Capítulo 17- Lugar mágico- Lua

Desde que aceitei me casar, não me reconheço mais, venho tomando atitudes que imaginei nunca ser capaz. Esta próxima ao Dom me alimenta e me tira do buraco escuro que sempre estive atolada. Essa sensação me faz estremecer, primeiro porque eu reconheço que o meu atual marido não está comigo por amor, ele deseja o legado dos Laguna e depois porque eu sei que ele tem três amantes, dentre elas a mais perspicaz Sofia, portanto esse casamento sempre será uma fachada, por fim ele é um homem cruel e poderoso que não se importa com minha vida ou com a vida de quem eu amo, a prova disso é a ameaça que sempre me faz abaixar a cabeça, eu sempre vou manter Cat e Geo em segurança.

A frase daquela mulher na saída da igreja no dia do meu casamento, sugerindo que eu me renda aquele monstro não me sai da cabeça e vem me dando força para lutar e cumprir a promessa que fiz a minha mãe, fazê-los sangrar. Mais como eu faria isso? Sofia sugeriu que eu seduzisse o Dom, sua sugestão foi claramente um teste para saber o grau do meu envolvimento com seu homem. Geo sumiu, Cat está exilada naquele internato, eu precisava entender melhor tudo a minha volta e não tinha ninguém. Eu estava perdida.

Aquele homem é um sedutor, eu nunca havia encostado meus lábios em ninguém mais ele com aquela voz baixa com sua aurea poderosa me deixava paralisada e entregue. Eu o seguia, eu permitia e eu queria mais. Vincenzo é um homem alto, tinha em torno de 1.90, olhos incrivelmente verdes, quando estão nervosos ficam em um tom escuro que nos paralisa. Sua barba está rala e parece provocação, mais sempre que se aproxima de mim ele da um jeito de arranhar meu pescoço com ela, me deixando arrepiada, seus cabelos são negros e ele possui um bronzeado natural que o torna um moreno arrebatador. Ele é todo cheio de músculos, onde passa chama atenção e sabe que é atraente.

Assim que entrei neste avião eu me senti longe, seu cheiro me mantinha lúcida, sentamos próximo a um quarto como a aeromoça tinha informado e já tínhamos horas de voo, quando o homem se voltou para mim e me imprensou naquela poltrona, eu senti minha alma dançar em nossa volta, me unindo as sensações que ele me despertava. Ele disse que me libertária mais eu queria naquele momento as amarras que seu corpo me proporcionava e isso era novo para mim.

Eu jamais pensei que me sentiria tão viva e tão entregue. Ele me guiou para o quarto e lá eu senti minha pele formigar querendo cada toque, eu não sabia beijar mais eu permita e dava acesso a sua língua, quando ele quis me ver eu fiquei envergonhada, eu jamais tinha ficado tão exposta, quando o vi apenas de cueca meu corpo começou a pulsar por seu toque eu estava me sentindo sedenta. O toque nos meus seios foi tão gostoso, quando sua boca capitou o meu mamilo senti minha intimidade umedecer e eu só queria que ele tocasse ali, eu gemi porque nada que vivi foi tão intenso. Quando ele tirou minha calcinha eu juro que só queria ser invadida e eu esperei isso naquele momento, assim que ele tirou sua box eu o vi por inteiro e me senti inteiramente dele. Eu havia visto um homem nu, em um momento horrível e por isso tive medo desse momento, mais Vincenzo era como imã eu estava atraída e entregue, não era algo obrigado, era como seu pertencesse a ele.

Assim que ele tocou minha intimidade com a boca eu fui ao ceu e perdi os sentidos, foi a primeira vez que as trevas não foram o real motivo de eu sair de órbita. Quando acordei sozinha naquela cama pensei que havia sido um sonho, mais eu estava nua, me senti envergonhada e intimidada, porque isso havia acontecido? Porque eu deixei esse homem me tocar, sendo que sua amante veio conosco?

Ao me trocar vi marcas roxas e rodadas em todo meu corpo, que raiva. Ele é um idiota, me marcou para que todos podessem ver que eu era apenas mais uma. Sai do quarto e vi Sofia no colo do meu marido, não sei o que deu em mim, eu voltei para o quarto chateada, sem entender porque aquilo me deixava tão mais perto das trevas, tão fragilizada. Voltei a poltrona e vi as marcas de baton em sua blusa e descidi que ele não me tocaria nunca mais.

