Quando estava amarrada pelos pulsos, suspensa por uma corrente, que passava por uma argola presa ao teto, sendo chicoteada nas costas, invadiram a casa.
Agora, relembrando todos os fatos, pode perceber que os lobos do alfa deviam estar vigiando a casa e quando ouviram ela gritar, resolveram agir. O que ela não entendeu, foi o fato dele saber onde ela estava e não a ter buscado logo, já que estava prenha de seu filhote. Foram muitos acontecimentos estranhos e não seria uma fala branda ao pé do ouvido, que a convenceria a ir com ele, caso ele tentasse.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 42
Comments
Elenita Ferreira
Será essa mulher de confiança??🤔🤔🤔 Será que Mesmo ajudar Leona a fugir???
2025-03-25
0
Elenita Ferreira
Mas esse maldito só pode ser louco!!!🤨🤨 São crianças ,seu Cretino 😡😡😡😡😡😡😡
2025-03-25
0
Elenita Ferreira
Esse Condor é burro né!!????😃😃😃Como ela sendo filha de ALFA,vai. se uma Ômega 🤭🤨🤨🤨🤔
2025-03-25
0