Capítulo 2. Respostas

Agora, ele estava com ela, mas perdeu sua herdeira. Aquela que  acalmaria o seu povo, mas que foi levada por outra tribo, rude e cruel. Não sabem quem roubaram, mas vão descobrir, assim que ele deixasse a mulher segura e organizasse seu bando. Iria passar por cima de todos aqueles que o afrontaram, roubando aquela preciosidade que é sua filha.

            Levaram a mulher para um consultório médico, onde foi devidamente tratada e limpa e seguiu para o casarão do líder, que a levou para seu quarto, direto para o box no banheiro.

— Consegue se banhar sozinha? — perguntou ele.

Com o consentimento dela, olhou para a janela, para ver se ela conseguiria passar e avisou:

— Estamos no segundo andar, não tente fugir, não te farei mal se ficar, mas se fugir, não ficará impune. — Depois de ameaçá-la, saiu do banheiro e foi para o outro que tem no corredor, também tomando um banho rápido e voltando, enrolado em uma toalha e com os cabelos longos, ainda pingando.  

            A mulher saíu do banheiro, vestindo um roupão felpudo, muito maior do que ela, também com os cabelos molhados. Olhou para o quarto, contemplando a decoração séria, em tons de cinza e branco, sem enfeites, totalmente masculina, sinal que não havia a presença de uma mulher. Olhou para ele, que também a olhava.

— O que quer comigo? — perguntou ela.

— Não lembra de mim, não é? Vamos conversar e esclarecerei tudo. Sente-se.

            Ela observou ele, desconfiada, sem saber o que fazer. Seus sentimentos estavam embaralhados, sem saber o que era prioridade. O fato de ter parido e nem visto o rostinho de sua bebê, a deixou em choque e agora, estava na frente de um homem que não conhecia  sem saber o que esperar dele e querendo ir atrás de sua filhotinha.

            Não precisou decidir, ele a puxou até a cama de casal, grande e alta e a suspendeu, colocando-a sentada sobre ela. Foi até o closet, vestiu um conjunto de moletom e secou os cabelos com a toalha. Voltou ao quarto e sentou-se sobre a cama, de frente para ela. 

— Pensei que se lembraria de mim, ou pelo menos do meu cheiro. — disse ele.

— Quem é você? — perguntou ela, franzindo a testa.

— O pai de sua filha. — respondeu ele, não gostando da expressão de susto que ela fez.

          Ela respirou fundo algumas vezes para se acalmar e pensar com coerência. Precisava pensar bem no que diria e sua mente estava confusa pelas lembranças dos fatos e cheiros, de quando ela foi atacada na floresta, logo após sua expulsão, enquanto estava frágil e insegura. 

— Então, foi você? Porque fez aquilo comigo? Eu estava frágil, insegura e não precisava de um homem descontrolado, abusando de mim. — Acusou-o, ela.

— Meu nome é Côndor. Sou o líder do meu povo e estava rastreando dois 

ladrões que têm vindo a nossa cidade para roubar nossos filhotes. Rastreei-os até você, mas seu cheiro me deixou louco e não resisti. — O tom de sua fala era como se lamentasse o que havia feito a ela.

— Mas você nem me conhecia e sequer perguntou ou falou algo, porquê? — perguntou ela, sem se apresentar, como fez ele.

— Achei que havia sentido meu cheiro e me reconhecido. Ainda não sente? — A postura dela o confundia.

            Ela puxou o ar fortemente, para sentir seu cheiro e dentro dela, algo se agitou e ela se surpreendeu. Nunca havia sentido sua loba se manifestar, pensou que não a tinha em si, pois nunca se transformou e isso a surpreendeu. Olhou para ele intrigada e resolveu se apresentar, finalmente:

— Meu nome é Leona, sou da Alcateia Garras da Morte e fui expulsa, naquele dia em que me encontrou. Estava muito desesperada e por isso não reagi a você.

— Porque foi expulsa? — Quis saber ele.

— Já havia passado dos dezoito anos e não me transformei, então meu pai, que é o Alfa, insatisfeito, me expulsou. — contou ela, omitindo a parte da surra que levou.

— Então, seu pai é o idiota que tem me levado os filhotes. Sabe o porque disso? — perguntou ele.

— A Alcateia está deficiente de machos. Tem nascido mais fêmeas do que machos, talvez seja Isso. — relatou ela.

— Qual o problema de treinar as mulheres? Deixa pra lá…então você ainda não se transformou? — perguntou ele, curioso e preocupado com o fato de ter uma luna sem loba.

— Não, pensei até que ela não existisse, mas agora, sentindo seu cheiro, ela se moveu dentro de mim. — contou ela, emotiva.

— Então, ela me reconheceu. — Mais afirmou do que perguntou, ele, sentindo um fio de esperança. Ele gostou dela, independente de ser sua companheira,pois é bonita, educada e parece calma.

Será uma boa Luna, pensou.

— Não sei…

— Como não sabe? Ela não te disse?

— Não.

— Isso é frustrante. Você parece uma ômega, se assim for, não poderei contar com você para resgatar nossa filha. — E levantou-se ele, aborrecido.

— E daí? — perguntou ela, sem querer saber nada, na verdade.

— Fique aqui, você precisa se recuperar do parto, vou pedir para trazerem comida para você. — disse ele e saiu apressado.

            Leona se levantou para ir até a janela, examinou-a e verificou a altura. A janela era grande e se abria como uma porta de correr, dando passagem para uma sacada. Ela saiu e de onde estava, podia ver a floresta. Era noite, a chuva cessou, o céu estava estrelado e a lua cheia, iluminava a noite. Guiou-se pelas estrelas para saber em que direção era a Alcateia Garras da Morte. 

            Tinham vindo de carro e pelo tempo que levaram para chegar ali, era bem distante para ela ir a pé, a não ser que sua loba assumisse. Precisava que ela saísse e assumisse a viagem para buscar sua filhote. Concentrou-se, parada no meio da sacada e chamou-a. Abriu os olhos e olhou para a lua, em um clamor silencioso.

            Sentiu uma dor profunda em seus ossos e uma pressão dentro do peito, sua visão mudou e suas mãos e pés cresceram e mostraram garras em lugar das unhas. Pêlos brancos cobriram seu corpo e caiu no chão, sobre seus pés e mãos, se firmando sobre o que eram agora, suas quatro patas. Seu corpo, doía mais do que suportava, mas conteve os gritos, até que se completou a transformação e ela se tornou uma loba branca, grande e forte.

            

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Comments

Adelson Cavalcante

Adelson Cavalcante

começando a ler esta história hoje 08/01/25 meu nome é Claudineia guimaraes estou usando a conta do meu marido pois o celular era dele e eu ñ fiz nova conta kkkk

2025-01-09

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Marilane Cesario

Marilane Cesario

amo história de lobos altas lunas gammas ômegas betas selene amo obrigada /Smile//Smile//Smile//Smile//Smile//Smile/

2024-12-29

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Liandra Farias

Liandra Farias

começar a ler está história hj 26/01/2025 as 6:37 da manhã.
me chamo Liandra e sou viciada nessas histórias 🥰

2025-01-26

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