17. Essa foi por pouco

No dia seguinte acordei mais animada, apesar de não entender a falta de reação da minha mãe, resolvi não ligar pra isso.

Desci pro café da manhã e nem minha mãe nem o Marck estavam, pleno domingo e estou sozinha, as vezes sinto falta de uma família unida.

Marck

A forma como minha mãe tratou a Lucy foi absurda, então resolvi que ia conversar com ela, porém não em casa, já que a Lucy poderia ouvir, resolvi que iria no trabalho dela e a chamaria num canto para conversar. Porém eu não tinha o endereço e a segui de táxi, mas no semáforo em que fiquei parado a perdi de vista, aff, terei que fazer isso novamente, mas agora vou pra casa.

XXX

Cheguei em casa e Lucy estava tomando café, então me sentei junto a ela e me servi de algumas panquecas, que por sinal era uma das minhas comidas preferidas. Nenhum de nós falou uma só palavra, até que terminassemos de comer, que foi quando Lucy quebrou o silêncio.

Lucy: Onde tu foi?

Marck: Por aí.

Falei e sai da mesa, seguindo para o meu quarto.

Lucy

Ótimo, provavelmente já estava com alguma biscate, ele nunca valeu nada porque agora iria mudar, eu sou muito burra mesmo. Vou é subir e deitar pra esfriar a cabeça.

Quando cheguei no meu quarto e peguei meu celular, tinha mensagem do Lucas, aii que saudades que eu estava dele. Ficamos horas conversando e ele está pensando em vir pra cá pra me ver. O Marck vai odiar, mas tô nem aí, vou amar ter ele aqui.

Depois de muita conversa acabei dormindo, acordei já eram 18 horas, acho que não dormi, hibernei. Acordei com um leve carinho no meu rosto, quando abri os olhos era ele, lógico que era ele. Quando ele percebeu que eu acordei, ficou estagnado me olhando, sem reação, até que derrepente foi se aproximando, e acabou chegando tão perto que eu já estava sem chão, como pode esse filho da mãe mecher comigo assim? Sua mão desceu do meu rosto pro meu braço, e continuou num leve carinho, até que ele me beijou, e eu parecia não ter controle sobre meu corpo, pois foi só sentir seus lábios nos meus, que já fui me entregando por inteiro, era um beijo calmo no início, mas logo começou a se aprofundar, abri passagem para sua língua, que adentrou minha boca ferozmente, parecia que a qualquer momento poderíamos nos engolir, então ele parou o beijo para que pudessemos respirar, e imediatamente subiu em cima de mim, e voltou a me beijar, mas dessa vez no meu pescoço, eu não podia evitar, já estava totalmente entregue, tão entregue que soltei leves gemidos com seus beijos que me arrepiavam por inteiro, quando derrepente escutamos um barulho na escada, Marck imediatamente pulou de cima de mim, e caminhou até a porta do meu quarto que estava aberta.

Sônia: Que merda, aff, desse jeito eles vão me ver ( falou cochichando).

Marck: Algum problema mãe?

Senti o tamanho do susto que ela tomou ao me ver.

Sônia: Arrebentou minha sacola que eu estava levando pro quarto e caiu tudo.

Marck

Ainda em panico, corri ajudar e desci pegando as coisas que caíram no andar de baixo, Lucy logo em seguida veio e ajudou também, juntando as coisas que ainda estavam na escada e mamãe sempre falando que não precisava que ela recolheria tudo sozinha. Não pude deixar de perceber que eu estava recolhendo muita maquiagem, mas maquiagens lacradas, e o pior, extremamente caras, tudo bem que não vivíamos mal, mas era maquiagens realmente caras, e mamãe estava na escada terminando de recolher as coisas, e acabei percebendo que ela estava com mais 5 sacolas apoiadas nos degraus, somente de lojas chiques.

Marck: Nossa mãe isso é estremamente caro não é? ( Falei entregando tudo a ela).

Sônia: Bobagem filho, uma amiga está vendendo e parcelou em muitas vezes, e também ela fez um precinho lá em baixo.

Fingi que acreditei, e a Lucy acredito que nem percebeu, talvez o susto dela tenha sido tanto que ainda nem estava raciocinando, mas também, se não fosse essa sacola rasgar, nós seríamos pegos, e aí sei lá o que seria da gente. Preciso me controlar mais, mas ela estava em silêncio a tarde toda, e quando fui ver se estava tudo bem ela estava dormindo tão linda, que não pude me conter de ir até sua cama, e depois me olhando com aqueles olhinhos, ahh simplesmente não pude evitar.

Depois de subir pro meu quarto voltei meus pensamentos a minha mãe, ela está aprontando, tenho certeza, muito esquisito isso, pode ser só loucura da minha cabeça, mas não sei não. Não acreditei em nada naquele papo de amiga que fez um precinho.

Acabei indo dormir sem jantar, não queria ver a Lucy, mas escutei quando ela desceu comer, e pelo cheiro mamãe deve ter feito janta. Aff, ou eu tiro ela da minha cabeça, ou vou acabar enlouquecendo, eu já não posso mais com tudo isso.

Lucy

Aff, não sei o que tô fazendo da minha vida, simplesmente devo estar louca, se aquela sacola não rasgasse a gente seria pego, isso está muito errado, já não sei mais o que pensar, quando ele chega perto de mim eu só o quero, mais e mais, eu tô surtando. Fiquei aliviada que ele não desceu jantar, assim pude me distrair um pouco, mas não adianta, é eu ficar sozinha que meus pensamentos voltam sempre nele, e o pior é saber que eles está ali, no quarto ao lado, e eu simplesmente não posso sair daqui ir até lá e agarrá-lo, eu não sei mais o que eu faço, isso tem sido um tormento pra mim. Estou aliviada que amanhã é minha entrevista de emprego, vou poder focar em outras coisas, espero de verdade conseguir esse emprego, ter meu próprio dinheiro e conseguir me afastar dele. Quem sabe no futuro não posso alugar um apartamento e não morar mais com a minha mãe, assim não precisaria o ver sempre. Mas ahh, quem eu quero enganar, ele e minha mãe se matariam sozinhos. Eu tô muito ferrada, não sei o que fazer, até mesmo quando tô pensando em outras coisas meu pensando voltam ao Marck. Marck, Marck, Marck, aff, porque tinha que ser meu irmão? A vida seria tão fácil se fosse apenas um amigo, um vizinho, um colega, sei lá, tudo, menos meu irmão. Melhor eu dormir, quem sabe assim consigo uma noite de sossego e espero não sonhar com aquele filho da mãe. Estou me sentindo ridícula, parece que minha vida agora é resumida a homem, aff, nunca fui assim, espero que meu trabalho mude isso, porque sinceramente, essa não sou eu.

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