Chegando na ilha eu fiquei encantada, era tudo lindo. Mágico.

-Senhora Soprano, seja bem vinda a sua casa, espero que tenha tido um ótimo voo.- disse uma jovem que não tirou os olhos do meu marido.

-Obrigada, onde fica o meu quarto gostaria de descansar um pouco.

-O quarto do casal fica….

-Onde fica o quarto de hóspedes eu vou ficar com ele.-falei sério.

-Júlia leve a minha esposa ao quarto de hóspedes e a instale lá , após venha até mim para me atualizar sobre o status dessa ilha.

Segui a mulher e fiquei no quarto, tomei um banho gostoso tentando me livrar do cheiro inebriante do meu marido, parecia está totalmente grudado em mim. Vi a movimentação das empregadas tornando o quarto meu. Demorei tempo no banho ate senti que estava só. Deitei por 15 minutos e fui procurar minhas roupas, o closet estava cheio de coisas novas e eu fiquei supresa, encontrei um bilhete de Cat. “Me perdoa por não está aí, Tomazo permitiu que eu continuasse cuidadinho de longe de você irmã. Ele esta caldinho por você, Eu te amo!” Aquilo me fez derramar lágrimas, ela sempre cuidava de tudo. Era uma casamenteira também, porém eu já tava casada. Vesti um biquíni branco e um vestido soltinho azul, eu pensei em dar uma volta na praia de frente a casa e molhar meus pés na água, eu não sentia a sensação do mar desde que eu tinha 8 anos.

Tudo era lindo ali e eu queria que meus olhos contemplassem cada cantinho dali, as vezes vinha a sensação de que eu poderia ficar ali para sempre.

-Senhora, está esplendorosa. Sua amiga realmente tem bom gosto. - diz Sofia sorrindo como se eu não tivesse a visto no colo do meu marido.

-Obrigada, o que quer aqui?

-Vim lhe fazer companhia!

-Não somos amigas Sofia, eu lhe propus um acordo que você não deixou claro se me ajudaria. Então saia do meu caminho.

-Pela marcas no seu pescoço parece que não precisa de mim afinal.- me afronta.

-Sai daqui Sofia, vá atrás do meu marido, nos duas não seremos nada além de desconhecidas.- falo me sentindo intimidada por sua beleza e experiência.

-Eu…

-Saia.

Ela saiu irritada, Sofia não parecia querer meu mal, porém eu não confiava nas pessoas e aquela mulher ocupa com frequência a cama do Dom, não sei porque não demostra ciúmes, parece que tudo com ela é calculado. Sai sem chinelos me lembrando da época em que era criança.

Quando vi o mar eu fiquei encantada, nada era tão sonoro como o barulho das ondas, e a cor me lembrava os olhos de minha mãe, olhei para os lados e não vi ninguém isso me deu um alivio, eu estava livre ali. Então eu fiz o que meu corpo pedia, toquei os pés na água e a sensação foi de livre arbítrio, aquele frescor me fez sorrir, as ondas me envolviam então eu tirei o vestido já que estava só, e entrei no mar sentindo meu corpo ser abraçado por toda essa energia,

Aqui se tornou o meu paraíso. Foi quando escutei:

-Senhora, por favor não vá para o fundo. - um jovem loiro gritou. Estranho eu estava só e agora.

-Quem é você? O que quer aqui?- já amedrontada

-Eu fui informado que não sabe nadar e preciso que saia do fundo.

-Ora, ninguém me responde….- fui indo mar a dentro, ele tirou a camisa e foi entrando no mar em minha direção.

Eu fiquei nervosa o desespero me alcançou eu não conhecia aquele homem, fui ficando cega, vendo tudo nublado e a cada proximidade do homem eu ia cada vez mais para fundo, quando não vi mais nada em virtude do medo que me assolava. Comecei a sentir a água entrar em minhas narinas e já não conseguia falar porque as sobras tomavam todo meu ser, senti o toque de mãos em volta de mim e o pânico me tomou por inteira e eu não sentia mais nada.

Antes de apagar eu escutei: "És formosa demais para morrer senhora" eu apaguei com a sensação que estava, me tirando de mim mesma, me tocando sem permissão o que me revoltava, pois eu não devia ser tocada.

Eu apaguei com a sensação de terem robafo minha liberdade. Mais uma vez.

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