Não demorou muito e estávamos arrumados e prontos para sair.
- Bom dia, meu pinguinho - Ceci apareceu na porta do seu quarto, ainda de pijama.
- Bom dia, tia Ceci - Liam deu um sorriso banguelo, o mais lindo do mundo.
- Você está atrasada - olhei no meu relógio de pulso enquanto observava Ceci deixar um beijo demorado na testa do Liam. - E nós também.
- Hoje eu entro às 10:00. Se você quiser, eu posso deixar o Liam na escola. Vai te render alguns minutinhos.
- Você faria isso por mim?
Dei um beijo na bochecha do Liam e outro em sua mão, já me despedindo.
- Claro... E também vou passar naquela loja para pegar o vestido que você gostou!
- já falei que eu não vou! - Abrir a porta e sair, evitando o assunto
- Você vai sim.. - ouvir ela gritar quando entrei no elevador.
Estávamos no início de junho, época mais quente do ano. A preocupação e o nervosismo pelo atraso me seguiam a todo momento. Desejei não ter levado meu carro para revisão. Desci do metrô, meus pés se movendo mais rápido do que eu conseguia pela avenida 201 E Randolph st fazia-me suar como uma louca. Minha camisa social branca estava molhada dava para sentir. Minhas coxas friccionavam uma na outra e mais um pouco me deixariam assadas. Da próxima vez tinha que me lembrar de colocar um shorts embaixo da saia Midi justa para evitar o atrito. A única coisa cômoda que me deixava feliz era por ter optado por amarrar o cabelo em um coque no pé da nuca.
Meus pés quase se embolaram quando cheguei na recepção da " Illinois foster hotels" e troquei os confortáveis chinelos de dedo por um scarpin preto que carregava em minha bolsa.
A matriz da empresa de hotelaria, responsável por trinta hotéis em doze países, estava localizada no maior prédio de Chicago um complexo de edifícios comerciais.
- Já estão todos reunidos na sala de reunião - Fui recepcionada por Cindy, ligada entre a recepção e o setor administrativo,eu costumava chama-la de ciclope, pois ninguém passava por seus lindos olhos castanhos sem que ela percebesse.
- A reunião já começou?
Cindy possou seu queixo no peito da mão sobre o balcão de mármore.
- Sim, já faz uns quinze minutos!
- Merda !- ouvir o barulho das portas do elevador e sair correndo. O som do salto parecia o ponteiro de um relógio me alertando do meu atraso. - Espera, segura o elevador, por favor - As portas se fecharam antes que eu conseguisse entrar - Cara de pudim...
Me virei de costas e antes que pudesse recuperar o fôlego, as portas se abriram novamente.
- Do que me chamou ?
Meu corpo estremeceu diante daquela voz profunda e penetrante. Era o tipo de voz capaz de perfurar uma rocha.
Virei-me com a mão sobre o peito.
Eu congelei. O homem a minha frente era tão sombrio e intimidante quanto a sua voz. Um olhar, e meus joelhos estavam tremendo. Alto, bem alto, ele usava uma camisa social larga, mas que não deixava passar batido seus ombros largos e músculos exuberantes. Cabelos castanhos claro pairando um pouco acima da gola de sua jaqueta. Um perfil que poderia ter sido escupido em mármore.
Ele permanecia segurando a porta, observando-me
- Não vai entrar ? - sua voz, mais uma vez, vibrou em mim.
- O que ?
- No elevador, preciso liberar a porta !
- Oh, sim... Eu acho que sim..- nem me dei conta que ainda estava parada em frente ao elevador.
Arrepios percorreram meu corpo quando passei ao seu lado e inspirei o aroma rústico do seu perfume almiscarado.
- fiquei interessado em saber do que você me chamou, que xingamento foi aquele?. - sua boca curvou-se em um sorriso leve e cínico, mas ele não riu. Ele parecia estar me estudando.
- Na verdade...- Como explicar que ter uma mini esponjinha de quase seis anos que absorve exatamente tudo a sua volta nos obriga a ser criativos e não usar os palavrões convencionais.... - hum é...não xinguei
- Hum, devo ter imaginado! - Lançou-me um olhar cético, como se conseguisse ver além da minha resposta. Isso me deixou muito inquieta, seus olhos pareciam chocolate amargo conforme eles mediam meu corpo de cima a baixo.
O painel mostrou o numeral vigésimo segundo andar e as portas se abriram. Já tinha até esquecido do meu atraso quando, acompanhada por aquela figura masculina tão perturbadora, sair do elevador.
Os corredores do setor comercial e administrativo estavam vazio e silencioso. Normalmente, em dia de reuniões decisivos e importantes era assim que tudo ficava. Como advogada corporativa minha função primordial era requeri e operar sobre planejamento estratégico de atuação no consultivo e preventivo para isso era necessário um amplo conhecimento sobre operação, mercado e uma formação multidisciplinar com conhecimento em finanças, gestão e negócios. Para tanto minha presença era indispensável em uma reunião como esta.
Nossa respiração e meus passos eram os únicos som que passava por meus ouvidos. Parei diante da porta esperando que ele passasse e fosse para qualquer outro cômodo do grande andar . Mas, surpreendentemente, ele parou na minha frente aguardando para entrar, dei alguns toques na porta.
- Entre! - o som veio meio estridente de dentro da sala.
Ao segurarmos a maçaneta, ao mesmo tempo,nossos dedos se tocaram por um milésimo de segundo . O leve toque foi eletrizante, sem poder evitar, subir o olhar pelo seu braço parando no pomo de Adão que subia e descia freneticamente. Subi mais um pouco parando na exuberante linha da boca que se destacava no rosto totalmente másculo enquadrado por uma barba por fazer que o deixava com cara de mau. Eu gostava daquele ar malévolo. Um calor espalhou por meu abdômen como fogo líquido.
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Joanice Costa
sinto a mesma sensação todas as vezes que leio esse encontro
amo esse casal
2025-02-03
0
Luciene Brito Soares
eita porra, já querendo encontrar um Deus grego desse 🤣🤣
2023-11-22
11
Celia Maria Chagas Badu
Eita o destino se fazendo presente 😁😁
2023-10-22
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